segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Sudão do Sul: O Conflito Étnico de Poder

Sudão do Sul-A esperança pela paz no Sudão do Sul, que apenas há dois anos celebrava a independência do Sudão, foi interrompida por uma nova onda de conflitos internos.
 
As armas de fogo voltaram às ruas devido a uma histórica rivalidade entre as etnias Dinka e Nuer. Os conflitos envolvem os militares do SPLA (Exército Popular de Libertação do Sudão), fieis ao presidente Kir de etnia Dinka, e os rebeldes, que segundo algumas fontes, são apoiados pelo vice presidente Rijek Machar de etnia Nuer.
 
O ponto da discórdia é o petróleo, principal fonte de receita do país. A população está descontente com o mau aproveitamento do dinheiro que o governo gera com os 245 mil barris de petróleo negociados diariamente e o presidente Kiir foi acusado de corrupção.
 
Salva Kir desconfia de um golpe de Estado elaborado pelo vice-presidente do país e despediu Riek Machar do cargo sob suspeita de traição. Os dois pertencem a diferentes etnias e nunca foram amigos.
 
Os conflitos imediatamente reproduziram-se pelo país e atingiram contornos de guerra com mortos e feridos pelas ruas. Kir tentou travar a desordem, mas era tarde demais, várias pessoas abandonaram o país que vive uma nova ameaça de guerra civil.

Mercados Emergentes em 2013: o Fim de Um Futuro Promissor?

BRICS-Os países emergentes deixaram de ser, em 2013, a promessa do futuro promissor para a economia mundial: desaceleração do crescimento, mercados financeiros e cambiais instáveis e conflitos sociais se transformaram em uma fonte de temores, talvez exagerados.
 
 
Em Novembro, o clube de reflexão dos países ricos, a OCDE, resumiu a situação: o crescimento mundial será mais frágil por causa da desaceleração nos países emergentes e "o entorno econômico mundial pode servir de amplificador e de corrente de transmissão para os impactos negativos" procedentes desses países.
Há anos, a economia mundial se apoiou neles: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, os chamados BRICS.
 
Seu forte crescimento compensava a estagnação dos países desenvolvidos, seus mercados internos, em plena expansão, alimentavam o apetite dos grandes grupos ocidentais, seus baixos custos de produção estimulavam o comércio mundial e suas reservas de divisas lhes permitiam financiar o endividamento ocidental.
 
Contudo, 2013 marcou uma pausa. Esses países perderam parte de seu brilho, sendo considerados com olhos talvez mais lúcidos.
 
"Esperávamos isso há um tempo, mas ficou mais claro" em 2013, declarou, Jennifer Blanke, chefe de economistas do World Economic Forum (WEF).
 
Segundo o economista Chris Weafer, sócio da consultoria Macro Advisory, com sede em Moscovo, esta "mudança de atitude em relação aos emergentes", era "necessária e tinha sido adiada durante tempo demais", por investidores iludidos e até "complacentes".
 
Para começar, em vários grandes países emergentes, o crescimento desacelerou liquidamente: na Rússia, na África do Sul, mas, principalmente, no primeiro deles, a China. 
 
A economia brasileira se contraiu 0,5% no terceiro trimestre de 2013, em relação ao segundo, a primeira queda do PIB desde o trimestre inicial de 2009.
 
"O Brasil é a incógnita da equação. O risco de 'estagflação', uma fase de estagnação econômica somada à inflação, é muito elevado", afirma Christian Déséglise, especialista em economias emergentes do HSBC e professor da Universidade da Columbia.
 
"Os dirigentes brasileiros não reformaram, quando era fácil fazê-lo, um país com rigidez estrutural, onde é muito alto o custo de investir e contratar", acrescenta.
 
 
"Fator de risco"
 
O banco espanhol BBVA identifica como "fator de risco" a nível internacional "o ajuste (para baixo) do crescimento da China e de outras economias emergentes".
 
