sexta-feira, 28 de junho de 2013

Obama Por Fim em África, Um Continente Que Terá de Disputar à China


Obama-É a primeira visita pelo continente desde que foi reeleito Presidente. Deslocação ensombrada pela saúde de Mandela.

É uma viagem emblemática e que África esperava desde que Barack Obama foi reeleito, mas que começa ensombrada pelo estado crítico em que se encontra Nelson Mandela. Nas três escalas, no Senegal, África do Sul e Tanzânia, o Presidente norte-americano vai falar de democracia e desenvolvimento, mas chega ao continente com poucas armas para contrariar a posição dominante conseguida nos últimos anos pela China.
 
Muito mudou desde a breve visita de Obama ao Gana, há quatro anos, quando um continente inteiro bebeu as palavras do primeiro Presidente negro dos EUA: "O sangue de África corre nas minhas veias, a história da minha família integra por igual as tragédias e os triunfos da história maior de África", disse, numa homenagem também ao pai, de nacionalidade queniana. A euforia que acompanhou essa breve visita esmoreceu - África foi sendo relegada na agenda de um Presidente ocupado com a crise económica, as Primaveras Árabes, os assuntos internos - e dificilmente se repetirá, apesar do entusiasmo dos países que foram incluídos na viagem de Obama pelo continente.
 
O Senegal é a primeira paragem de Presidente norte-americano, com uma visita à ilha de Gorée e aos edifícios onde os cativos africanos eram mantidos à espera de serem mandados para a escravatura na América. Uma visita simbólica, sublinhando um pedaço comum da história dos dois continentes, mas com a escolha do Senegal a Casa Branca pretende enviar outra mensagem aos africanos. O país "é uma das raras ilhas de democracia na África francófona face a uma tormenta de golpes de Estado e ditaduras e isso foi determinante", explicou um diplomata ouvido pela Radio France Internationale.
 
África do Sul e Tanzânia são as etapas seguintes de um percurso durante o qual se espera que Obama insista na ideia forte que levou em 2009 ao Gana, a de que os africanos "não precisam de homens fortes, mas de instituições fortes".
 
A promessa de investimentos americanos no continente fará parte da agenda, mas não se espera que Obama apresente iniciativas com a dimensão das que foram lançadas pelos seus antecessores: Bill Clinton, que visitou várias vezes o continente, fez aprovar uma "lei sobre o crescimento de África", eliminando as barreiras comerciais sobre mais de seis mil produtos de 35 países africanos; George W. Bush aproveitou uma deslocação em 2003 para lançar um plano de cooperação na luta contra a sida, recordou a France 24.
 
Com a crise no Ocidente, é da China que parte hoje grande parte do investimento - em infra-estruturas, mas também nos sectores das minas e do petróleo - de que África precisa e que, desde 2009, faz de Pequim o principal parceiro económico do continente. Mas os EUA não querem ficar de fora da corrida pelas oportunidades económicas e pelas matérias-primas africanas e a visita de Obama pretende mostrar isso mesmo. "África é um continente onde temos de estar presentes e ficamos felizes de poder enviar, no início deste segundo mandato, uma mensagem muito forte do profundo compromisso americano", disse à AFP Ben Rhodes, o conselheiro diplomático de Obama.
 
Todos os planos podem, no entanto, desmoronar-se se surgirem más notícias de Pretória, onde o ex-Presidente sul-africano está hospitalizado em estado crítico. Mesmo que ele não morra, a situação clínica de Mandela ensombrará a passagem pela África do Sul, onde Obama é esperado no sábado para uma visita que incluiria Robben Island, a ilha que foi prisão do Nobel da Paz. O Governo sul-africano disse apenas que Obama não deverá visitar Mandela - com quem se encontrou uma única vez, quando era ainda um jovem senador.
 
A ensombrar a visita também o desagrado do Quénia por não ter sido incluído no périplo - uma decisão que se deve ao facto de o recém-eleito Presidente Uhuru Kenyatta ter sido acusado de crimes contra a humanidade pelo Tribunal Penal Internacional por causa da violência étnica que se seguiu às eleições de 2007 - e as notícias sobre os custos da viagem que, segundo o Washington Post, se situam entre os 60 e os cem milhões de dólares.

