sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Guiné-Bissau quer Reforçar Controle de Navios de Pesca Estrangeiros


O presidente do Sindicato Nacional dos Marinheiros da Guiné-Bissau (Sinamar), João Cá, quer que as autoridades do país apertem o controle de navios de pesca estrangeiros.

De acordo com o sindicalista, parte do peixe capturado na Zona Econômica Exclusiva (ZEE) guineense é atirado borda fora, violando a lei, porque muitos navios pesqueiros apenas se preocupam com a captura de camarão.
 
João Cá estima que o prejuízo anual com esta prática ronde, pelo menos, 100 milhões de euros em peixe desperdiçado, número que o ministro de transição com a pasta das pescas, Mário Lopes da Rosa, considera "exorbitante".
 
O governante disse que não coloca em causa as afirmações de João Cá, mas realça que os próprios armadores de pesca estarão a "deitar fora" dinheiro se atirarem borda fora qualquer espécie de peixe.
 
A União Europeia (UE) é actualmente a principal parceira comercial da Guiné-Bissau na área das pescas. De acordo com as contas de João Cá, o país ganha actualmente sete milhões de euros por ano com o Fundo de Compensação da UE para o sector, mas se existisse um controlo rigoroso seria possível "ganhar muito mais".
 
"De cada vez que um navio de arrastão manda a rede para o mar, captura mais de 500 quilos de camarão, mas também apanha muito peixe: como não é aquele que querem, atiram-no borda fora e é muito dinheiro que se perde", acrescentou.
 
O presidente do Sinamar disse já ter alertado as autoridades guineenses para o assunto em várias ocasiões, mas queixa-se de ainda ninguém ter tomado qualquer medida para alterar a situação.
 
O sindicalista teme que a venda de licenças aos barcos de armadores da UE, da China e da Coreia do Sul não esteja a apoiar o desenvolvimento das pescas na Guiné-Bissau, nem a economia do país.
 
"Dizem que o sector da pesca representa 40 a 45 porcento do Orçamento Geral de Estado, mas eu digo que se for bem explorado e controlado poderia pagar todo o Orçamento de Estado da Guiné-Bissau e muito mais", concluiu João Cá.
 
Confrontado com as queixas do presidente do Sinamar, o ministro de transição com a pasta das pescas, Mário Lopes da Rosa, considera que as estimativas são exageradas.
 
"Todos os barcos que estão nas nossas águas territoriais, seja qual for o tipo de pesca que fazem, têm um sistema de tratamento do pescado, ao apanharem o peixe que não lhes convém transformam-no em farinha em vez de jogá-lo ao mar", declarou o governante.

"Não estou a ver nenhum armador a atirar peixe ao mar, porque está jogando dinheiro fora. Dizer que esse valor pode ascender a 100 milhões de euros é um valor exorbitante", defendeu Mário Lopes da Rosa.

Zimbabué: As Dúvidas Sobre o Regresso de Mugabe

 
Zimbabué-"O Zimbabué põe fim a cinco anos de governo de união nacional com um regresso fulgurante de Robert Mugabe, mais poderoso que nunca, para um sexto mandato na presidência.
 
Um fracasso para a oposição que denunciou as fraudes que levaram à reeleição do chefe de estado de 89 anos, mas também para a comunidade internacional que impôs sanções pesadas que mergulharam a economia do país num longo marasmo.
 
Um artesão de Harare, mostra-se no entanto optimista: “A mudança chegou uma vez que ganhámos as eleições e estamos à espera de ver os benefícios e de que as nossas vidas possam melhorar”.
 
Ironicamente foi a situação económica do país, após uma década de recessão e hiperinflação, marcada pela escassez de alimentos, que permitiu o regresso de Mugabe, com promessas de crescimento económico.
 
Mas estas promessas não bastam, segundo um analista: “Ser eleito não é suficiente, e considerando que o presidente prometeu dar mais poder às empresas nacionais face às multinacionais estrangeiras, ele tem que agir em consequência e provar que as suas intenções são democráticas e centradas nos interesses das pessoas para fazer face aos desafios económicos atuais”.
 
A União Africana apelou esta semana ao fim das sanções internacionais ao país, virando a página sobre uma era em que o principal derrotado é a oposição, liderada por Morgan Tsvangirai, severamente fragilizada depois de ter sido incapaz de derrubar um regime que dura há 33 anos".

Portugal: Chumbo do Constitucional Coloca em Causa Metas do Défice e o Orçamento para 2013

Portugal-"O Tribunal Constitucional chumbou a nova lei da mobilidade, que abria a porta a despedimentos sem justa causa na Função Pública, um diploma considerado “fundamental” pelo governo de centro-direita para a chamada reforma do Estado e para o cumprimento das metas do défice acordadas com a‘troika’.
 
Os juízes do Constitucional consideraram nomeadamente que a Lei da Requalificação viola a “garantia da segurança no emprego”.
 
O chumbo cria uma enorme dor de cabeça para o governo de Pedro Passos Coelho em vésperas do regresso da ‘troika’ a Portugal para nova avaliação e da apresentação do orçamento de Estado para 2013.
 
Com este diploma e com as rescisões amigáveis no Estado, o governo contava poupar quase 900 milhões de euros nos próximos três anos, no quadro dos cortes de cerca de 4,5 mil milhões de euros na despesa pública acordados com a troika".

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Hollande Pede Ajuda para Salvar 60 Mil Crianças em África

Hollande-"Presidente francês, François Hollande, apelou ontem às Nações Unidas e à União Africana para que intervenham na República Centro-Africana, um país onde 60 mil crianças correm o risco de morrer de subnutrição, segundo o chefe do Estado francês.
 
"Apelo à União Africana e ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para que assumam uma posição perante esta situação. A França ajudá-los-á", afirmou Hollande, numa intervenção política perante uma plateia de embaixadores franceses reunidos em Paris.
 