Segundo o Banco Central Europeu "qualquer ajuste importante ou desordenado nas economias emergentes deve ser acompanhado de perto, levando em conta os riscos de um impacto mais forte e durável na zona do euro".
 
"Os investidores imaginavam que a China continuaria crescendo a uma taxa de 8 a 9% ao ano. Isso é impossível a longo prazo", explicou Weafer. O objetivo oficial do crescimento de Pequim para 2013 é de 7,5%.
 
 
Apesar de tudo, "nos tranquilizamos porque alguns falavam de uma aterrissagem mais brusca" da economia chinesa, que tivesse consequências mais graves, destaca Blanke.
 
"Vários países se tornaram dependentes" do crescimento chinês, destaca o banco suíço UBS em uma nota sobre as perspectivas de investimento em 2014.
 
"O crescimento dos investimentos chineses alimentou a demanda de matérias primas e sustentou várias economias como as do Brasil ou da Austrália", disse o banco suíço, que alerta que "não há China depois da China". Em outras palavras, não haverá outra superpotência com um crescimento de dois dígitos, capaz de substituir a China como motor da economia mundial.
 
A esta desaceleração se soma um segundo fator de risco: a instabilidade financeira. Este verão, bolsas e divisas de vários emergentes foram afetadas pelo maciço refluxo de capitais provocado pela perspectiva de que o Federal Reserve norte-americano ponha fim a sua política de estímulo monetário.
 
Além disso, vários grandes grupos norte-americanos e europeus registraram fortes perdas financeiras como consequência dos efeitos da alta das taxas de câmbio.
 
"Parte do bolo"
 
Finalmente, a instabilidade social é outro fator de risco, "como o que aconteceu recentemente no Brasil ou na África do Sul, com gente que exige uma maior parte do bolo, porque não experimentam uma melhoria (em sua qualidade de vida) tão rapidamente como desejariam", considera Blanke.
 
É "um risco muito grande e acredito que esses países são conscientes disso", disse a analista, apesar de admitir que vários deles não aproveitaram os anos de opulência para adotar as reformas necessárias.
 
"Um governo deve escutar a voz das ruas. Um governo não pode se isolar em si mesmo", reconheceu, no final de Novembro, ao jornal El País, a presidente Dilma Rousseff.
 
Contudo, esses países continuam sendo um motor essencial da economia mundial. "A abundância do final da última década durou muito e manteve as expectativas muito elevadas (...) acredito que, agora, a percepção contrária vai muito longe", alerta Weafer.
 
"Ninguém duvida que esses países continuarão crescendo", disse Blanke. Suas "classes médias em expansão (...) serão uma fonte importante de demanda para muitos bens e serviços das economias avançadas", projeta. 
 
"São um fator de risco, mas são também nossa única oportunidade", conclui.

SEF Diz Que Voos de Bissau Trazem "Migrantes na Posse de Documentos Fraudulentos"

Guiné-Bissau-A linha aérea Bissau-Lisboa é considerada de "elevado risco em termos migratórios" e existe uma "crescente tendência de deteção de migrantes na posse de documentos fraudulentos".

Quem o diz, é uma fonte oficial do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), a propósito de terem existido mais dois voos de Bissau para Lisboa com 54 sírios a bordo, tal como afirmou o ministro da Presidência da Guiné-Bissau, Fernando Vaz, na quinta-feira.

Contactado o Ministério da Administração Interna, recusou fazer qualquer comentário. Já o SEF afirma que, "nos casos confirmados de nacionalidade síria, tem sido concedido o regime da proteção subsidiária, entendendo-se não ser possível o repatriamento".

O voo dos 74 sírios ilegais ensombra as relações entre Portugal e Guiné. Fernando Vaz acusa ainda Cavaco Silva de ter sido "extremamente infantil" e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, de ser "infeliz" no modo como reagiram ao caso.
 
A Polícia Judiciária guineense recusou-se a prender o ministro do Interior, António Suca Ntchama, acusado pelo Ministério Público de responsabilidades criminais no embarque forçado dos sírios.         

