quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Guiné-Bissau Reinicia, 36 Anos Depois, Exportação de Amendoim

Guiné-Bissau

Um grupo de empresários chineses está a trabalhar com uma empresa guineense para voltar a comprar toda produção de amendoim da Guiné-Bissau, disse na terça-feira Botche Candé, administrador da empresa Cuba Limitada.

 
De acordo com Botché Candé, ministro do Comércio no governo deposto em Abril passado, a intenção da sua empresa é retomar a exportação de amendoim interrompida há 36 anos.
 
Tendo como compradores empresários chineses que já se encontram no país, a empresa do antigo ministro pretende comprar de imediato quatro mil toneladas de amendoim, quantidade que o próprio Botché Candé reconhece ser difícil de atingir.
 
No ano passado, Guiné-Bissau foi grande exportador de amendoim, tendo inclusive, em 1980, exportado para vários países do mundo, 25 mil toneladas do produto. Nos últimos anos, com o cultivo acentuado do cajú, o país deixou de produzir outras culturas.
 
A partir dos anos 90 do século passado, o cajú passou a ser o principal produto de exportação da Guiné-Bissau. Em 2010, o país exportou cerca de 180 mil toneladas, tendo rendido 156 milhões de dólares aos cofres do Estado, indicam dados do Governo.
 
A última colheita de cajú foi substancialmente mais fraca e houve dificuldades de exportação, devido ao golpe de Estado e à baixa de preço do produto no mercado internacional.
 
O grupo chinês que agora pretende comprar o amendoim guineense e visa, no futuro, abrir uma unidade de processamento do produto no país com o qual vai empregar 200 pessoas, disse Botché Candé.

Homem Mais Rico da África do Sul Vai Doar metade da Fortuna aos Carenciados

África do Sul-O milionário sul-africano Patrice Motsepe anunciou quarta-feira que vai doar metade da sua fortuna a uma fundação de solidariedade, respondendo desta forma a uma campanha internacional dos filantropos norte-americanos Bill Gates e Warren Buffett.
Natural do Soweto, a sul de Joanesburgo, Patrice Motsepe, de 51 anos, controla o grupo mineiro African Rainbow Minerals e é a oitava fortuna do continente africano, avaliada em 2,65 mil milhões de dólares (cerca de 1,95 mil milhões de euros), segundo a revista norte-americana Forbes.
«As necessidades e os desafios são grandes e espero que este compromisso encoraje outros na África do Sul e em outras economias emergentes a dar e a fazer o mundo um lugar melhor», afirmou o milionário, num comunicado.

Presidente da Guiné Conakry Lamenta Intervenção Francesa no Mali que Considera "Vergonha para África"

Guiné Conakry

Conakry - A intervenção militar francesa no Mali para ajudar este país a combater os rebeldes islamitas é "uma vergonha" para África, sessenta anos depois das independências, declarou o Presidente guineense, Alpha Condé, terça-feira em Conakry no seu regresso ao país depois de participar na XX Cimeira da União Africana (UA) em Addis Abeba, na Etiópia.
 
O Presidente Condé afirmou que um dos temas da próxima Cimeira da instituição continental, prevista para 25 de Maio próximo em Addis Abeba para comemorar o 50º aniversário da Organização da Unidade Africana (OUA) tornada UA, abordará a gestão pelos africanos das resoluções dos conflitos em curso no continente.
 
"Apesar de toda África ter saudado a intervenção das forças militares francesas no Mali atormentada pela instalação no seu território de islamitas e outros narcotraficantes, é uma vergonha para nós que, depois de sessenta anos de independência, França resolva este problema no continente", disse.
 
Contudo, ele reconheceu que se França não tivesse intervindo a instalação dos islamitas e outros narcotraficantes seria "uma catástrofe" para o Mali ou para toda a sub-região e o mundo inteiro.
 
O Presidente Condé apelou a uma reflexão no seio da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) sobre as soluções africanas a encontrar no futuro para tais problemas, porque, segundo ele, a África Central resolveu, sem o concurso do Ocidente, o problema na República Centro Africana (RCA).
 
O chefe do Estado guineense, que anunciou recentemente o envio ao Mali dum contingente de 125 militares do seu país para reforçar as forças africanas já desdobradas ao lado dos militares franceses, afirmou que a Guiné vai conceder, sem precisar o montante, uma contribuição para a soma requerida em benefício do Mali.
 
"Como disse o defunto Presidente Ahmed Sékou Touré, a Guiné e o Mali são dois pulmões de um mesmo corpo. Então somos obrigados a dar a nossa contribuição a favor do Mali que se bate por uma causa nobre e justa para que o segundo pulmão não morra", declarou.
 
De um orçamento previsional de mais de 900 milhões de dólares americanos proposto pela CEDEAO, a reunião de doadores em Addis Abeba registou promessas de financiamentos de 455 milhões de dólares americanos destinados à logística, à manutenção das forças africanas, inicialmente estimadas em três mil e 300 homens, mas atualmente composta por mais do que o dobro, e à formação do Exército maliano.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Análise: Qual o Perigo Real da Ameaça Terrorista no Norte da África?

Rebeldes islâmicos no Mali (AFP)
Rebeldes islâmicos haviam imposto a lei islâmica no norte do Mali
Inglaterra-premeiro-ministro britânico, David Cameron, disse recentemente que extremistas islâmicos no norte da África representam uma "ameaça grande e existencial", em reação à crise dos reféns em uma refinaria da Argélia. O episódio deixou dezenas de mortos, principalmente estrangeiros.
 
