Espanha-Cerca de 500 imigrantes conseguiram entrar no enclave espanhol de Melilla, no Norte de África, durante as primeiras horas da manhã da terça-feira última, segundo a imprensa espanhola. A situação é "muito preocupante", de acordo com um responsável do Ministério do Interior.
Terão sido mais de meio milhar os imigrantes, provenientes da África subsariana, que conseguiram atravessar a fronteira e entrar na cidade autónoma, de acordo com várias fontes policiais.
Trata-se da entrada mais numerosa de imigrantes em Melilla. Até agora, o maior "salto" dado por imigrantes africanos tinha sido em Outubro de 2005, quando 350 pessoas conseguiram alcançar o território do enclave.
A travessia foi violenta. Ao todo, foram cerca de mil imigrantes a tentar atravessar a fronteira, mas metade não conseguiu. Muitos atiraram pedras aos agentes policiais dos dois lados das fronteiras, mas alguns dos imigrantes também tiveram de ser assistidos pela Cruz Vermelha, que montou um hospital de campanha no local. Cinco agentes da polícia marroquina ficaram feridos e 28 imigrantes apresentavam cortes nas mãos e nos pés, por causa do arame farpado da vedação fronteiriça.
A chegada dos imigrantes, que vieram do Mali e do Senegal, ao Centro de Estância Temporária de Imigrantes (CETI) de Melilla foi um momento de alegria. Foram recebidos pelos compatriotas que já lá se encontram com gritos de “bosa, bosa”, que significa “vitória” no seu idioma, e “viva Espanha”, entre abraços e sorrisos.
Apesar do aumento da vigilância, desde o início do ano que a pressão migratória no enclave espanhol no Norte de África tem sido mais elevada. Só nos primeiros dois meses do ano, entraram mais de 530 imigrantes ilegais em Melilla. Em comparação, durante todo o ano de 2013 entraram pouco mais de mil pessoas por estes meios na cidade autónoma.
Apesar do aumento da vigilância, desde o início do ano que a pressão migratória no enclave espanhol no Norte de África tem sido mais elevada. Só nos primeiros dois meses do ano, entraram mais de 530 imigrantes ilegais em Melilla. Em comparação, durante todo o ano de 2013 entraram pouco mais de mil pessoas por estes meios na cidade autónoma.
Na madrugada do último domingo, as autoridades espanholas e marroquinas conseguiram travar vários grupos, de 200 imigrantes no total, que tentavam entrar em Melilla. O CETI local alberga neste momento mais de 1300 pessoas, apesar de ter uma lotação para 480. Várias tendas do exército foram montadas para fazer face à escassez de locais para receber os imigrantes.
A pressão migratória às portas do território espanhol levou recentemente o ministro do Interior, Jorge Fernández Díaz, a descrever a situação como uma “emergência de Estado” e a pedir auxílio a Bruxelas. “Este problema deve ser tratado como uma política de Estado, em colaboração com a União Europeia”, afirmou o ministro.
Para 27 de Março está marcada uma cimeira entre as cidades de Ceuta e Melilla para discutir a questão migratória.
Para 27 de Março está marcada uma cimeira entre as cidades de Ceuta e Melilla para discutir a questão migratória.
500 salvos no Mediterrâneo
Na segunda-feira passada, a Marinha italiana resgatou mais de 500 pessoas durante duas operações no Mar Mediterrâneo. Durante a noite, foram salvos 323 palestinianos e sírios e, algumas horas antes, tinham sido assistidos 273 imigrantes provenientes da Eritreia.
Desde que foi lançada, no Outono para aumentar a vigilância no Mediterrâneo, a operação Mare Nostrum já resgatou mais de dez mil pessoas que tentavam alcançar o território italiano.