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Argentina Está na Lista dos Países com Alto Risco Social



Argentina - A Argentina será um dos países com mais alto risco de instabilidade social do mundo em 2014, segundo um ranking elaborado pela Unidade de Inteligência Econômica da revista britânica "The Economist".
 
O ranking, que mede a probabilidade de convulsão social em 150 países no mundo em base a fraquezas políticas e institucionais, colocou a Argentina na mesma categoria da Bolívia, Venezuela, Egito, Grécia e Iraque, denominada de "muito alto risco".
 
Segundo Lazla Kekic, da Unidade de Inteligência, "somente quando os problemas econômicos são acompanhados por outros elementos de vulnerabilidade é quando existe risco de instabilidade.

Das convulsões sociais recentes as erosões dos governos e das instituições aparecem como um elemento desencadeante de grande importância: uma crise na democracia".
 
Ao longo deste ano, além dos protestos sociais ocorridos o país teve diversos problemas institucionais, entre eles, tentativas do Poder Executivo em limitar a ação do Poder Judiciário. Além disso, no início de Dezembro a Argentina foi o cenário de saques a estabelecimentos comerciais e residências em dezesseis das vinte e quatro províncias do país.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Os rebeldes Controlam a Capital do Província Petrolífero do Sudão do Sul

Sudão do Sul-O governo do Sudão do Sul admitiu ter perdido o controlo de Bentiu, a capital da província crucial de Unity, região petrolífera que alimenta a quase totalidade do orçamento do país.
 
A comunidade internacional multiplica esforços para evitar que o confronto que opõe o poder em Juba aos rebeldes do ex-vice-presidente Riek Machar se transforme numa guerra civil em larga escala.
 
O chefe da diplomacia do Sudão do Sul diz que “Machar conseguiu escapar pelo Nilo até à sua aldeia, Adok, a partir da qual lançou um ataque contra as instituições governamentais em Bentiu”.
 
Os Estados Unidos retiraram os seus cidadãos de Bor e reforçaram o contingente militar, depois do ataque que feriu quatro soldados norte-americanos na cidade. O presidente Barack Obama disse que, “se necessário”, poderão ser tomadas novas medidas.
 
O conflito entre Machar e o presidente Salva Kiir eclodiu a 15 de Dezembro. Só na capital, Juba, os combates fizeram mais de 500 mortos. O chefe das operações humanitárias da ONU no Sudão do Sul fez referência a “centenas de milhares” de deslocados através do país.

Países da África Austral Querem Acabar com Dupla Tributação na sua Comunidade. Reformas Fiscais dos Estados membros Visam Uniformizar Regras entre os Países

África Austral-A reforma da fiscalidade que está a ser feita em quase todos os países da Comunidade para o Desenvolvimento Económico da África Austral tem como principal objectivo o aprofundamento da integração económica dos Estados que a integram. A SADC representa uma população de aproximadamente 210 milhões de pessoas e um PIB de 700 mil milhões de dólares. Na base da sua constituição esteve a promoção do desenvolvimento económico, a resolução dos problemas ligados à pobreza e o aumento da qualidade de vida do povo. A comunidade quer também desenvolver valores políticos e sistemas e instituições comuns.
 
Todos estes Estados estão a ter desafios similares aos que Portugal enfrenta por estar na UE. A integração económica regional tem obrigado a um aumento da complexidade dos regimes fiscais e a progressiva uniformização das pautas aduaneiras.
 
Outra das metas é acabar com a dupla tributação dentro da comunidades, através do estabelecimento de uma comunicação institucional entre todas as administrações fiscais dos 14 países que integram a SADC (África do Sul, Botswana, Lesoto, Malawi, Ilha de Maurícia, Moçambique, Namíbia, Seychelles, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe - Madagáscar está suspenso).
 
Angola tem pretensões em desempenhar um papel importante nesta unificação, a par da África do Sul, que tem desempenhado um grande protagonismo nesta área, levando os países próximos a acomodarem a sua legislação.
 