Obama Viaja Para a África; Saúde de Mandela é Dúvida

Obama-O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, partiu em uma viagem de oito dias para a África quarta-feira passada com o objetivo de reviver o compromisso dos EUA com o continente, mas que será ofuscada pelas incertezas sobre a saúde do herói sul-africano, Nelson Mandela.
 
A viagem de Obama, sua segunda ao continente como presidente, o levará ao Senegal, África do Sul e Tanzânia. Enquanto o presidente espera destacar os temas de comércio e desenvolvimento econômico, sua visita definirá se o estado de Mandela está a piorar.
 
O ex-presidente sul-africano, de 94 anos, continuava hospitalizado em estado crítico depois de ser internado há mais de duas semanas com uma infecção pulmonar, disse o governo na terça-feira.
 
O Air Force One levou Obama, sua esposa, Michelle, e suas filhas Sasha e Malia, além da mãe da primeira-dama, Marian Robinson, e uma sobrinha de Obama, Leslie Robinson.
 
Os africanos têm um laço especial com Obama, o primeiro presidente afro-americano dos EUA, e estavam impacientes para que ele fizesse uma visita prolongada ao continente. Os africanos também estão desapontados porque o governo Obama não se engajou com o continente tanto quanto as administrações de George W. Bush e Bill Clinton.
 
Autoridades do governo dizem que a viagem é uma chance de colocar em movimento a relação. A primeira parada de Obama será no Senegal, onde ele irá visitar a Goree Island, local de um monumento aos africanos que foram enviados como escravos para as Américas.
 
Sua próxima parada será na África do Sul, onde assessores dizem que ele poderá visitar Mandela, mas que acatará os desejos da família de Mandela para determinar se o ex-líder sul-africano está disposto a tal encontro.
 
Na África do Sul Obama deve fazer um discurso esboçando sua política para a África na Universidade da Cidade do Cabo, onde Robert F. Kennedy fez seu famoso discurso em 1966 comparando a luta contra o apartheid na África do Sul à luta pelos direitos civis nos Estados Unidos.
 
O presidente também visitará a Robben Island, onde Mandela e outros presos políticos ficaram detidos, e visitará uma clínica de saúde.
 
A última parada de Obama será na Tanzânia, nação no Leste da África, onde ele participará de eventos com líderes empresariais e visitará uma usina de energia.

Cimeira Sobre Golfo da Guiné Alcançou Passos Para o Combate a pirataria - Diz Ministro Angolano

Yaounde -A CimeiradeChefesdeEstado e de Governo da CEEAC, CEDEAO e da Comissão do Golfo da Guiné, decorrida de 24 a 25 do corrente na capital camaronesa "conseguiu dar passos que possam encontrar forma gradual e estratégica para o combate a pirataria, assaltos a mão armada e a todos os actos ilícitos que actualmente grassam de forma cada vez mais perigosa no Golfo da Guiné" , considerou, quarta-feira última o ministro da Defesa Nacional, Cândido Pereira Van-dúnem.

O titular da pasta fez este pronunciamento, em jeito de balanço logo após o termino da Cimeira de Chefes de Estado e de Governo destas três organizações africanas, onde neste fórum o ministro representou o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, que assume actualmente a presidência em exercício da Comissão do Golfo da Guiné.

"Conseguimos de facto ganhar alguns passos que podem nesta mesma perspectiva se aproximar a resultados que ajudem a encontrar uma solução no concernente ao combate a pirataria marítima e outras praticas delituosas na região do Golfo da Guiné", frisou o ministro quando falava a imprensa angolana na capital camaronesa no final da sessão.

Disse que os documentos que foram aprovados durante o evento reflectem hoje a posição consensual dos estados parte "e isso é de facto uma boa base" e que materialização das estratégias adoptadas requerem numa perspectiva do futuro no alcance de objectivos que conduzem a criação de segurança nos mares e que os actos ilícitos possam reduzir gradualmente para numa segunda fase possam dar projectos de desenvolvimento.

 De acordo com Cândido Van-dúnem estes projectos podem trazer melhores condições de vida para a população dos países que integram o Golfo da Guiné, da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) e da Comunidade Económica de Desenvolvimento dos Estados da África do Oeste (CEDEAO).