Segundo considerou, "é mais do que tempo de agir" neste país que atravessa uma grave crise política e humanitária e que conta já com, pelo menos, um milhão e meio de deslocados, insistiu o Presidente francês.
 
Há uma semana, pelo menos onze pessoas morreram e trinta ficaram feridas durante uma operação de desarmamento de apoiantes do ex-Presidente François Bozizé, levada a cabo pelas forças do novo regime centro-africano, indicaram fontes hospitalares".

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Governo Guiné-Bissau Negoceia Funcionamento de Central Eléctrica

Guiné-Bissau-As dificuldades de fornecimento de combustível têm agravado o "apagão" crónico nos últimos três meses, motivando queixas de utentes que até já se organizaram numa comissão.
 
Fernando Vaz referiu que o Governo de transição deu uma garantia de 150 milhões de francos CFA (cerca de 230 mil euros) para melhorar o fornecimento durante este mês e "está a negociar o fornecimento até final do ano".
 
O porta-voz do Governo de transição refere que a situação será melhor que nos últimos três meses, mas "haverá sempre falhas".
 
"Iremos fornecer alguma parte da cidade, outra irá estar no escuro, mas isso é o habitual, é o que feliz ou infelizmente a nossa gente já está habituada", referiu.
 
Uma rede obsoleta, geradores que precisam de manutenção e uma empresa de Eletricidade e Água da Guiné-Bissau (EAGB) a precisar de saneamento, são os obstáculos apontados por Fernando Vaz.
 
"Herdámos este problema: durante 40 anos de independência é cíclico e quase endémico", acrescentou.
 
Para o porta-voz, "pretende-se dizer que por magia, que se resolva um problema estrutural que não se conseguiu resolver durante estes anos todos".
 
Fernando Vaz referiu que o Governo de transição está ainda a tentar implementar dois projetos de centrais fotovoltaicas, com potências de 10 e cinco megawatt, por forma a baixar o preço da energia, que aponta como um dos mais elevados da sub-região africana e até do mundo.

Washington a Postos para a Intervenção Militar na Síria

Síria-"Face à cada vez mais provável ação militar dos Estados Unidos na Síria nos próximos dias, dezenas de cidadãos russos decidiram abandonar Damasco, regressando a Moscovo num avião do ministério de Emergências.
 
Mesmo se a Casa Branca e o Departamento de Estado norte-americano disseram que Barack Obama “ainda não tomou uma decisão”, o vice-presidente Joe Biden endureceu o tom, responsabilizando pela primeira vez de forma directa o regime sírio pelo uso de armas químicas.
 
O número dois da Casa Branca explicou que “seguindo instruções do presidente”, a administração “tem estado em contacto próximo com os homólogos estrangeiros”. Biden acrescentou que ele e Obama acreditam que “os que usam armas químicas contra homens, mulheres e crianças indefesas devem ser responsabilizados”.
 
O secretário da Defesa disse que os Estados Unidos já “posicionaram os elementos necessários para responder à opção escolhida pelo presidente”.
 
Responsáveis da administração disseram que a intervenção será limitada a uma campanha de alguns dias, a partir dos navios de guerra estacionados ao largo da Síria.
 
O analista Michael Robin diz que “se houver a informação necessária, será visada a unidade que usou armas químicas. Se apenas for um ataque pontual e simbólico, talvez sejam visados palácios. Mas se forem visados sistemas de defesa antiaérea e bases militares, será um indício de que poderá haver muitos mais, se a situação o exigir”.
 
O objetivo da operação não será, segundo responsáveis norte-americanos, alterar o equilíbrio de forças entre Damasco e os rebeldes, mas dissuadir o regime de Bashar al-Assad de um novo recurso a armas químicas.
 
O ministro sírio dos Negócios Estrangeiros afirmou que “se houver uma agressão, só existem duas possibilidades: render-se ou defender-se com todos os meios possíveis (…) que é a melhor alternativa”.
 
O auto-denominado Exército Eletrónico Sírio, que apoia o regime, já respondeu preventivamente. O grupo de piratas informáticos estará por trás dos ataques de ontem contra o Twitter e os sites de jornais norte-americanos, como o New York Times".

Tunísia: O Governo Classiva Ansar al-Sharia de "Organização terrorrista" e Acusa os Salafistas de Assassinato de Opositores Politicos

Tunísia- "O governo tunisino acusou o movimento salafista Ansar al-Sharia de ligações à Al-Qaida e de estar por trás dos assassinatos de duas figuras da oposição e de vários elementos das forças de segurança.
 
O primeiro-ministro Ali Larayedh explicou que o grupo islamita radical, até agora tolerado, foi oficialmente inscrito na lista de “organizações terroristas”.
 
Chokri Belaid, líder do Movimento dos Patriotas Democratas – principal formação da oposição – foi abatido a tiro em Fevereiro.
 
A 25 de Julho, era assassinado de forma semelhante o opositor Mohamed Brahim. Desde a sua morte, a oposição laica reclama a demissão do governo dominado pela formação islamita Ennahda, acusado de laxismo no combate contra elementos “jihadistas” que semeiam a insegurança na Tunísia.
 
No sábado, milhares de tunisinos saíram à rua na capital para exigir a queda do executivo, que tenta tudo para negociar uma saída da crise política e institucional que se arrasta desde a revolução que derrubou Ben Ali em 2011".

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Kerry Diz que o Uso de Armas quimicas na Síria é Incontestável

Estados Unidos-Os Estados Unidos consideram que existem provas “incontestáveis” do uso de armas químicas na Síria. A afirmação foi feita pelo secretário de Estado, John Kerry, que acusou o regime sírio de tentar esconder o incidente da semana passada na periferia de Damasco.
 