O fenómeno desta integração é um dos processos mais complexos que África viveu nos últimos anos, obrigando todos os Estados da SADC a um trabalho sistemático e complexo que se vai prolongar ainda por muito tempo. Esta preocupação tornou-se mais premente com a abertura das economias africanas à globalização e ao investimento chinês.
 
Ao longo da última década, esta região africana despertou para a necessidade de integrar as suas economias a fim de ganharem peso na economia internacional e atrair mais investimento estrangeiro. A SADC tem estado a desenvolver um intenso trabalho para adaptar a fiscalidade dos vários países membros para que tudo possa começar a funcionar de forma comunicante.

Eleições em Madagáscar Foram Livres e Democráticas


Madagáscar-O Centro Carter e o Instituto Eleitoral para uma Democracia Durável em África (EISA) consideraram que as eleições presidenciais e legislativas de sexta-feira em Madagáscar foram livres e democráticas.

Os dois atos eleitorais "desenrolaram-se dentro das condições que foram permitidas aos eleitores, para escolherem livremente os seus dirigentes", declarou o antigo presidente da Mauritânia Cassam Uteem, que dirigiu a missão de observação da EISA, uma organização baseada em Joanesburgo, na África do Sul.

A missão da EISA, que detetou ainda alguns incidentes, foi "relativamente bem-sucedida", apesar de algumas contrariedades de ordem logística, financeira e até do clima, uma vez que Madagáscar está na estação das chuvas.

O chefe da missão do Centro Carter, organização não-governamental fundada pelo antigo presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter, assinalou "irregularidades isoladas" nas eleições presidenciais e legislativas.

"Os observadores do Centro Carter e a EISA não constataram qualquer prova de intimidação generalizada, de campanhas ativas próximo de áreas de voto ou de tentativas flagrantes de fraude eleitoral", disse John Stremlau.

As conclusões preliminares das eleições naquela nação da África Austral são semelhantes às que foram produzidas pela organização de países francófonos no sábado.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Portugal: Tribunal Constitucional Dá Novo Golpe na Austeridade

Portugal-O Tribunal Constitucional voltou a dar uma machadada no programa de austeridade do governo de centro-direita português.
 
Para satisfação dos manifestantes que se concentravam junto ao Palácio de Belém, noutro palácio da capital, o Ratton, os juízes do Tribunal Constitucional chumbaram, por unanimidade, a convergência dos regimes de pensões, um diploma que estabelecia cortes de 10% nas pensões de aposentação, reforma e invalidez e nas pensões de sobrevivência da função pública.
 
O Tribunal considerou o corte como “uma medida avulsa” que visava “a consolidação orçamental pelo lado da despesa”. No acórdão do pedido de fiscalização preventiva do diploma, feito pelo Presidente da República, os juízes consideram que as medidas “violam o princípio da proteção da confiança”, consagrado na Constituição.
 
O governo de Pedro Passos Coelho terá de compensar o buraco de 388 milhões de euros que o chumbo abriu no orçamento para o próximo ano. A seis meses de terminar o programa de ajustamento, o executivo terá de encontrar medidas alternativas para reduzir o défice a 4% até ao final de 2014, como acordado com a ‘troika’.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Ministro do Interior da Guiné-Bissau Pede Demissão


Bissau-Desembarque dos 74 Sírios em Lisboa continua a marcar atualidade guineense.

O Ministro do Interior do governo de transição da Guiné-Bissau colocou terça-feira última à tarde, o seu lugar a disposição.

António Suka N'Tchama é o principal suspeito no caso do embarque forçado para Lisboa dos 74 sírios com passaportes turcos.
 
António Suka N'Tchama justificou a sua posição como forma de facilitar os inquéritos.

Na mesma terça-feira, no periodo da manhã, o Empresário de 51 anos que se encontra detido na Polícia Judiciária, suspeito também de fazer parte do negócio foi ouvido pelo Ministério Público.