"Será necessária uma resposta de anos, até décadas, e não de meses", afirmou Cameron. "Estamos diante de grupos extremistas islâmicos ligados à Al-Qaeda. Assim como lidamos com eles no Afeganistão e no Paquistão, precisamos nos unir para lidar com essa ameaça no norte da África."

O grupo responsável pela tomada de reféns na refinaria de In Amenas parece ter sido liderado por Mokhtar Belmokhtar, um jihadista local que foi, até o ano passado, comandante do AQIM, braço da Al-Qaeda na região africana do Magreb.

Ele fundou uma facção independente que defende que a ofensiva na Argélia é uma retaliação à ação militar francesa no Mali.

Mas como essa facção aparentemente tinha agentes infiltrados dentro da refinaria, parece provável que o plano de ataque do grupo tenha sido planejado há tempos e adiantado por causa do avanço francês no Mali.

E foi um líder próximo a Belmokhtar, Omar Ould Hamaha, quem declarou que a resposta à intervenção da França "abriu os portões do inferno (e) uma armadilha muito mais perigosa que o Iraque, o Afeganistão ou a Somália".

Tensões e elos regionais

Não chega a surpreender o fato de a facção de Belmokhtar querer atacar um alvo ocidental, dado seu histórico de sequestro de estrangeiros e de derramamento de sangue quando comandava o AQIM.

Criado com o nome de Grupo Islâmico Armado (GIA), após o Exército ter anulado as eleições de 1990 na Argélia, o grupo abrigou-se em 2007 sob o manto da AL-Qaeda e virou AQIM.

O GIA já havia tido ligações com ataques ao metrô de Paris, em meados dos anos 1990, e grupos norte-africanos têm histórica antipatia pelo antigo poder colonial francês na região.

O que preocupa nos eventos recentes na África, porém, é que grupos violentos de semelhante retórica extremista podem ser encontrados em diversos países.
Mokhtar Belmokhtar é apontado como líder do grupo que invadiu refinaria na Argélia

Só no Mali, além da AQIM, há outros grupos e inclusive uma ramificação da AQIM, que no ano passado tomou o controle de grandes partes do norte do país, onde passou a impor a lei islâmica.

Na Nigéria, o grupo extremista islâmico Boko Haram tem promovido uma campanha terrorista desestabilizadora e sangrenta, aproveitando-se de antigas tensões socio-econômicas locais.

Na semana passada, vieram à tona relatos de que um líder do grupo teria entrado no Norte do Mali.

Comandantes militares americanos há tempos advertem para uma possível conexão entre o Boko Haram, a AQIM e a Al-Qaeda na Península Arábica (braço iemenita da organização).

E, a partir do Iêmen, atravessando-se o golfo de Áden, chega-se na Somália, país-sede do Al-Shabab, grupo jihadista que no ano passado alinhou-se oficialmente à Al-Qaeda. Além disso, acredita-se que combatentes do Boko Haram estejam treinando lado a lado de membros do Al-Shabab.

Agenda local

Algo que é particularmente preocupante para arquitetos de defesa ocidentais é o fato de muitos desses grupos terem atraído um grande número de combatentes estrangeiros.

Um exemplo é o sírio-americano Omar Hammami, que cresceu dentro do Al-Shabab até ser preterido pelo grupo.E a rede da AQIM se estendem até a França, a Espanha, a Itália e o Reino Unido.

No recente ataque na Argélia, o governo do país disse que um canadense estava envolvido na ação extremista.sob os olhos da Europa Ocidental forma-se um quadro assustador.

Mas o risco é de exagerar essa ameaça e focar no todo, em vez de nas partes individuais.Ainda que haja elos entre os grupos islâmicos, eles não costumam operar de forma uníssona nem têm objetivos similares.

Em geral, reivindicações locais se sobrepõem às internacionais, ainda que os grupos digam operar sob o guarda-chuva de uma organização internacional como a Al-Qaeda.

E faz muito tempo que células ligadas à AQIM não conseguem levar a cabo um plano terrorista na Europa.

Ainda que diversos planos recentes tenham sido ligados ao Al-Shabab, até o momento há poucos indícios de que eles fossem para ataques no Ocidente.

A maior ameaça é para os interesses ocidentais na África - locais como a refinaria de In Amenas, que agora serão vistos como potenciais alvos de grupos buscando atenção internacional, vingança contra a França ou represália a ações ocidentais contra aliados.

Ford Prevê perdas de US$ 2 Bilhões na Europa e Lucro Maior nos EUA

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


Ford-A Ford previu terça-feira que o lucro operacional de 2013 ficará em linha com os resultados do ano passado, tendo em vista que a maior participação de mercado nos Estados Unidos compensa as crescentes perdas na Europa. As previsões de vendas na Europa estão piores, e a Ford prevê perder US$ 2 bilhões em 2013 no continente, acima do total de US$ 1,75 bilhão em 2012.
 
No entanto, a segunda maior montadora de veículos dos Estados Unidos acredita em lucros maiores na América do Norte neste ano.A região foi a maior força da Ford em 2012 e a ajudou a superar as estimativas de Wall Street para o quarto trimestre. "Devemos ver, na zona do euro, uma recessão no fechado do ano", afirmou o vice-presidente financeiro, Bob Shanks, no anúncio dos resultados.
 
A Ford teve um lucro operacional antes de impostos de quase US$ 1,7 bilhão nos três últimos meses de 2012, ou US$ 0,31 por ação, acima da estimativa média de analistas de US$ 0,25 por ação, de acordo com a Thomson Reuters I/B/E/S. Esse resultado se compara a US$ 1,1 bilhão, ou US$ 0,20 por ação, um ano antes. A receita no quarto trimestre somou US$ 36,5 bilhões.
 