Para o ministro todos os esforços tendentes a materialização de medidas para estabilizar a situação nessa região deverão ser desenvolvidas por todos de formas a que todos os estados tirem dividendos positivos.

 Durante o evento os Chefes de Estado e de Governo adoptaram o código de conduta relativo a prevenção e repressão dos actos de pirataria no mar nos navios e as actividades ilícitas marítimas na África central e oeste.


Guiné-Bissau: Secretário-geral do PRS Nomeado Conselheiro Técnico Principal do Ministro dos Transportes

Bissau – O secretário-geral do Partido da Renovação Social (PRS) Florentino Mendes, foi escolhido para exercer as funções de Conselheiro Técnico Principal do ministro dos Transportes de Telecomunicações, Orlando Mendes Veigas.
 
A informação foi avançada à PNN por uma fonte do Ministério dos Transportes, que não precisou a data da designação, por ordens de Orlando Veigas, dado que se trata de uma nomeação oficiosa.

Um despacho datado de 17 de Junho, do Gabinete do ministro dos Transportes de Telecomunicações, determina que, doravante, fica expressamente proibida na Administração dos Portos da Guiné-Bissau (APGB) a realização de quaisquer despesas com valor superior a 5 milhões de Fcfa. (cerca de 7 mil euros).


O mesmo despacho refere que ficam também proibidos a autorização de isenção e créditos a terceiros.

Em relação ao Presidente do Conselho de Administração da APGB, o ministro dos Transportes e Telecomunicações exige a eliminação da assinatura de Armandinho Dias dos fac-similes das contas bancárias, onde passa a ser obrigatória a assinatura do Diretor-geral da Instituição, Augusto Cabi, juntamente com a rubrica do seu Director Administrativo e Financeiro.


A terminar, o despacho de Orlando Mendes Veigas determina que, a partir de agora, todas as solicitações devem ser submetidas para apreciação e eventual decisão do ministro.

A PNN apurou que as medidas anunciadas pelo titular da pasta dos transportes vão ser objecto de análise pela Direcção do PRS, devendo ser informado o Chefe do Estado-maior General das Forças armadas, António Indjai. Orlando Mendes Veigas é um dos vice-Presidentes do PRS.

Guiné-Bissau: UE Disponibiliza Verba Para Reabilitação das Infra-estruturas Sociais

Bissau - A União Europeia (UE) financiou os trabalhos de reabilitação de infra-estruturas sociais, no interior da Guiné-Bissau.
 
A iniciativa insere-se no âmbito do Programa de Reabilitação das Infra-estruturas, o Fundo Europeu de Desenvolvimento disponibilizado desde 2009, num montante de 3,3 mil milhões de F.cfa (cerca de 5 milhões de euros) para a reabilitações das infra-estruturas escolares, centros de saúde e hospitais, assim como o fornecimento de equipamentos e utensílios de saúde.

Em nota de imprensa enviada à PNN, a UE indica que, entre os objectivos do programa destaca-se a melhoria das condições sanitárias e estruturais dos centros de saúde e dos hospitais das regiões de Bissau, Biombo, Bolama, Bubaque, Cacheu, Gabú, Oio e Tombali. Estas melhorias permitiram um atendimento sanitário adequado a mais de 600 mil pessoas.

As obras de reabilitação e a entrega dos equipamentos já foram concluídas nos Hospitais de Sonaco, Gabú, e no Centro de Saúde de Caliquisse. As reabilitações restantes estão também a ter seguimento.

A conclusão da reabilitação dos hospitais de Catió e de Bubaque, tal como do Centro de Saúde de Bedanda e do Centro de Saúde Mental de Brá, está prevista ainda para este ano, o que reforçará as capacidades sanitárias públicas, a melhoria do acolhimento dos pacientes bem como o bem-estar da população em geral.

Esta acção, financiada pela UE, está a ser executada em parceria com empresas locais e uma ONG internacional.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

África do Sul Morte de Mandela Aumentará visibilidade de tensões sociais

África do Sul-O antigo presidente da África do Sul, Nelson Mandela, de 94 anos, encontra-se hospitalizado em estado crítico devido a uma infeção pulmonar.
 