No mesmo dia a Transportadora Aérea Portuguesa " confirmou que não tem data prevista para retomar os voos para a Guiné-Bissau".

Os voos extras para Dacar vão continuar a ser realizados em dias que coincidem com os voos normais para Bissau, isto é às segundas-feiras, quintas-feiras e sábados.

Esta decisão foi tomada na sequência do desembarque em Lisboa no passado dia 10 de Dezembro dos 74 sírios com passaportes falsos. Um acto que o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal considerou "próximo do terrorismo".

Por considerar anormal o acontecido, Fernando Delfin da Silva, Ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau foi o primeiro a colocar o lugar a disposição do Presidente de Transição Serifo Nhamadjo na passada Sexta-feira.

 


Sudão do Sul: O Presidente Sugere Diálgo Enquanto Combates se Alastram

Sudão do Sul-Os combates que fizeram 500 mortos e milhares de deslocados desde domingo passado na capital do Sudão do Sul alastram-se agora para as províncias circundantes de Juba.
 
Depois da ONU ter denunciado a violência, o presidente Salva Kiir propõe agora dialogar com o ex-vice-presidente Riek Machar, que acusa de liderar a tentativa falhada de golpe de Estado.
 
Segundo as Nações Unidas, os confrontos entre as diferentes fações militares deslocaram-se de Juba para pelo menos quatro províncias  do país.
 
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, apelou ao governo para “cooperar plenamente” com a missão das Nações Unidas no país e “com o seu mandato de proteção, que inclui assistência básica aos civis e investigações a alegações de abusos dos direitos humanos nos últimos dias”.
 
Entre 15 e 20 mil pessoas fugiram aos combates, procurando refúgio nas instalações das Nações Unidas em Juba.
 
O regime do Sudão do Sul rejeitou as afirmações da ONU sobre o risco de um novo conflito étnico, sublinhando que os combates têm uma origem política.

Vinte e Oito Obtêm Importante Acordo Sobre a União Bancária

Bruxelas-Os líderes europeus chegam a Bruxelas com um importante acordo no bolso: na véspera da última Cimeira do ano, os ministros das Finanças dos Vinte e Oito concluíram um importante acordo sobre a união bancária, destinado a evitar uma nova crise financeira na zona euro.
 
O comissário europeu responsável pelo Mercado Interno, Michel Barnier, explicou que estão a “introduzir mudanças revolucionárias no setor financeiro da Europa, para que os contribuintes não voltem a ter de pagar a factura quando os bancos fazem erros ou enfrentam crises, pondo fim à era dos planos de resgate massiços”.
 
O acordo vai permitir a criação de um mecanismo único de resolução, encarregue de organizar a eventual falência de bancos da zona euro.
 
Este mecanismo deverá entrar em vigar em 2015 e será completada com um fundo único financiado pelo próprio setor bancário.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Sudão do Sul: 500 Mortos e 16000 Refugiados em Três Dias de Combates


Sudão do Sul-A ONU diz que pelo menos 500 pessoas perderam a vida e outras oitocentas ficaram feridas nos últimos três dias de combates no Sudão do Sul, na sequência da tentativa falhada de golpe de Estado.
 
O governo de Juba anunciou ter detido dez importantes figuras políticas e ordenado a captura do ex-vice-presidente Riek Machar, acusado de liderar a ação contra o poder.
 
Apesar das informações avançadas pelas Nações Unidas, com base em fontes hospitalares, o ministro da Defesa do Sudão do Sul disse que “a tranquilidade regressou à capital e o Exército tem a situação sob controlo”.
 
Numa das bases da ONU em Juba, o ministro da Informação também afirmou que “já não há combates”, acrescentando que “agora, devem voltar todos para casa”.
 