Na América do Norte, a montadora ganhou US$ 1,9 bilhão, US$ 1 bilhão a mais do que em 2011. As perdas na Europa somaram US$ 732 milhões, bem acima do prejuízo de US$ 190 milhões um ano antes.
 
A recuperação na América Norte será um guia para a reestruturação da Ford na Europa, onde a companhia planeja fechar três fábricas e reduzir a capacidade de produção em 18% para economizar US$ 500 milhões por ano. A Ford, que prevê perdas na Europa US$ 200 milhões maiores em 2013, por outro lado acredita em maior participação de mercado nos Estados Unidos e China.

Guiné-Bissau: Chefe das Forças Armadas do Senegal Termina Visita ao País

Bissau – O Chefe do Estado Maior-general das Forças Armadas do Senegal termina, terça-feira, 29 de Janeiro, a sua visita de dois dias à Guiné-Bissau.
 
Convidado pelo homólogo guineense, António Indjai, o Chefe do Estado Maior-general das Forças Armadas do Senegal, Mamadu Sow, visitou unidades militares no país e o contingente militar do Senegal em Bissau, que integra um total de 200 homens, no âmbito da ECOMIB (Força de alerta da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental
– CEDEAO).

Nesta sequência da ECOMIB, os médicos militares senegaleses estão a efectuar consultas no Hospital Militar de Bissau, enquanto os engenheiros aguardam pelo início das obras de reparação de quartéis, que se encontram num estado avançado degradação.

Durante a sua estadia em Bissau, espera-se um esclarecimento sobre a participação do país na Missão Internacional de Apoio ao Mali (MISMA) onde cerca de 120 militares guineenses se encontram acantonados na Base Área de Bissau, nos arredores da capital.

O assunto tem gerado controvérsia entre as autoridades militares, que afirmavam que os soldados guineenses iriam participar na guerra do Mali mas sob o comando senegalês, enquanto recentemente Serifo Nhamadjo, de regresso da cimeira extraordinária da CEDEAO em Abidjan, afirmou que a Guiné-Bissau não iria enviar soldados para o Mali, por falta de meios financeiros.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Hollande e Merkel Celebram reconciliação Franco-alemã

   A chanceler Angela Merkel e o presidente François Hollande se cumprimentaram com beijos no rosto.  
Aniversário de Reconciliação-Em meio a uma crise nas relações franco-alemãs, o presidente francês, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel, deram início, em Reims (França) às celebrações dos 50 anos da reconciliação entre os dois países, após a Segunda Guerra Mundial. O evento foi manchado pela profanação de 51 túmulos de soldados alemães em um cemitério de região.

A descoberta dos atos de vandalismo, feitos nas cruzes dos túmulos, ocorreu à noite, na véspera do encontro entre os dois governantes. Um cemitério de Ardennes, onde repousam combatentes da Primeira Guerra Mundial, foi atacado. “Em relação a acontecimentos ocorridos, digo que nenhuma força obscura, e ainda menos a estupidez que lhe alimenta, não poderá alterar o movimento de profunda amizade franco-alemã”, declarou Hollande, domingo, ao lado de Merkel. “Nossa amizade inspira a Europa. Nós não queremos dar lições. Nós desejamos simplesmente dar o exemplo”, acrescentou.

Antes, o presidente francês havia recebido a chanceler alemã, sob uma chuva constante, em frente à catedral de Reims, para onde os dois se dirigiram juntos a pé. No local, onde o general Charles de Gaulle e o chanceler Konrad Adenauer celaram a reconciliação em 8 de Julho de 1962, os líderes discursaram. Merkel defendeu a união política da Europa.

"Hoje, à união econômica e monetária, nós devemos amparar o nível político. É um trabalho hercúleo, mas a Europa é capaz de fazê-lo", afirmou. "A Europa é muito mais do que uma moeda, e a relação franco-alemã é incontornável neste aspecto. Ela marcou fortemente a unificação europeia e a fez progredir", disse, destacando que não se trata de "uma relação exclusiva", mas sim convida os demais países "a se associarem".

O discurso complementa declarações recentes de Hollande, que demonstrou a vontade de alargar a liderança franco-alemã na Europa para países como Itália e Espanha, que tentam há meses participar mais das decisões. Merkel - que havia ignorado o socialista durante a campanha eleitoral francesa, devido à sua intenção de renegociar o pacto fiscal europeia se mostrou conciliadora, chamando Hollande de “caro François” e terminando o discurso com um “Vive l’amitié franco-allemande” (“Viva a amizade franco-alemã”, em francês).

Na França, a oposição vem criticando o governo socialista por ter “degradado as relações” com a vizinha em apenas poucas semanas.Hollande buscou apoio dos colegas italiano e espanhol para inserir um “pacto de crescimento” ao pacto fiscal, que para Merkel sempre foi não-negociável.

Soldados Franceses e Malinenses Tomam o Controle do Aeroporto de Gao

 
Mali-Soldados franceses e malinenses tomaram sábado o controle do aeroporto de Gao, um reduto islamita situado 1.200 km a nordeste de Bamaco, informaram fontes da segurança de Mali, onde um grupo rebelde propôs negociar a libertação de um refém francês.
 
"As forças francesas tomaram a zona do aeroporto de Gao e a ponte de Wabary de Gao", afirmou o ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian, em um comunicado difundido sábado passado.
 