"Aquilo que vai acontecer na África do Sul não é algo que acontece após a morte ou por causa da morte de Nelson Mandela. É algo que já está lá há muito tempo. A África do Sul tem sido vítima de radicalizações e de problemas de crescimento económico, desemprego e de natureza social, que vão levar a que a visibilidade destas tensões seja mais clara após a morte de Mandela, estando até agora a sociedade e os partidos políticos um pouco contidos pelo respeito que essa grande figura lhes merece", disse à agência Lusa este especialista em assuntos africanos.
 
Para o investigador do Instituto Marquês de Valle Flôr, o antigo presidente sul-africano e herói da luta contra o regime de segregação racial que vigorou na África do Sul até 1994, é "uma figura agregadora" cujo "desaparecimento ocorreu há alguns anos quando ficou claramente diminuído do ponto de vista da sua capacidade de intervenção".
 
"O que a morte física de Mandela pode trazer a este cenário é, numa primeira etapa de muito curto prazo, um grande sentimento de unidade nacional porque todas as raças, todas as tribos, toda a nação sul-africana irão chorar Nelson Mandela e reivindicar para si aquela parte que considera positiva da ação de Mandela na transição de um regime de opressão para um regime de liberdade", acrescentou.
 
Mas, para Fernando Jorge Cardoso, imediatamente após esse período, as tensões sociais e políticas "vão passar a evidenciar-se" agravadas por um cenário económico desfavorável.
 
"A África do Sul é um país que não está a crescer economicamente, é o único país africano onde o crescimento demográfico é negativo por efeito de uma grande incidência do HIV/SIDA na população [...] e há um grande nível de desemprego", adiantou.
 
Para Fernando Jorge Cardoso, os efeitos da política de separação racial das cidades, dos sistemas organizacionais, da educação e da saúde, que vigorou durante o apartheid perduram na sociedade sul-africana.
 
"Há uma consequência de longo prazo que não é possível resolver em 20 anos e que tem a ver com a separação estrutural, física, ideológica e cultural da população em termos rácicos e em termos tribais. Este problema só parcialmente está resolvido, vai perdurar e implica tensões sociais e problemas muito complicados", disse.
 
Explicou que a tudo isto poderá juntar-se uma crise política no Congresso Nacional Africano (ANC), partido no poder, onde convivem três correntes distintas: uma mais radical, que considera que o partido não conseguiu resolver de forma suficientemente rápida o acesso da população negra ao poder e a melhoria de vida desta população, uma corrente que apoia o atual Presidente, Jacob Zuma, e uma outra linha política mais moderada, mas que não apoia o atual chefe de Estado.
 
"O ANC tem governado com maiorias absolutas desde 1994, mas essas maiorias não escondem o facto de o ANC ser o resultado da coligação de 30 diferentes organizações com sustentáculos de natureza social e política diferenciados e com divisões internas em que o que agregava as vontades era o objetivo de luta contra o apartheid", adiantou.
 
"O desaparecimento de Mandela vai levar a que dentro de alguns meses seja muito mais óbvia uma luta pelo poder dentro do ANC", acrescentou Fernando Jorge Cardoso.
 
Desde Dezembro, este é o quarto internamento de Nelson Mandela, que deu entrada no hospital a 08 de Junho, tendo-se o seu estado de saúde agravado no domingo.
 
Nelson Mandela, que em 1994 se tornou no primeiro presidente negro da África do Sul, comemora a 18 de Julho os 95 anos.

terça-feira, 25 de junho de 2013

OMS: Mais de 35% das Mulheres Vão ser Violentadas Pelo Menos Uma Vez na Vida

OMS-Mais de 35 por cento das mulheres vão sofrer, pelo menos uma vez na vida, actos de violência cometidos por parceiros, familiares, conhecidos ou estranhos, estima a Organização Mundial de Saúde (OMS).
 
A agência das Nações Unidas, em parceria com a London School of Hygiene & Tropical Medicine e o South African Medical Research Council, analisou a prevalência de violência física e sexual cometida por parceiros íntimos e parceiros não íntimos (familiares, amigos, conhecidos e estranhos).
 
Segundo o relatório “Estimativas mundiais e regionais da violência contra mulheres: prevalência e efeitos na saúde da violência doméstica e sexual”, divulgado em Genebra, cerca de 30 por cento das mulheres que já tiveram relações íntimas serão, nalgum momento, vítimas de violência física e/ou sexual cometida pelos parceiros.
 