Num tom duro, o chefe da diplomacia norte-americana afirmou que “o massacre indiscriminado de civis, mulheres, crianças e inocentes, com recurso a armas químicas é uma obscenidade moral. É imperdoável e, apesar das desculpas e equívocos que alguns fabricaram, é incontestável”.
 
As declarações de Kerry poderão ser uma forma de preparar o terreno para uma ação militar dos Estados Unidos, contestada pela Rússia, aliada do regime de Bashar al-Assad.
 
O ministro russo dos Negócios Estrangeiros acusa Washington de querer agir sem provas, contornando o Conselho de Segurança da ONU.
 
Serguei Lavrov defende que “mesmo pondo de lado o aspeto legal e moral, uma intervenção externa, não aprovada pela comunidade internacional, terá como consequência concreta o risco de piorar a situação no país”.
 
Em entrevista a um jornal russo, o presidente sírio voltou a desmentir o uso de armas químicas e disse que uma eventual intervenção militar norte-americana será um falhanço.
 
No terreno, a equipa de inspetores das Nações Unidas concluiu o primeiro dia de investigações no local do suposto ataque com armas químicas. A missão da ONU foi visada por franco-atiradores, numa ação que não fez feridos e que o regime atribuiu, sem surpresas, aos rebeldes sírios.

Bancos Centrais Pedem Prudência na Criação de Banco Africano

Balaclava - A Assembleia Anual da Associação dos Bancos Centrais de África (ABCA) terminou os seus trabalhos sábado passado, no norte das ilhas Maurícias, com um apelo à União Africana (UA) para ter prudência na criação do banco central africano e da moeda única do continente. 
 
"Esta mensagem será transmitida à UA pelo seu comissário para os Assuntos Económicos,  presente nesta reunião anual", revelaram alguns participantes no termo da reunião. 
 
As deliberações do encontro incidiram sobre a instauração de um instituto monetário africano e a importância da inclusão financeira em África para tornar os serviços financeiros mais acessíveis à população.
 
Durante a reunião, as ilhas Maurícias assumiram a presidência da associação sucedendo assim à Argélia. Mais de 20 governadores e governadores adjuntos de bancos centrais africanos participaram nesta reunião anual.

Desenvolvimento: Banco Africano Retoma Projectos na Guiné-Bissau

Guiné-Bissau-O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) anunciou que vai retomar parcialmente os projectos financeiros na Guiné-Bissau que estavam suspensos desde o golpe de Estado militar de 12 de Abril de 2012.
 
O anúncio foi feito por Toussaint Houeninvo, líder da comitiva do
BAD que se reuniu com o primeiro-ministro de transição, Rui de Barros, em Bissau.
 
No final do encontro, aquele responsável referiu que o banco não vai apoiar «novos projetos», mas que «será retomada a discussão sobre os que já estavam em curso», nomeadamente, os investimentos no porto de Bissau e num dos hospitais da capital.
 
«A boa nova é que, para os projetos existentes, o diálogo foi retomado», referiu Toussaint Houeninvo, esclarecendo que não há verbas em discussão.
 
«Não estamos a falar de doações», sublinhou, mas sim da "retoma" de discussões sobre projetos.
 
Depois do encontro os, técnicos do BAD vão deslocar-se a Bissau para avaliar no terreno qual o ponto de situação dos investimentos apoiados pelo banco e avaliar a respetiva evolução com todos os parceiros, desde as autoridades locais até aos fornecedores de cada projeto.
 
Para além da reunião com o primeiro-ministro de transição, a comitiva tem encontro marcado com a comissão que está a preparar um plano de emergência para a Guiné-Bissau em vários setores.
 
Questionado sobre a importância que o BAD atribui à realização de eleições gerais para continuar com as operações, o líder da comitiva do BAD disse esperar que o escrutínio se realize a 24 de novembro.
 
"Desejamos que as eleições se realizem" na data marcada, referiu, compromisso que disse ter sido reafirmado pelas autoridades de Bissau.
 
Seja como for, Toussaint Houeninvo considerou que «há progressos: há um Governo inclusivo, há esforços", e referiu que a retoma parcial de actividades do BAD na Guiné-Bissau reflete sobretudo uma "preocupação social»
 
«O BAD está ao lado da população da Guiné-Bissau» realçou. O Banco Africano de Desenvolvimento é uma organização multinacional que tem por missão fomentar o desenvolvimento no continente africano.

Ex-governante Carmelita Pires Candidata-se à Presidência do PUSD


Bissau - A antiga ministra da Justiça guineense, Carmelita Pires, anunciou quarta-feira passada, em Bissau, a sua candidatura à liderança do Partido Unido Social Democrático (PUSD). 
 
"Vamos lançar já a candidatura que depois irá concorrer ao nosso congresso e eu estou a candidatar-me à presidência do partido", adiantou terça-feira Carmelita Pires  em Lisboa. 
 
A antiga ministra da Justiça da Guiné-Bissau explicou que o anúncio da sua candidatura foi oficializado na quarta-feira última na sede do PUSD, na capital guineense, e que essa candidatura será levada ao congresso do PUSD, que vai ter lugar "na primeira semana de Setembro". 
 
"Espero com esta candidatura conseguir reestruturar e reorganizar o meu partido porque estamos na iminência de mais um processo eleitoral", afirmou Carmelita Pires, referindo-se às eleições gerais marcadas para 24 de Novembro pelas autoridades de transição guineenses. 
 
"Estou convencida de que vou conseguir fazer com que o PSUD volte a entrar na vida política guineense e aspire mais do que ser uma terceira força", acrescentou.

Para antiga ministra da Justiça, o que distingue o PSUD dos "partidos ditos maioritários" na Guiné-Bissau é que "nunca efectivamente teve totalmente as rédeas da governação do país". 
 