Segundo fontes ligadas ao ministro, os combates continuam nesta zona onde há uma forte tensão. Outra fonte garantiu que esses dois lugares estratégicos estão completamente sob o controle das forças malinenses e francesas.O aeroporto fica situado 6 km a leste de Gao. A ponte fica na entrada sul da cidade.
 
Paralelo a isso, uma coluna de soldados e blindados chadianos, posicionada em Niamey, no Níger, partiu rumo a Ualam, perto da fronteira com o Mali, de onde, junto com soldados nigerianos, se dirigirão a Gao.
 
Gao, uma das principais cidades do norte do Mali, é o reduto dos islamitas do Movimento para a Unidade e a Jihad na África Ocidental (MUJAO).
 
O MUJAO anunciou sábado passado à AFP que está disposto a negociar a libertação do refém francês que mantém em seu poder há meses.
 
Foi o que informou Walid Abu Sarhaui, porta-voz do movimento, referindo-se ao francês Gilberto Rodriguez Leal, sequestrado em novembro de 2012 no oeste do Mali.
 
"Queremos negociar. Quanto à guerra entre muçulmanos, podemos nos entender", afirmou o porta-voz quando indagado se sua vontade de negociar estava relacionada com a situação na zona.
 
A grande maioria dos combatentes islamitas evacuou a cidade nos últimos dias para fugir dos ataques aéreos franceses contra "campos de treinamento, infraestruturas e depósitos logísticos", segundo uma fonte oficial francesa.
 
A tomada do aeroporto de Gao ilustra a vontade das forças malinenses e francesas de reconquistar o norte do Mali, depois de ter ocupado Diabali (oeste), Konna e Douentza (centro).
 
Na sexta-feira, as tropas francesas tomaram o controle de Hombori (norte de Bamaco), que se converteu na primeira cidade do norte do Mali reconquistada.
 
Neste sábado, uma coluna de soldados malinenses e franceses avançava para Timbuctu, a cidade símbolo do Islã na África.As tropas francesas e malinenses avançam em meio a uma degradação da situação humanitária nas grandes cidades do norte.
 
A associação Ação Contra a Fome (ACF) dá conta de inúmeros casos de má nutrição infantil aguda.A situação também é crítica em Timbuctu, onde não há eletricidade há três dias.
 
Por sua parte, os chefes do Estado-Maior dos países oeste-africanos se reuniram de emergência em Abidjan para desenvolver a Missão Internacional de Apoio ao Mali (MISMA).A União Africana decidiu na sexta-feira aumentar os efetivos da força africana no Mali.
 
A Comunidade Econômica dos Estados da África do Oeste (CEDEAO) prevê enviar 4.000 homens às operações no Mali.Mil homens desses efetivos já se encontram no Mali, para onde se dirigem outros 2.000 soldados do Chade, com muita experiência em guerra no deserto.
 
Por sua parte, o ministro francês da Defesa anunciou sábado passado, no 16º dia de intervenção militar contra os grupos islamitas armados no Mali, que 3.700 militares franceses estão mobilizados na Operação Serval, sendo que 2.500 já operam em território malinense.

Brasil Participa de Cúpula Entre América Latina, Caribe e UE


Dilma Rousseff
 






 
 

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Guiné-Bissau: Aristides Ocante da Silva Lança Candidatura à Presidência do PAIGC

Bissau - O ex-ministro da Função Pública do Governo deposto a 12 de Abril procedeu, quarta-feira, 23 de Janeiro, ao lançamento da sua candidatura à Presidência do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

Aristides Ocante da Silva disse que a sua corrida à liderança do partido consiste numa candidatura espontânea, em resposta ao chamamento as regras regulamentares do partido e resultado de uma reflexão dos militantes do PAIGC na sua reafirmação.

«Esperamos continuar a expirar a confiança com a nossa tarefa envolvida no início de um percurso político», referiu o antigo governante.

O candidato disse que esta iniciativa visa colocar o partido «em marcha» e anunciou estar pronto para aceitar o resultado que obtiver no congresso.


«É uma candidatura animada com espírito de camaradagem e de harmonia no seio do partido. Aceitamos qualquer resultado que venha a acontecer», declarou.

O respeito às leis, com base nos estatutos do PAIGC, as reformas nos sectores estruturais do partido e a formação de militantes foram, de entre outras, metas definidas por Ocante da Silva.

«Após uma reflexão pessoal profunda decidi que, depois de 37 anos como militante, estou na altura de implementar os ideais do partido promovendo valores de luta de libertação nacional», destacou o ex-ministro.

Além de aspectos anteriormente levantados, Aristides Ocante da Silva disse que, caso seja eleito, vai promover a unidade interna do PAIGC, para que possa congregar os seus militantes e ganhar as próximas eleições.

Com base na realidade da Guiné-Bissau, este político disse ser necessário atacar os problemas estruturais do país.

Além de Aristides Ocante da Silva, alguns militantes manifestaram igualmente as suas intenções de concorrer à liderança do PAIGC, tal como Domingos Simões Pereira, Carlos Gomes Júnior e Braima Camará.

A Nova Economia: Adeus à China, Saudações à África?

áfrica, china

África-A África ocupará o lugar da China... Os recursos de mão-de-obra no “Império Celeste” estão prestes a serem esgotados. Este é um desafio sério a toda a economia moderna.

Alguns analistas reputam que a salvação virá do continente africano que irá tornar-se uma nova fonte de mão-de-obra barata e, futuramente, o centro da produção mundial.

Será assim mesmo?