Porém, o que surpreendeu a OMS foi o “já elevado” nível de exposição à violência – quase 30 por cento – “entre jovens mulheres, com 15 a 19 anos”, sendo que o pico se situa entre na faixa etária entre os 40 e os 44 anos.
 
No que respeita à violência física, o relatório conclui que 38 por cento de todas as mulheres assassinadas foram mortas pelos seus parceiros íntimos.
 
Por outro lado, 42 por cento das mulheres que sofreram violência física e sexual às mãos dos companheiros ficaram com danos físicos, que podem ir desde “ossos partidos a complicações na gravidez e perturbações mentais”.
 
A violência íntima tem também impacto na saúde psicológica: por exemplo, as mulheres violentadas têm o dobro das probabilidades de depressão e alcoolismo; também é maior a probabilidade de contraírem doenças sexualmente transmissíveis (sida, sífilis, gonorreia) e de terem uma gravidez não desejada ou um aborto.
 
A prevalência global da violência perpetrada por um agressor que não é o parceiro íntimo, mas um familiar, conhecido ou estranho, desce para os 7,2 por cento – mas as mulheres que dela são vítimas, pelo menos uma vez na vida, serão ainda mais susceptíveis do que as violentadas por parceiros íntimos de sofrerem de problemas de depressão, ansiedade e alcoolismo.
 
Esta incidência de 7,2 por cento tem de ser lida à luz do “medo do estigma”, que “impede muitas mulheres de reportarem a violência sexual cometida por não parceiros”, assinala a OMS, aconselhando os Estados a melhorarem as estatísticas sobre violência contra as mulheres.
 
Baseando-se nos dados de um conjunto de países e territórios seleccionados nas várias regiões do mundo, a OMS projectou estatísticas globais e regionais.
 
As maiores incidências de violência contra mulheres por agressores íntimos registam-se nas regiões de Sudeste Asiático, África e Mediterrâneo Oriental. Seguem-se América, Europa e Pacífico Oeste.
 
África e América lideram a tabela da violência cometida por parceiros não íntimos, mas, se o mundo for dividido em zonas de baixos e elevados recursos, é nestes últimos que este tipo de agressão é mais comum.
 
Se combinados agressores íntimos e não íntimos, a região de África lidera as estatísticas globais, com 45,6 por cento das mulheres sujeitas a violência, pelo menos uma vez na vida, enquanto a Europa regista uma incidência de 27,2 por cento.

TPI Apura Caso Que Pode Manchar a Sua Imagem na África

TPI-O Tribunal Penal Internacional designou uma comissão independente para apurar denúncias de que um de seus funcionários abusou sexualmente de vítimas protegidas pela corte. A comissão também terá a missão de revisar os procedimentos adotados pelo TPI em países africanos, onde o tribunal tem atuado. Não foi divulgado um prazo para a conclusão dos trabalhos dessa comissão, mas a corte já prometeu tornar público o resultado.
 
A acusação contra o funcionário do TPI se tornou pública em Abril, quando o próprio tribunal anunciou a abertura de uma investigação interna para apurar as denúncias. De acordo com as denúncias, quatro vítimas de criminosos no Congo foram abusadas enquanto estavam sob a tutela do programa de proteção a vítimas e testemunhas do próprio TPI no país.
 
Quinta-feira (20/6), a corte(TPI) revelou que essa investigação mostrou que as denúncias são bastante sérias e devem ser apuradas mais a fundo. Quatro especialistas de fora do TPI foram encarregados de conduzir essas novas investigações no Congo. O tribunal não revelou nem o nome desses especialistas e nem o do funcionário acusado de abuso.
 
O Tribunal Penal Internacional, ao longo da sua primeira década de vida, tem tentado construir um laço de cooperação com os países da África, foco de atuação da corte justamente por não terem um Poder Judiciário estruturado. Em países como o Congo e o Sudão, a presença do tribunal é bastante marcante e o trabalho árduo é convencer a população de que o TPI é um aliado na luta contra a impunidade. Ao longo de  uma década de vida, o tribunal vem fazendo seminários de conscientização nesses países e fortalecendo programas de proteção às vítimas e testemunhas para que elas possam delatar os criminosos.
 