O PSUD "é um partido que tem um projecto de sociedade, um partido inserido na realidade guineense que certamente irá medir forças políticas com os outros partidos maioritários -- e que poderá fazer a diferença e contribuir seriamente para a mudança na Guiné-Bissau", frisou a responsável.

Carmelita Pires defendeu que "a primeira questão que tem de ser resolvida" na Guiné-Bissau é a "questão da estabilidade definitiva do país". 
 
"Uma estabilidade do ponto de vista das instituições democráticas e da normalização da vida política. Isso é o ponto número um", sustentou.
 
Outras "questões principais" têm a ver com a "questão da reforma da classe política, porque a classe política também é responsável pela situação do país, e a reforma das Forças Armadas", disse Carmelita Pires, deixando  mais detalhes sobre a sua candidatura e as prioridades e objectivos do partido. 
 
Depois do golpe de Estado de 12 de Abril de 2012, quando os militares afastaram os dirigentes eleitos, estabeleceu-se um período de transição de um ano que foi prorrogado até ao final deste ano.
 
O Presidente da República de transição, Serifo Nhamadjo, e o primeiro-ministro de transição, Rui Duarte de Barros, têm reafirmado a vontade de realizar eleições gerais a 24 de Novembro com método de recenseamento manual de eleitores.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Guiné-Bissau Recebe Ajuda Alimentar do Senegal

África, fome
Guiné-Bissau-A Guiné-Bissau recebeu quarta-feira passada do Senegal ajuda alimentar e agrícola num valor superior a 300 milhões de francos CFA (cerca de 460 mil euros), disse uma fonte governamental.

O apoio é constituído por diversos produtos agrícolas, tais como sementes de alimentos, alfaias e adubos, e foi entregue ao ministro do governo de transição guineense com a pasta da agricultura, Nicolau Santos, na povoação de Kolda, no Senegal.
 
O auxílio surge em resposta ao pedido de ajuda internacional lançado pela Guiné-Bissau devido aos fracos rendimentos obtidos pela população rural na campanha de caju, que é uma das principais fontes de receita do país.
 
Devido à "má campanha" deste ano, os camponeses tiveram que comer as sementes que iriam usar na lavoura, ou seja, há risco de "penúria alimentar", referiu o ministro de transição ao justificar o apelo à ajuda internacional.
 
Os produtos hoje recebidos vão ser conduzidos para Bafatá, no centro da Guiné-Bissau, e dali serão distribuídos por todo o país, acrescentou.
 
É a segunda vez que o Senegal responde com ajuda agrícola de grande dimensão à Guiné-Bissau, depois de em 2005 ter encaminhado técnicos e meios de combate a uma praga de gafanhotos que afectou o país lusófono.
 
Devido à crise deste ano, também o embaixador da China em Bissau, Wang Hua, anunciou no início de Agosto a entrega de "uma ajuda directa em cereais", num montante a definir entre os dois países.
 
Rui Fonseca, encarregado da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) em Bissau, disse na segunda-feira que a situação de carência alimentar severa está a aumentar no país e já deve afectar pelo menos 260 mil pessoas.
 
A situação vai ser detalhada num "inquérito aprofundado de avaliação da segurança alimentar em situação de emergência", cuja equipa de inquiridores, constituída por cerca de 30 pessoas, começaram a receber formação na capital do país. 

O inquérito vai decorrer em todo o país entre 26 de Agosto e 7 de Setembro, numa organização conjunta da FAO, do Programa Alimentar Mundial (PAM) e da Plan-International Guiné-Bissau, organização de apoio às crianças.

Banco Mundial Concede US$ 10 Milhões de Dólares à Guiné Conakry

Conakry - O Banco Mundial desembolsou à Guiné  Conakry US$ 10 milhões de dólares para apoiar a criação de Pequenas e Médias Empresas (PME) no país, informa a Panapress.
 
O protocolo de acordo assinado entre o Banco e o Governo indica que a doação é destinada a apoiar a criação de PME confrontadas com dificuldades, das quais a lentidão dos procedimentos administrativos e o baixo nível de acesso ao financiamento.
 
O envelope financeiro, desembolsado pela Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA), vai servir igualmente para assistir uma componente dedicada à mulher empresária da Guiné graças à criação de um centro de excelência feminino que deve servir de lugar de demostração de actividades geradoras de rendimentos.
 
A IDA concedeu recentemente ao Governo guineense um envelope similar, sob forma de empréstimo, para promover a criação de empresas de menos de 100 empregados que trabalham nos setores da pequena indústria manufatureira, da agricultura e da transformação de produtos, tais como sumos e frutas frescas ou em conserva.
 
Este montante financeiro, sublinhou o Banco Mundial, deverá ajudar a financiar dois centros regionais de ajuda à agroindústria e de outros sectores que vão oferecer diversos serviços, nomeadamente a assistência técnica, a informação sobre a comercialização e outras actividades comerciais e um balcão único para a inscrição das empresas da região.
 
A Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA), fundada em 1960, está encarregue de ajudar os países mais pobres do planeta, concedendo-lhes empréstimos ou créditos e subvenções para a implementação de projetos e de programas susceptíveis de estimular o crescimento económico, atenuar as desigualdades e melhorar as condições de vida das populações.
 
Ela é um dos principais doadores de ajuda a 82 países mais desfavorecidos do planeta, incluindo 40 em África, e absorveu, durante os últimos três anos, 50 porcento dos 15 biliões de dólares americanos que representam em média o volume anual dos seus compromissos.

China Financia Construção do Palácio da Justiça de Bissau

 
 
 
 
 


Guiné-Bissau-"A República Popular da China e a Guiné-Bissau subscreveram um documento conjunto para financiar a construção do Palácio da Justiça de Bissau, disse à  fonte governamental.

O investimento orçado em cerca de 10 milhões de euros vai ser suportado pela China, que selecionou a empresa construtora e vai disponibilizar materiais e equipamentos, nos termos de um acordo assinado entre os dois países em maio.