A base do “milagre chinês” foi a fusão de um sistema autoritário rígido com uma reserva enorme da mão-de-obra barata. Mas quaisquer reservas não são infinitas. Jack Goldstone, professor da Universidade de Jorge Maisson, Washington, declarou no Fórum Gaidar-2013, realizado em Moscou,Moscovo, que dentro de alguns anos o crescimento da mão-de-obra chinesa vai ceder lugar à recessão devido ao envelhecimento geral da população.
 
Isto quer dizer que os modelos econômico e social dos últimos trinta anos estarão ameaçados. O professor americano reputa que as áreas de produção asiáticas devem deslocar-se gradualmente para a África.
 
Tanto os economistas, como os especialistas em estudos orientais estão de acordo de que o recurso básico da China será esgotado em breve. Eis a opinião de Andrei Ostrovski, vice-diretor do Instituto do Extremo Oriente junto da Academia de Ciências Russa.
 
"Com efeito, a mão-de-obra chinesa torna-se cada vez mais cara e dentro de uns dez anos o seu preço será comparável ao respectivo parâmetro de Taiwan, Hong-kong, Coréia e Japão. O nível salarial irá subir substancialmente todos os anos.
 
O problema está ligado basicamente ao fato de que a partir de 2016 vai diminuir a cota economicamente ativa na população da China.Por isso, irá crescer o custo da mão-de-obra. Além disso, irá exercer a sua influência a elevação da qualificação dos quadros."
 
Ao mesmo tempo, os peritos encaram com ceticismo a tese a respeito do futuro papel da África. Eis a opinião de Ruslan Grinberg, diretor do Instituto de Economia junto da Academia de Ciências Russa:
 
"Quanto à idéia de que depois do preço da mão-de-obra na China atingir o nível europeu toda a produção vai passar para a África, esta idéia é totalmente exótica. Na África não existem condições necessárias e é pouco provável que a produção seja transferida para este continente. Falta também a respectiva infra-estrutura.A sua edificação é toda uma epopéia. Neste caso deve existir a força de vontade do Partido Comunista, o que se deu na China. Ou a exemplo do Partido Comunista, na Coréia. Creio que no caso da África isto não dará certo."
 
Com efeito, os investimentos afluem para os países do Continente Negro. Todavia o perito em estudos orientais Andrei Ostrovski constata que tanto os EUA, como a China, investem nos ativos relativos à matéria-prima, de que necessitam para o desenvolvimento da produção nos seus próprios territórios.Mas a questão básica não é a África. O trabalho mal pago tornou-se uma das causas da crise econômica.
 
O trabalho barato não somente freia as tecnologias, mas também intensifica a desigualdade social. Aliás, Ruslan Grinberg ressalta que jamais faltam as produções que requerem o trabalho braçal.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Primeiro-ministro Vence Eleição em Israel, Mas Precisa de Aliança Para Governar

Israel-O partido Likud, do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, venceu a eleição legislativa em Israel, terça-feira, e terá 31 das 120 cadeiras do Parlamento. No entanto, o atual chefe de governo precisará do apoio dos atuais adversários da centro-esquerda para poder governar.

A nova coalizão que comandará o Estado judaico começará a ser montada na quinta (24), dia em que o presidente Shimon Peres inicia as negociações com os partidos. Ele terá até 40 dias para congregar forças políticas que formarão a maioria, que deve ter, no mínimo, 61 parlamentares.


Segundo os resultados oficiais, o Likud Beitenu, coalizão formada por Netanyahu e o ex-chanceler Avigdor Lieberman, conseguiu 31 das 120 cadeiras do Parlamento. O partido é a maioria entre os militantes da direita, que possuem 41 assentos.

Eles, no entanto, perderam para a centro-esquerda o posto de maior grupo ideológico na Casa. Os partidos, que faziam oposição a Netanyahu neste mandato, conseguiram 48 vagas. O maior destaque foi a surpresa provocada pelo partido Yesh Atid, que obteve 19 cadeiras.

Os árabes-israelenses, de tendência esquerdista, conseguiram 12 assentos e a extrema-direita, 19. Considerando apenas os blocos majoritários, entre esquerda e direita, cada um conseguiu 60 deputados, o que complica a pretensão de Netanyahu de aprovar os projetos de governo do Likud.

ALIANÇAS

Devido ao empate, Netanyahu será obrigado a buscar aliança com algum dos partidos de centro, em um cenário diferente do conseguido após a eleição de 2009, em que a direita obteve maioria. No entanto, o cenário mostra que a negociação será difícil.

A principal força da centro-esquerda, o recém-criado Yesh Atid, não comentou sobre coligações. No entanto, o Partido Trabalhista, de Shelly Yajimovitch, e o Hatnuá, da ex-chanceler Tzipi Livni, descartaram qualquer união com o atual premeiro-ministro. Os dois grupos possuem juntos 21 deputados.

Por outro lado, é improvável que a oposição consiga maioria, pois teria que se aliar aos ultra-ortodoxos para poder derrubar Netanyahu. Uma coalizão com o grupo seria complicada pelos eventuais conflitos com os oito deputados árabes da base de centro-esquerda.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Nkosazana Zuma Deplora Ressurgimento de Novos Conflitos em África

Presidente da Comissão da União   Africana, Nkosazana Dlamini-Zuma
Presidente da Comissão da União Africana, Nkosazana Dlamini-Zuma

Addis Abeba (Dos enviados especiais) - A presidente da Comissão da União Africana (CUA), Nkosazana Dlamini-Zuma, deplorou, segunda-feira ,em Addis Abeba, o ressurgimento de novos conflitos em África, numa altura que a maioria dos países do continente estava ávido da paz e da estabilidade.