Mas, receosas e desconfiadas das informações avançadas, cerca de 16.000 pessoas procuraram refúgio nos últimos dias nos complexos das Nações Unidas. Um número que, segundo a ONU, continua a aumentar.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Guiné-Bissau Anuncia que Vai Criar Companhia Aérea



Guiné-Bissau-Guiné-Bissau prepara-se para "muito brevemente" criar a sua própria companhia aérea, anunciou o presidente do conselho de administração da Agência de Aviação Civil, Nuno Na Bian.

Sem apontar datas nem outros detalhes, aquele responsável afirmou, no domingo passado, que o Governo de transição "está a trabalhar afincadamente" na concretização da ideia.
"Como se pode ver recentemente, a TAP cancelou os voos para Bissau. Temos problemas para ter voos para Dacar. Este governo de transição, em colaboração com outras instituições, tem vindo a trabalhar na busca de soluções", referiu Na Bian.
As declarações surgem depois de autoridades guineenses terem forçado a tripulação da TAP do voo Bissau - Lisboa de terça-feira última a levar 74 passageiros com passaportes falsos para Lisboa.
A situação foi classificada como um grave incidente pelas autoridades portuguesas e europeias e levou à suspensão dos voos directos da TAP entre os dois países.
Sobre o caso, Na Bian remeteu qualquer comentário para o Governo de transição. Este responsável pela aviação civil na Guiné-Bissau vê a criação de uma companhia como resposta para o que diz ser o "isolamento" do país em termos de transportes aéreos.
"A criação de uma companhia inteiramente nacional ou em parceria com outras companhias aéreas que existem pelo mundo, com direito ao tráfego [aéreo], com o nome da Guiné-Bissau, é uma saída", defendeu Nuno Na Bian.

Já Está Formada Grande Coligação na Alemanha

Alemanha-Na Alemanha, tomou posse o novo governo de Angela Merkel, um regresso à grande coligação que junta os democratas cristãos da CDU/CSU aos sociais democratas do SPD.
 
Mesmo se o partido de Merkel teve uma votação histórica nas últimas eleições, a quebra da votação nos tradicionais aliados do FDP obrigaram a CDU a coligar-se novamente com os rivais.
 
Sigmar Gabriel, líder do SPD, consegue o cargo de vice-chanceler e o super-ministério da Economia e Transição Energética.
 
“Uma grande coligação é uma coligação para grandes tarefas. Juntos, queremos fazer com que as pessoas, em 2017, estejam numa situação melhor que agora”, afirmou Angela Merkel.
 
Outra novidade neste novo governo é a nomeação de uma mulher de origem turca, Aydan Özoguz, para o cargo de secretária de Estado da Integração, dos Refugiados e das Migrações.

Educação é Uma das Prioridades da Nova Presidente de Chile


Chile-Um dia depois de vencer as presidenciais no Chile, Michelle Bachelet prometeu importantes reformas fiscais e definiu a Educação como uma das grandes prioridades do seu regresso à chefia do Estado.
 
No domingo, a candidata socialista obteve o melhor resultado de qualquer presidencial chilena desde o fim da ditadura de Pinochet.
 
Segunda-feira última, Bachelet frisou que um dos pastos mais importantes do seu governo será “o do Ministro da Educação. Terá de ser alguém com uma grande motivação para avançar com as reformas educativas e que responda claramente aos desejos e sonhos dos estudantes”.
 
Bachelet foi ontem recebida pessoalmente pelo presidente cessante, Sebastián Piñera, que a tinha substituído no cargo há quatro anos.
 