Segundo o ministro de transição guineense com a pasta da Justiça, Saido Baldé, o documento agora assinado é um passo decisivo para o início das obras, em que vão ser criados postos de trabalho para a população guineense.

"Já está a ser tratado o desalfandegamento de equipamentos" para preparar a construção e "há materiais a caminho", acrescentou.

O palácio da justiça, a ser erguido de raiz na zona de Brá, periferia de Bissau, num terreno situado ao lado da embaixada de Angola e do Palácio do Governo (também construído pela China), deverá ter quatro blocos.

Ali vão funcionar a Procuradoria-Geral da República, o Supremo Tribunal de Justiça, o Tribunal de Contas, o Tribunal Administrativo e ainda um edifício central para julgamentos".
 

Com a construção, a China completa o apoio em infraestruturas para todos os órgãos de soberania, uma vez que já tinha construído também o Palácio do Governo e o Palácio da República, este danificado com a guerra de 1998/99.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Delegação Internacional pede "Vontade Política" das Autoridades no Combate às Drogas

Bissau - "Uma delegação internacional dedicada ao combate às drogas pediu terça-feira passada "determinação e vontade política" das autoridades da Guiné-Bissau contra o tráfico e consumo de estupefacientes.  
 
O apelo foi feito por uma delegação da Comissão de Combate às Drogas na África Ocidental após três dias de visita ao país. 
 
A comitiva foi liderada pelo antigo presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo, que dirige a comissão, que foi criada em Janeiro por Kofi Annan, antigo secretário-geral da Nações Unidas. 
 
Integraram ainda a delegação, Christine Kafondo, activista do Burkina Faso em defesa de causas relacionadas com a saúde pública, e Alpha Diallo, médico e líder juvenil na Guiné-Bissau.  
 
"É necessário que o país demonstre determinação e vontade política para lutar contra este flagelo", referiu Christine Kafondo, numa conferência de imprensa em que foram apresentadas as recomendações feitas ao Estado guineense após a visita. 
 
Apesar de não apresentar números relativamente ao uso de estupefacientes, a delegação sublinhou que "o consumo de drogas é um problema real", para além das acusações de facilitação do tráfico - que fazem com o que o país seja considerado um "narco-Estado". 
 
 "É um problema reconhecido pelo Estado e, como dizem os médicos, o diagnóstico está feito. Isso quer dizer que estamos prontos para chegar a uma solução, para começar o tratamento", destacou Olusegun Obasanjo
 
De acordo com aquele ex-dirigente, "a solução passa exactamente pela vontade política" e "passa por ver quais são os problemas e levá-los à justiça".
 
A delegação recomendou ainda que a Guiné-Bissau receba "assistência especial da comunidade internacional" para lutar contra as drogas e que promova estratégias de combate de âmbito regional, com outros países da África ocidental. 
 
Entre as fragilidades detectadas, está a falta de recursos para patrulhar as mais de 80 ilhas que compõem o arquipélago das Bigajós
 
Foi também sugerido que a Guiné-Bissau avance com investigações no terreno que permitam elucidar sobre "a real situação de consumo e tráfico" de estupefacientes.
 
A 04 de Abril, uma brigada de combate ao tráfico de droga dos Estados Unidos capturou Bubo Na Tchuto,  antigo chefe da marinha guineense, acusando-o de tráfico de drogas, e Washington manifestou também a intenção de deter o actual chefe das Forças Armadas, António Indjai, que refuta as acusações".

ONU Quer Provas sobre Ataque Químico na Síria

Síria-"ONU diz que é necessária clareza sobre as acusações de ataque químico na Síria.
 
A oposição da Síria afirma que 1.300 pessoas, muitas delas mulheres e crianças, morreram num ataque das forças do governo Assad, com suposto uso de armas químicas, num um subúrbio de Damasco.
 
Jan Eliasson, secretário-geral adjunto da Nações Unidas declarou:
“Isto representa uma grave escalada da violência com graves consequências humanitárias e consequências humanas. Temos muita esperança de que seremos capazes de conduzir a investigação. Dr. Sellstrom e sua equipa estão no local do ataque em Damasco. Esperamos que tenham acesso à área pelo governo”. O comando militar sírio negou as informações de uso de armas químicas .
 
A Rússia, aliada do governo do contestado presidente Bashar al-Assad, pede prudência e exigiu uma investigação".

Arábia Saudita Vai Ajudar Egipto

Arábia Saudita-"O Rei Abdullah avisou que o reino saudita “vai permanecer do lado do Egipto e contra todos os que tentarem interferir nas questões internas".
 
Esta declaração do Rei Abdullah, publicada na última segunda-feira pelo "The New York Times", vem baralhar ainda mais o cenário de pré-guerra civil que se vive no Egipto. A Arábia Saudita, apesar de tradicional aliada dos Estados Unidos, assume, desta forma, uma clivagem relativamente à posição americana e da própria União Europeia (UE), que pretendem um cessar do derramamento de sangue a que se tem assistido nos últimos eventos.
 
Tanto Obama, presidente americano, como líderes europeus, entre os quais Merkel e Hollande, líderes políticos da Alemanha e França, respectivamente, têm instado os generais egípcios para que busquem uma solução de compromisso político.
 
Depois de americanos e europeus assumirem cortar nas ajudas financeiras ao Egipto, o regime de Riade garantiu, na segunda-feira, que irá compensar qualquer corte financeiro que o Ocidente venha a aplicar ao regime vigente em Cairo. Riade põe em causa o esforço de pressão, do Ocidente, sobre os generais egípcios, no sentido de maior moderação, além de diminuir a capacidade de influência americana na região.
 