Intervindo na abertura da 25ª Sessão ordinária do Comité de Representantes Permanentes (órgão constituído por embaixadores dos países membros da União Africana), a diplomata sul-africana ao serviço da UA sublinhou que reemergiram os conflitos no leste da República Democrática do Congo (RDC), na Guiné Bissau e na República Centro Africana.

Para a presidente da CUA, a guerra do Mali e do Sahel, das quais a organização continental está a fazer face actualmente, representa um desafio multifacetado com implicações para as regiões vizinhas e continentais.

Por isso, apelou aos países membros, às comunidades Económicas Regionais, à União Africana para que continuem a envidar esforços conjuntos, com vista a manutenção da paz em África com a assistência da comunidade internacional.

Nkosazana Zuma sublinhou que gostaria de fazer um balanço equilibrado entre o alcance da paz e o desenvolvimento, no entanto, este facto não pode ser possível porque o continente não conseguiu avançar nestas duas frentes simultaneamente.

Salientou ainda que o seu balanço só poderá ser efectivo quando houver uma activa participação dos africanos na governação e no desenvolvimento, através de uma ampla mobilização de todos os sectores da sociedade civil e da diáspora, especialmente durante as celebrações do 50º aniversario da União.

Embora essas crises emergentes, a líder da CUA enfatizou no seu discurso os avanços registados para a operacionalização de uma Arquitectura da Africana de Paz e Segurança (APSA) que pode jogar um papel essencial para gestão desses conflitos.

A diplomata ao serviço da UA enalteceu também, na sua locução, os progressos registados na Somália, no conflito entre o Sudão e o Sudão do Sul, e a crise no Madagáscar.

Discursou também na sessão de abertura o presidente do CRP, embaixador do Benin junto da UA, Ferdinand Montcho, que sublinhou que a África continua a registar a agravação da situação política e segurança cujas persistência foi agravada pela crise económica, vivida pelos países desenvolvidos.

Outrossim, sustentou o diplomata beninense, alem dos distúrbios sociais engendradas, desde há uma ano pela "Primavera Árabe" no norte de África em 2011, o continente foi assolado também em 2012 por uma serie de crises politicas e de segurança noutras regiões, com realce para o golpe de Estado, registado em Março de 2012 no Mali, cuja consequências evoluíram pela ocupação do norte do seu território por grupos islamistas e terroristas.

Ferdinand Montcho lamentou igualmente o golpe de Estado ocorrido na Guiné-Bissau em Abril de 2012, pondo, esses graves eventos em causa os princípios de negação de governos inconstitucionais, da não agressão e da Carta Africana da democracia, de eleições e da boa governação que os estados livremente adoptaram.

A Angola participa na 25ª sessão do CRP pelo seu embaixador na Etiópia, na UA e na Comissão Económica da ONU para a África, Arcanjo do Nascimento.

Conflito-África 2: Radicais Islâmicos Ameaçam Novos Ataques

Mali - O grupo radical islâmico Os Mascarados ameaçou novamente hoje fazer novos ataques contra instalações estrangeiras após o fim do sequestro ao campo de gás de In Amenas, no sul da Argélia, que terminou no sábado.

A entidade reivindicou a ação, iniciada na quarta, em que mais de 800 pessoas foram sequestradas, entre funcionários argelinos e estrangeiros. Segundo as autoridades locais, pelo menos 23 reféns e 32 terroristas morreram após uma ação militar. Outros 25 corpos foram encontrados, mas ainda não foram identificados.

Em comunicado, a organização, que é ligada à Al Qaeda, disse que tentará fazer novos ataques enquanto não acabar a operação francesa no Mali. Eles alegam que tentaram negociar com as autoridades argelinas, que preferiram usar a força.

"Prometemos fazer novas ações se as autoridades que iniciaram a ocupação na região de Azawad (norte do Mali) não revertem sua decisão de entrar no conflito", disse o grupo, em nota distribuída à agência de notícias ANI, da Mauritânia.

Na última sexta-feira, os rebeldes haviam pedido a troca de dois reféns americanos por dois terroristas presos nos EUA e o fim da intervenção no Mali pela liberação dos retidos franceses e britânicos. As autoridades ocidentais e argelinos não aceitaram a proposta e iniciaram o ataque.

Mortos

Até o momento, foram confirmadas as identidades de 23 reféns mortos e 32 terroristas, mas sem mencionar nacionalidades. Um romeno também morreu no hospital após sair da Argélia para tratamento em seu país. Outras 792 pessoas foram resgatadas com vida.

Dentre os mortos estão seis filipinos, três britânicos, dois romenos, um americano e um francês. Ontem, foram encontrados outros 25 corpos, mas não há informações se são dos funcionários do campo de gás ou de sequestradores.


Os governos dos países que possuem cidadãos envolvidos no ataque informaram que ainda estão desaparecidos dez japoneses, três britânicos, cinco noruegueses, quatro filipinos e dois malaios.

Hoje, o Departamento de Estado dos EUA autorizou famílias dos diplomatas na Argélia a sair do país africano, em uma ação preventiva contra represálias após o sequestro em In Amenas.

O governo americano diz que a decisão foi tomada como medida de segurança para evitar sequestros. Também foram reforçadas as orientações a cidadãos americanos sobre a segurança no país.

Os EUA foram o primeiro país a fazer a retirada de parte de seus funcionários devido ao incidente no campo de gás.

Nomeação de Ramos-Horta é "Réstia de Esperança" - Carlos Júnior


Lisboa - O primeiro-ministro deposto da Guiné-Bissau considerou hoje que a nomeação de José Ramos-Horta como representante da ONU no país representa "uma nova réstia de esperança de que haja paz e estabilidade" naquele Estado africano.