Os Estados Unidos felicitaram a candidata socialista e disseram esperar dar continuidade à “colaboração próxima” que mantiveram com o governo de Piñera.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Povo da África do Sul Ingressa em Período de Perigosa Incerteza Política

África do Sul Pós-Mandela--No momento em que se despede de Mandela, a África do Sul ingressa em um período de perigosa incerteza política.
Enquanto os sul-africanos ficam horas na fila para velar Nelson Mandela, os bastidores políticos estão agitados. A partir desta segunda-feira, depois de terminar o funeral, uma nova era vai começar. Uma era incerta.
No próximo ano haverá eleições presidenciais na África do Sul. A primeira sem a presença e sem a influência de Mandela. Por isso, o ANC, partido que está no poder desde o fim do apartheid, terá uma guerra interna pelo legado político do herói do país

O ANC - Congresso Nacional Africano - se mistura com a luta contra a segregação racial. Muitos que homenagearam Mandela na semana passada usavam as cores e símbolos do partido.
O actual governo, do presidente Jacob Zuma, enfrenta uma queda de popularidade jamais vista. Com denúncias de corrupção, Zuma sofreu a humilhação de ser vaiado na cerimônia de terça-feira, no Soccer City.
Zuma dificilmente vai continuar no poder. Há pelo menos seis políticos de olho no seu cargo dentro do ANC. Um deles, o ex-presidente Thabo Mbeki, que substituiu Mandela em 1999.
Também há uma nova força política no cenário. Julius Malema, que foi expulso do ANC, criou o Partido dos Combatentes da Liberdade Econômica. Malema tem um discurso populista, radical e racista contra a minoria branca. Ele apareceu em frente à casa de Mandela e se coloca como herdeiro de Madiba.
Duas décadas depois do fim da política de segregação racial, a África do Sul tem graves problemas sociais. O maior deles é o desemprego, em torno de 25%. Não é possível mais botar a culpa no governo dos opressores do apartheid.
A população começa a perceber isso e também que não haverá mais um Mandela. Terão que se conformar com a liderança de políticos normais e com um ano de incertezas.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Brasil Pede Modelo de Relações Internacionais Baseado na Solidariedade


6ªConferência Itália-América Latina e Caribe-O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência do Brasil, Gilberto Carvalho, reivindicou quinta-feira um novo modelo de relações internacionais baseado na solidariedade e uma relação "entre pares" para a Europa e América Latina.
 
Carvalho fez o pedido durante seu discurso na 6ª Conferência Itália-América Latina e Caribe que começou em Roma e na qual são buscadas novas vias de cooperação entre Europa e Itália e a América Latina.
 
Carvalho afirmou que as relações entre União Europeia e América Latina "devem ser renovado" e evoluir rumo a "uma relação mais profunda, entre pares e não entre um que dá e outro que recebe".
 
O ministro pediu a seus colegas um esforço para "criar um novo modelo de desenvolvimento", já que o atual está baseado, segundo sua opinião, "no consumismo desenfreado, na concorrência e nas guerras" e está esgotado.
 
Nesta mudança, Carvalho deu como exemplo o novo olhar para a África no qual o Brasil aposta, uma posição que compartilhou com o chanceler argentino, Héctor Timerman, que propôs uma "cooperação triangular" entre CELAC, Itália e África que beneficie os três actores.
 
Este novo modelo de cooperação deve ser baseado, além disso, na confiança mútua e requer "uma postura forte" diante de determinadas ações como "a invasão de informação da América do Norte", comentou Carvalho, em referência a casos de espionagem por parte dos Estados Unidos.
 
As políticas de crescimento com uma repartição equitativa da renda(rendimento) e com respeito ao meio ambiente como base é a ideia principal que o Governo brasileiro quer passar nesta conferência, na qual Carvalho se mostrou orgulhoso das conquistas da economia brasileira.
 
A aposta nas pequenas e médias empresas, com a experiência de sinergias entre empresas italianas e brasileiras e programas educativos como o "Ciências sem Fronteiras" - pelo qual 2.000 estudantes italianos estudarão em universidades brasileiras - são exemplos expostos por Carvalho de enriquecimento mútuo
  
 

República Centro Africana Está a Beira da Crise Humanitária


República Centro Africana-A República Centro-Africana está à beira de uma crise humanitária numa altura em que a força conjunta de militares franceses e africanos continua os esforços para travar a violência entre milícias muçulmanas e cristãs.
 