De acordo com o "The Nex York Times", Cairo conta com o apoio de mais dois aliados americanos naquela zona do globo. Trata-se de Israel e dos Emirados Árabes Unidos, que apesar da proximidade diplomática com Washington, pretendem assegurar a quebra de influência política da Irmandade Muçulmana, que encaram como inimiga da estabilidade e pacificação regional. A monarquia saudita pretende, acima de tudo, evitar a criação de um movimento islamita democrático.
 
O apoio financeiro saudita, anunciado uma semana depois da tomada do poder pelos militares, será de 12 mil milhões de dólares contra os 1,5 mil milhões dos Estados Unidos e 1,3 mil milhões de dólares da UE. Este nível de ajuda altera substancialmente o paradigma tradicional de influência americana no Egipto, quando, por exemplo, durante a vigência militar do consulado de Mubarak, antigo presidente, era a principal financiadora do regime. 
 
Um artigo da revista alemã “Der Spiegel” refere que o regime actual, liderado por generais, juntamente a alguns antigos apoiantes de Mubarak, tem comparado a Irmandade Muçulmana ao crescimento do regime Nazi nos anos 30 do século passado. Este artigo sublinha que a retórica sustentada pelo regime vigente defende que na Alemanha também foi “a via militar dos aliados a destituir Hitler”.
 
Com os últimos desenvolvimentos, o regime saudita assume-se como o principal aliado do regime militar, que comanda os destinos egípcios, depois do exército ter deposto o anterior presidente, democraticamente eleito, Mohamed Morsi. O retomar do poder por parte dos militares, cuja influência remonta ao regime de Mubarak, que foi deposto na sequência dos primeiros eventos da primavera Árabe, tem significado um movimento reaccionário contra a Irmandade Muçulmana, que havia conquistado o poder nas eleições de Junho de 2012".

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Vaga de Calor e Incêndios em Portugal

Portugal_"Sete incêndios de grandes dimensões lavram no centro e norte do país nas últimas 48 horas e estão a ser combatidos por mais de mil bombeiros.
 
1.075 elementos estão envolvidos nas operações de combate às chamas em sete localidades dos distritos da Guarda, Santarém,
Viseu, Castelo Branco, Viana do Castelo e Coimbra.
 
O incêndio que mobiliza mais operacionais é o da localidade de Roda Cimeira, no concelho de Góis, no distrito de Coimbra. Algumas habitações estiveram ameaçadas.
 
As autoridades portuguesas pediram ajuda à Espanha e França de forma a reforçar os meios aéreos de combate aos incêndios florestais, sendo esperados dois Canadair espanhóis já esta quarta-feira.
 
Na Madeira, os bombeiros procedem apenas a trabalhos de rescaldo e vigilância das áreas ardidas nos últimos dias".

Egiptp: "Mubarak Pode Sair em Liberdade"

Egipto-"O tribunal egípcio vai avaliar, na quarta-feira, um pedido de libertação de Hosni Mubarak.
 
O antigo ditador foi colocado em liberdade condicional,  segunda-feira última, num processo sobre corrupção, mas fica detido por uma outra acusação.
 
O advogado de Mubarak afirma que os últimos desenvolvimentos não estão em nada relacionados com a saída da Irmandade Muçulmana do poder.
 
“As anteriores decisões de libertação, nos casos apresentados contra Mubarak e os seus filhos, foram emitidos quando a Irmandade estava no poder. O sistema judiciário não está relacionado com a política.

O juiz analisa o caso e se considerar que merece ser libertado, então ele decide. Se considerar que deve mantê-lo sob custódia, mantém-no detido. Isso não está relacionado com a política,” assegura o advogado Fareed Deeb.
 
Hosni Mubarak, de 85 anos, foi condenado a prisão perpétua no ano passado por não ter impedido a morte de manifestantes durante a revolta de 2011, mas após recurso está novamente a ser julgado".

Carência Alimentar Severa Aumenta na Guiné-Bissau

Guiné-Bissau-A situação afeta sobretudo a população rural e os números vão ser detalhados num inquérito que começa a ser preparado para haver resultados em setembro, num país com cerca de 1,6 milhões de habitantes.
 
A má campanha de caju, principal receita das famílias rurais, e a crise causada pelo golpe de Estado de Abril de 2012, são as principais razões para os guineenses, sobretudo das zonas rurais, não terem dinheiro para comprar comida e por isso reduzirem refeições e comerem apenas frutos silvestres.
 
De acordo com Rui Fonseca, encarregado da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) em Bissau, um inquérito realizado em 2011 mostrava que «20 por cento da população rural estava num estado de insegurança alimentar severa», correspondendo «a cerca de 179 mil pessoas».
 
«Estamos a ter a ideia de que esta percentagem aumentou», devendo agora rondar um valor «de 30 a 35 por cento, não sendo exagerado dizer 40», estima Rui Fonseca, com base num inquérito rápido realizado pela organização em Junho.
 
Partindo do valor de população rural afetada em 2011, as previsões atuais apontam para que pelo menos 260 mil pessoas estejam a passar por «carência alimentar severa» na Guiné-Bissau.

Produtor Mundial de Platina Quer Despedir 6.900 Trabalhadores na África do Sul


África do Sul-"O principal produtor mundial de platina, a empresa Amplats, anunciou o despedimento de 6.900 funcionários na África do Sul a partir de 01 de Setembro, o que levou os trabalhadores a ameaçar com uma greve.
 
A empresa, sedeada em Joanesburgo, deu assim início ao "aviso prévio destinado aos funcionários que serão dispensados a partir de 01 de Setembro", afirmou o director executivo da Amplats,Chris Griffith, citado pela agência AFP.
 
Este plano levado a cabo pelo maior produtor mundial de platina, que pressuporá o encerramento de 6.000 minas, deverá permitir uma poupança anual de 400 milhões de dólares (cerca de 230 milhões de euros).
 