"A nomeação de Ramos-Horta é uma nova réstia de esperança de que haja paz e estabilidade na Guiné-Bissau dada a experiência que ele tem", disse Carlos Gomes Júnior à Lusa.
"Contamos com todo o seu apoio para que haja efetivamente paz definitiva e estabilidade", reiterou.

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, designou no último dia de 2012 o ex-presidente timorense José Ramos-Horta como seu representante especial na Guiné-Bissau, para liderar a missão da UNIOGBIS -- criada para consolidar a paz no país.

Na segunda-feira, após uma visita à sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em Lisboa, Ramos-Horta, admitiu que será difícil mobilizar a comunidade internacional para apoiar o processo eleitoral na Guiné-Bissau e mostrou-se favorável a um adiamento das eleições.

Afirmou ainda que os países africanos, nomeadamente a Guiné-Bissau, são vítimas dos países produtores e consumidores de droga e que estes têm que fazer mais para combater o narcotráfico.

Hoje, escusando-se a comentar estas últimas declarações, Carlos Gomes Júnior concordou com o representante da ONU sobre as dificuldades de conquistar o apoio financeiro da comunidade internacional para as eleições guineenses.

Recordou que na primeira volta das eleições presidenciais de 2012, havia uma estimativa de que seriam necessários cinco milhões de dólares para a realização desse acto.

"Agora o governo de transição fala de uma estimativa de cerca de 20 milhões de dólares para a realização de todos os actos eleitorais e nós pensamos que, dada a crise que existe na comunidade internacional neste momento, será difícil conseguir apoio para o montante que está a perspectivar-se", disse.

No entanto, afirmou que os responsáveis da Comissão Nacional de Eleições se pronunciarão, "a devido tempo", sobre se há ou não condições para a realização das eleições.

As eleições presidenciais de 2012 foram interrompidas por um golpe de Estado, a 12 de Abril, quando Carlos Gomes Júnior, que obtivera 49% dos votos na primeira volta, se preparava para defrontar Kumba Ialá na segunda volta.

BAD Oferece $ 1 Milhão de Ajuda a Refugiados Malianos na Mauritânia

Nouakchott – O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) concedeu ao Programa Alimentar Mundial (PAM) um milhão de dólares americanos para o ajudar a fazer face ao fluxo de refugiados malianos na Mauritânia, soube a PANA quinta-feira de fonte oficial em Nouakchott.

 Esta ajuda "permitirá ao PAM dar uma assistência alimentar e nutricional a 54 mil 117 refugiados malianos instalados no campo de M'Bera situado, no leste da Mauritânia, por um período de três meses", lê-se no mesmo documento.
 
O PAM disse desejar ver "esta parceria desenvolver-se no futuro a favor dos refugiados malianos e de populações mauritanas, que sofreram ao mesmo tempo da crise ligada à seca e da chegada em massa dos refugiados malianos".
 
Por outro lado, este financiamento "materializa o prosseguimento do compromisso do BAD de preservar as vidas hunmanas, os meios de subsistência e a resiliência das populações africanas ameaçadas pela subalimentação", afirma o representante do PAM na Mauritânia, Alain Cordeil.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Serifo Nhamadjo Admite Adiamento das Eleições na Guiné-Bissau

Serifo Nhamadjo, Presidente de Transição
Serifo Nhamadjo, Presidente de Transição

Bissau-Depois do PAIGC, após a assinatura do Pacto de Transição, desta vez foi o Presidente de Transição , Serifo Nhamadjo, a admitir Sexta-feira última que não será possível fazer eleições legislativas e presidenciais em Abril, como estava previsto no acordo de transição assinado em Maio de 2012.

Por questões técnicas e financeiras, para Serifo Nhamadjo "infelizmente" não será possível respeitar o prazo de um ano após o Golpe de Estado para a realização das eleições.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Hollande Reforça Contingente no Mali, Tropas Africanas a Caminho

Mali-O Presidente François Hollande anunciou terça-feira em Abu Dhabi que a força francesa enviada para o Mali para ajudar a travar os avanços dos rebeldes islamistas vai ser reforçada para 2500 soldados.
 
“Neste momento temos 750 homens e esse número vai aumentar ainda, para em seguida darmos o mais rapidamente possível lugar às forças africanas”, afirmou Hollande perante os jornalistas numa visita à base naval onde estão os militares franceses, em Abu Dhabi.
A França está na primeira linha”, sublinhou o Presidente francês, que foi terça-feira aos Emirados Árabes Unidos numa visita em que procura o apoio de mais alguns países. “Se não tivesse ido teríamos agora um Mali completamente ocupado por terroristas e outros países africanos ameaçados.”
 
Na véspera, o Conselho de Segurança das Nações Unidas tinha apoiado por unanimidade a intervenção francesa no Mali para impedir o avanço dos grupos de rebeldes islamistas que tomaram o Norte do país. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, disse esperar que a intervenção ajude a devolver ao Mali a “ordem constitucional e a integridade territorial”.
 
Nos próximos dias, será também enviada uma força da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (Cedeao), confirmou à BBC o general Shehu Abdulkadir, que comanda essa força, depois de uma reunião dos comandantes dos vários países na capital do Mali, Bamako. Só a Nigéria enviará 900 homens, mais 300 do que o inicialmente previsto.
 
A França decidiu intervir no Mali na sexta-feira passada, por causa dos avanços dos combatentes islamistas que controlam as províncias do Norte em direcção ao Sul, onde fica a capital, Bamako. Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Laurent Fabius, a presença francesa deverá durar apenas algumas semanas.
 