Quinta-feira, a força multinacional de manutenção da paz fez vários disparos para o ar para dispersar uma multidão que estava determinada a atacar um grupo de muçulmanos que se refugiou na igreja de Santiago, na capital, Bangui.
 
Quartel-general das forças francesas no território, o rudimentar aeroporto de Bangui é um dos pontos mais seguros da capital e está transformado num autêntico campo de refugiados que alberga já cerca de 30 mil pessoas que precisam de ajuda urgente, segundo a única organização humanitária presente no local.
 
A coordenadora dos Médicos Sem Fronteiras afirma que a situação é “caótica” e expressou o desejo de que outras organizações comecem a trabalhar em breve porque há “pessoas por todo o lado, não há casas de banho nem água”. Tessy Fautsch aproveitou para reiterar o pedido de ajuda humanitária para a República Centro-Africana, um apelo a que a Comissão Europeia já respondeu. Bruxelas vai enviar 37 toneladas de ajuda médica no sábado.
 
Desde que os rebeldes Séléka tomaram o poder, em março, o conflito já fez cerca de 500 mil refugiados.
 
 
 

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

74 sírios Retidos no Aeroporto Pedem Asilo Político

Portugal-Um grupo de 74 cidadãos estrangeiros chegou ao aeroporto da Portela, em Lisboa, proveniente da Guiné-Bissau e ficou detido pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). São sírios, pediram asilo político a Portugal, mas têm passaportes turcos falsificados.

O grupo terá saído da Síria em direção a Marrocos e dali viajaram para a Guiné-Bissau. Já em Bissau, tentaram pedir asilo, mas foram mal recebidos e obrigados a entrar à força no avião da TAP, rumo a Portugal.

Todos afirmam ter nacionalidade síria e alguns apresentaram mesmo fotocópia da página biográfica de passaportes sírios. No grupo há 38 homens, 15 mulheres e 21 crianças, a mais nova com apenas 3 meses.

«São setenta e quatro cidadãos estrangeiros, que compõem várias famílias, e que solicitaram asilo político a Portugal», revelou o SEF em comunicado esta noite.

«Os agora requerentes de asilo vão entrar em território nacional e ficar alojados em instalações disponibilizadas pela Segurança Social enquanto decorre o período de instrução dos respetivos pedidos.

O SEF informou, através de comunicado, que tinham sido detetados 74 «cidadãos estrangeiros portadores de passaportes com fortes indícios de falsificação. «No âmbito das suas competências e no estrito cumprimento da lei, o SEF prossegue todas as diligências necessárias no sentido de avaliar e decidir relativamente à situação destes passageiros», acrescenta o comunicado.

O voo TP202 da TAP proveniente de Bissau, na Guiné-Bissau, chegou a Lisboa às 06:33.

Autoridades de Bissau nada detetaram nos passageiros

Entretanto, as autoridades da Guiné-Bissau disseram não ter detetado nada de errado nos 74 passageiros.

Mamadu Cassama, diretor-geral adjunto do SEF guineense, confirmou que se trata de portadores de passaportes turcos.

Mamadu Cassama disse que chegaram a Bissau em dois grupos, há alguns dias, oriundos de Marrocos, país em que 20 deles obtiveram visto de entrada na Guiné-Bissau.

Os restantes não tinham visto, alegando estar em trânsito (sem poder sair do aeroporto) em Marrocos, pelo que pediram vistos de turista ao chegar a Bissau, os quais lhes foram concedidos.

Segundo Mamadu Cassama, não havia nada que os impedisse de entrar no país. Na segunda-feira «quiseram sair de novo, verificámos que os passaportes estavam legais e que já tinham feito o check-in para o voo da TAP através da Internet», referiu, remetendo outras responsabilidades para a companhia aérea.

Mamadu Cassama reconhece que a Guiné-Bissau faz o controlo de entradas e saídas com «limitação de meios», mas recusa falar de «fragilidades» no sistema. «Nós fazemos o nosso controlo devidamente como qualquer país no mundo», concluiu.