O número final de funcionários a abandonar a empresa dependerá "do número de pedidos de rescisão voluntária, de reformas antecipadas, de reafetações e do preenchimento de vagas internas".
O plano de cortes, anunciado em Maio, concretiza-se agora depois de negociações com o Governo e com sindicatos.
 
Entretanto, os sindicatos dos trabalhadores do setor mineiro prometem contestar os despedimentos e ameaçam avançar para a greve.
 
A Amplats, empresa responsável por quase 40% das vendas de platina ao nível mundial, tinha apresentado um plano de extinção de 14 mil postos de trabalho".

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Activistas Japoneses Protestam Contra acções da China nas Ilhas Senkaku

Japão-"20 activistas japoneses manifestaram-se junto às ilhas do arquipélago das Senkaku domingo passado contra as mais recentes movimentações da guarda costeira chinesa na região.  As ilhas estão sob administração japonesa mas são reivindicadas por Pequim.
 
Hideki Nagayama, membro do grupo activista, lembra que “a China continua a entrar em águas territoriais japonesas ao largo das do arquipélago das Senkaku. Por isso queremos mostrar que é território nosso. Se ninguém faz nada, o Japão terá problemas sérios.”
 
Os manifestantes em várias embarcações pescaram e comeram o peixe como forma de protesto. Nas últimas semanas, e por causa da disputa por estas ilhas, as duas maiores economias asiáticas têm trocado provocações. Este arquipélago tem grande interesse estratégico e económico para a China e para o Japão já que tem grandes quantidades de peixe e pode ter grandes reservas de petróleo e gás".

União Europeia Revê Relações com Egipto

UE-O "presidente da Comissão Europeia e do Conselho Europeu anunciaram fim-de-semana que "em conjunto com os Estados-Membros, a União Europeia vai reavaliar com urgência as relações com o Egipto e as medidas a adoptar" para que se promova "o fim da violência e o regresso ao diálogo político e ao processo democrático."
 
O Egipto está a entrar num quadro de guerra civil desde que a violência nas ruas se agravou a partir de quarta-feira, 14 de Agosto. Nesse dia, centenas de manifestantes que apoiavam o presidente deposto Mohammed Morsi são mortos. O número estimado de vítimas desde quarta-feira é de 600.
 
O ministro da Defesa e chefe do Exército egípcio, general Abdel Fatah al Sisi, disse no domingo que as Forças Armadas respeitam a vontade do povo, não querem poder mas advertiu os islamitas que não se vão vergar perante a violência. "Não vamos ficar impassíveis perante a destruição do país e as ameaças contra a população" disse Al-Sisi, num discurso no Cairo perante as chefias das forças de segurança.
 
O comunicado conjunto da Comissão e do presidente do Conselho é mais um passo no sentido da condenação europeia dos acontecimentos no Egipto. A posição da UE foi avaliada segunda-feira última na reunião de embaixadores. Uma decisão deverá ser adoptada ainda esta semana na reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros, admitindo-se que possa ser congelada a ajuda ao Egipto, conforme o que está a ser proposto pela França".

Musaharraf Acusado de Assassinato de Benazir Bhutto

Paquistão-"O ex-presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, foi formalmente acusado do homicídio da antiga primeira-ministra e rival política, Benazir Bhutto, em 2007.
 
Musharraf voltou ao território paquistanês em Março, depois de quatro anos no exílio, e encontra-se em prisão domiciliária na sua residência dos arredores da capital Islamabad.
 
Bhutto foi assassinada no fim de um comício eleitoral em Rawalpindi, a 27 de Dezembro de 2007, num ataque suicida, poucas semanas depois de ter regressado ao Paquistão depois de anos no exílio.
 
Na altura, o governo acusou os talibãs paquistaneses e Musharraf disse ter avisado a opositora de que corria perigo".

Nigéria Anuncia Morte do Chefe do Boko Haram

Nigéria-O exército da Nigéria anunciou a morte do chefe do grupo islamita nigeriano Boko Haram.
 
Segundo a mesma fonte, Abubakar Shekau foi alvejado durante um confronto com soldados, na floresta de Sambisa, no nordeste da Nigéria. Terá sido transportado clandestinamente para os Camarões onde acabou por morrer.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Guiné-Bissau: Serviços da APGB paralisados

Bissau - Os serviço da Administração dos Portos da Guiné-Bissau (APGB), único porto comercial no país, encontram-se paralisados desde as primeiras horas desta sexta-feira, 16 de Agosto, um caso que tem vindo a se arrastar desde o final do dia anterior.
 
Em causa está a exoneração do Director-geral da instituição, Augusto Cabi, pelo Ministro de Transportes e Ministro do Estado, Orlando Mendes Veigas, que não foi aprovada por alguns funcionários da APGB.

Helder Gomes disse desconhecer a situação. Contudo, admite que este caso esteja relacionado com a guerra interna entre os militantes do Partido de Renovação Social, que é responsável pela pasta dos Transportes.

«Estamos em busca de soluções entre as partes para que os serviços voltem a funcionar normalmente», disse Gomes.

De passagem pelo local, a PNN encontrou várias pessoas sentadas junto às instalações da Direcção-geral da APGB, na sua totalidade fechadas pelos trabalhadores que reclamam a continuidade de Augusto Cabi como responsável máximo da instituição.

Entretanto, uma fonte próxima de Augusto Cabi denunciou à PNN que este teria sido alvo de assassinato, esta madrugada, junto à sua residência em Bissau. «Houve uma tentativa de assassinato na casa dele esta madrugada. Um grupo de pessoas com máscaras e armadas foram à procura dele», disse a fonte.

A disputa sobre a posse do Director-geral da APGB mereceu  quinta-feira passada, 15 de Agosto, comentários no discurso preferido por Antonio Indjai, Chefe do Estado- Maior General das Forças Armadas, durante a cerimónia de abertura da 1ª Conferência Nacional de Segurança e Serviço de Informação Militar, classificando o assunto como ambição pelo dinheiro.