Também os governos de Londres e de Berlim, na primeira linha do "apoio político" à intervenção militar da França no Mali, se comprometeram com o envio de equipamento ou pessoal de apoio para a missão destinada a travar a expansão dos islamistas. Dos EUA também já vieram ofertas de ajuda, nomeadamente ao nível do transporte e comunicações.
 
Outros países europeus, entre os quais Portugal, manifestaram o seu apoio à acção militar francesa, mas só a Bélgica e a Dinamarca se comprometeram com meios específicos. A União Europeia aprovou o envio de uma missão de treino para o Mali, cuja partida foi apressada para meados de Fevereiro ou Março.
 
O ministro francês dos Assuntos Parlamentares, Alain Vidalies, criticou terça-feira a falta de mobilização e as “ausências um pouco infelizes” da Europa no Mali. Mas a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, sublinhou a importância de uma “resposta internacional unificada” e anunciou uma reunião extraordinária dos ministros dos Negócios Estrangeiros europeus para estudar as “possíveis acções da UE para apoiar o Mali”, que deverá acontecer quinta-feira última. Também os líderes da África Ocidental se vão encontrar no sábado para discutir a crise no Mali.
 
O Norte do país está desde Abril sob o controlo de grupos islamistas e tuaregues, que se aproveitaram do caos que se instalou no país desde o golpe de Estado de Março. Na semana passada, os islamistas do Ansar Dine começaram a avançar em direcção a Sul e tomaram a cidade de Konna, que entretanto foi tomada pelo Exército do Mali, com o apoio das forças francesas.


Conflito-África 2: Trinta Argelinos e 15 Estrangeiros Escapam de Sequestro, Diz Agência


Argélia-- A agência estatal APS informou hoje que 30 argelinos e 15 estrangeiros conseguiram escapar do cativeiro em um campo de gás em In Amenas, no sul da Argélia. A instalação foi ocupada ontem por um grupo de radicais islâmicos em protesto contra a intervenção francesa no Mali.

Mais cedo, os extremistas, vinculados à rede terrorista Al Qaeda, disseram que detinham 41 estrangeiros na usina de Tinguenturin, que é controlado por um consórcio formado pela britânica BP, a norueguesa Statoil e a tunisiana Sonatrach.


A agência não deu detalhes de como ocorreu a saída. A informação ainda não foi confirmada de forma oficial pelas autoridades argelinas. Ontem, a APS disse que mais de 150 argelinos estavam na usina, junto com cerca de 20 estrangeiros.

Em nota, a petroleira BP disse que a situação no campo de gás "é frágil e não está resolvida", mas disse esperar uma solução pacífica. A empresa disse que não dará mais informações sobre a situação em In Amenas para não comprometer a segurança dos profissionais retidos.

O chanceler britânico, William Hague, disse que o primeiro-ministro, David Cameron, convocou uma reunião de emergência para avaliar a situação dos britânicos feitos reféns na instalação. Hague qualificou a situação como perigosa.

Exigências

Mais cedo, os radicais islâmicos exigiram a saída das tropas que cercam o campo de gás de In Amenas, ocupado desde a manhã de ontem.

Em entrevista à rede de televisão Al Jazeera, do Qatar, um dos insurgentes, que se identificou como Abu al Bara, afirmou que a retirada dos militares é a condição para negociar a liberação dos reféns. O militante passou o telefone para três reféns, que também pediram a saída das tropas.

O rebelde ouvido pelo canal exigiu a amnistia de radicais islâmicos presos no país para soltar os estrangeiros e declarou que a ação é uma mensagem política à Argélia sobre sua postura contra os combatentes radicais, em uma mensagem que vale também para os países vizinhos.

O ataque ao campo de gás na Argélia aconteceu em meio às operações francesas no Mali, em que tropas francesas auxiliam o Exército local para retomar o controle do país. Paris recebe auxílio logístico de Reino Unido e Estados Unidos.


Em decorrência das ações, o governo do presidente François Hollande foi ameaçado pelos radicais islâmicos de ações contra representações diplomáticas e empresas europeias na África e alvos estratégicos na Europa.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Guiné-Bissau: Rui Nené Volta a Vencer Eleição Para vice-Presidente do STJ

Bissau - O Juiz Conselheiro Rui Nené foi eleito,  quarta-feira passada 16 de Janeiro, vice-Presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ). A votação ocorreu normalmente e a escolha foi feita pelos Juízes Conselheiros e Desembargadores.
 
Trata-se de uma alternativa que surgiu depois de Rui Nené ter deixado a Comissão Nacional de Eleições (CNE), tendo regressado ao Supremo Tribunal de Justiça.

O magistrado já havia alcançado este lugar, em Dezembro, mas não chegou a assumi-lo uma vez que tinha sido também eleito Presidente da CNE pelos parlamentares, função à qual renunciou devido a pressões políticas.

Foi neste quadro que a Comissão Eleitoral do Poder Judicial decidiu organizar mais uma eleição para o cargo de vice-Presidente do STJ, processo que Rui Nené venceu com uma larga maioria sobre o seu oponente.

Depois da votação, o candidato eleito disse à imprensa que se trata de uma vitória do poder judicial guineense.

Juiz Conselheiro, Rui Nené é novo vice-presidente do Supremo Tribunal de Justiça, depois de uma curta experiência na Comissão Nacional de Eleições, apesar de não ter completado um mês de exercício, tendo sido obrigado a demitir-se das funções.

Os interesses políticos, sobretudo do actual poder de transição, estiveram na origem da sua renúncia. Rui Nené faz parte de uma nova direcção do STJ, liderada por Paulo Sanha