Augusto Cabi foi indicado pelo Comando Militar para se ocupar destas funções poucos dias depois do golpe de Estado do dia 12 de Abril 2012.

Sobre este assunto, os economistas prevêem uma grande perda para o tesouro público, considerando que afecta negativamente, do ponto de vista económico, os trabalhos da Direcção-geral das Alfandegas da Guiné-Bissau.

União Africana Pede Contenção no Egito

 (AL-WATAN NEWSPAPER / AFP)
Egipto-"A presidente da Comissão da União Africana (UA), Nkosazana Dlamini-Zuma, pediu sábado passado em Lilongüe contenção ante os violentos protestos no Egito.
 
"Peço a todas as partes que atuem com a máxima contenção e que iniciem diálogo", disse durante uma reunião de líderes do sul da África na capital do Malauí. "É necessário que a UA peça uma reunião sobre a paz e a segurança no Egito", disse.
 
O ministro alemão das Relações Exteriores e seu colega do Catar - principal apoio da Irmandade Muçulmana -, condenaram sábado em Berlim a escalada da violência no Egito e também defenderam o diálogo.
 
"Estamos comovidos pela violência contínua e brutal no Egito", disse o chefe da diplomacia alemã, Guido Westerwelle, durante uma entrevista com o colega do Catar, Khalid bin Mohamed Al-Atiyah".

Um Terço das Mulheres do Quênia Foi ou Será Vítima de Estupro

Quênia-"Ser mulher no Quênia significa ter mais de 30% de possibilidade de sofrer algum tipo de abuso sexual durante a infância e adolescência, uma estatística assustadora que bate frontalmente com o pouco apoio recebido pelas vítimas. De acordo com um estudo realizado pelo governo do Quênia, em parceria com a ONU, um terço das menores quenianas terá sido o objeto de alguma violência sexual antes de completar 18 anos.

Este número é bem conhecido pelo Centro de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual que a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) opera no bairro de periferia de Kibera, em Nairóbi, uma das maiores cidades da África.Estima-se que em torno de 25% das pessoas que buscam ajuda são meninas menores de 12 anos.

Zaina Ahamed, queniana de 46 anos e uma das responsáveis pelo programa da MSF, conta que as menores são estupradas ou agredidas por pessoas de seu círculo, como vizinhos, conhecidos, membros da família, e até mesmo seus pais.

"Aos menores temos que dar ainda mais apoio que o normal, porque às vezes os estupradores são os próprios pais, e por isso temos que ter certeza que seu núcleo familiar é seguro", explica Zaina na porta do centro, que fica em uma das caóticas e empoeiradas ruas de Kibera.

Zaina diz ser muito comum serem os pais os violentadores, os vizinhos, e que normalmente a comunidade costuma ficar contra a vítima, a quem culpam por mentir ou criar uma má reputação para o bairro. "As vítimas vêm aqui porque não recebem nenhum tipo de apoio da comunidade. É preciso ser muito forte para sobreviver a um caso assim", ressalta.

O caso mais marcante para Zaina é o de uma menina de 12 anos que foi estuprada por um vizinho. "A menina demorou uma semana em contar à família que tinha sido violentada pelo vizinho. Quando a irmã foi enfrentar o estuprador, ele negou veementemente, mas uma hora depois se suicidou", contou.

Longe de receber o apoio do resto das pessoas da comunidade, a menina foi acusada de ser a responsável pela morte do morador. "Tal foi o assédio para ela, que teve que se mudar", relata Zina, com a naturalidade de quem viu centenas de casos similares.

Mas não são só as meninas que contam com uma rede de apoio praticamente inexistente. As mulheres, já adultas, também sofrem a mesma rejeição. Segundo Ahamed, muitas mulheres que contam ao marido terem sido estupradas são expulsas de seus lares ou acusadas de serem mentirosas. "Muitos homens acusam suas esposas de mentirosas, de dizer que foram agredidas sexualmente quando na realidade se tratava de relação consentida", declara a funcionária da MSF.

A causa do estigma e da rejeição que vem com a violência sexual, a pouca confiança que os quenianos têm em sua polícia e em seu sistema judiciário, fazem com que a maioria dos estupros nem sequer sejam denunciados, apesar da legislação impor penas duras aos estupradores.

Helen Achieng49 anos que mora em Kibera, denunciou às autoridades ter sido violentada, mas sem resultado. Ela vive nesta cidade há mais de 18 anos, depois da morte de seu marido, que, Helen suspeita ter morrido de Aids.

Infectada pelo vírus, Helen foi estuprada numa noite quando voltava com um grupo de amigos de um acto para arrecadar dinheiro para o funeral de uma amiga. A caminho de casa ela encontrou um grupo de homens armados que a levaram, junto com outra amiga, a uma floresta. Ali foi violentada por quatro homens diferentes durante mais de três horas.

Os estupradores nunca foram detidos nem processados, apesar de Helen ter buscado ajuda no centro da MSF e denunciado a violência. Além da incompetência das autoridades, Helen está cansada do pouco apoio e compreensão que recebeu dos vizinhos com quem conviveu por duas décadas.

"Os vizinhos que sabem do estupro dizem muitas coisas estúpidas. Alguns perguntam porque andava pela rua, que talvez estivesse procurando pelo que me aconteceu", explica com amargura. "Dizem que mudei, que fiquei sombria, que estou com o pavio curto e que estou mais magra", acrescenta.

Até seu filho mais velho pediu que não denunciasse os estupradores, que não continuasse investigando a identidade de seus agressores, como se assim fosse possível esquecer aquela noite. Aconteceu e ponto. Agora é preciso esquecer, dizia meu filho".