A denúncia de que um funcionário do TPI estaria aproveitar-se de pessoas vulneráveis sob proteção da corte pode minar esse esforço do tribunal. Sem apoio popular, o trabalho do tribunal fica ainda mais difícil, já que o TPI não tem Polícia própria e depende da cooperação dos países para atuar. Para evitar esse retrocesso, o TPI prometeu rigor para apurar as denúncias e responsabilizar os culpados. O principal objetivo da comissão independente será apontar onde estão as falhas desses programas de proteção a vítimas e testemunhas.

Ataque Atribuído à Renamo Mata Duas Pessoas em Moçambique

Moçambique-Duas pessoas morreram e cinco ficaram feridas num ataque a um autocarro, sexta-feira última de manhã, no centro de Moçambique, segundo o balanço oficial provisório divulgado pela RDP África. O ataque foi atribuído pelo Governo à Renamo, antigo movimento guerrilheiro e principal partido da oposição.
 
A polícia moçambicana deteve entretanto para interrogatório Jerónimo Malagueta, um “general” da Renamo (Resistência Nacional de Moçambique) que, na quarta-feira, anunciou a intenção do partido de impedir a circulação ferroviária e rodoviária no centro do país. O dirigente é acusado de “incitamento à violência”.
 
A agência noticiosa moçambicana AIM noticiou que foram atacados em momentos diferentes um veículo de transporte de passageiros e outro de carga. Os ataques de sexta-feira ocorreram na região de Machanga, Sofala. “Não tenho dúvidas de que foi a Renamo”, disse Pedro Cossa, porta-voz do Ministério do Interior, citado pela Reuters
 
Arnaldo Machowe, administrador do distrito de Chibabava, disse à RDP África que elementos da Renamo "metralharam" um autocarro da transportadora Etrago, que não terá obedecido a ordens para parar, e um camião de carga.
 
Na quarta-feira passada, o antigo movimento rebelde ameaçou bloquear, a partir de quinta, a linha de caminho-de-ferro por onde sai o carvão e a circulação rodoviária no centro do país. A ameaça foi feita depois de o Governo ter acusado a Renamo da autoria de um ataque a um paiol que provocou a morte de sete soldados, na segunda-feira.
 
"Serão tomadas medidas para enfraquecer a logística dos que fazem sofrer os moçambicanos", disse Jerónimo Malagueta. O dirigente afirmou que seria paralisada "a circulação dos comboios" na linha férrea do Sena e o tráfego na Estrada Nacional 1, o principal eixo rodoviário do país. Aquela linha férrea é essencial para escoar a produção de carvão das minas de Moatize, no Nordeste, através do porto da Beira, no centro.
 
O partido alegou que está a ser preparada uma ofensiva do Exército contra o seu antigo quartel-general, na serra da Gorongosa. "A Renamo vai posicionar-se para impedir a circulação de veículos de transporte de pessoas e bens, porque o Governo usa esses veículos para transportar armas e soldados à civil", acusou o dirigente detido esta sexta-feira.
 
Malagueta desmentiu que o ataque a um paiol das Forças Armadas na província de Sofala tivesse sido feito por membros da Renamo e sugeriu que, devido ao "descontentamento geral", "outros moçambicanos" tivessem empunhado armas.
 
Os recentes ataques seguem-se a outras acções – em Abril, por exemplo, um ataque atribuído à Renamo causou a morte de quatro agentes da Força de Intervenção Rápida. A sucessão de casos tem feito aumentar a tensão, quando se aproxima um período eleitoral – as municipais estão agendadas para Novembro e as presidenciais para 2014. A Frelimo convocou para sábado uma manifestação de repúdio pelos recentes ataques.
 
Governo e Renamo têm mantido conversações, sem resultados visíveis. A antiga guerrilha pretende a renegociação dos acordos de paz de 1992, contesta as leis eleitorais e acusa a Frelimo, no poder, de apropriação da riqueza do país. O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, retirou-se no ano passado para a Gorongosa e ameaçou voltar à guerra.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

África Perde Milhões Devido a Paraísos Fiscais

África-Os paraísos fiscais usados pelas principais empresas internacionais estão a privar os Estados africanos empobrecidos de dezenas de milhares de milhões de dólares todos os anos, acusou o ex-secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) Kofi Annan.
 
Ao discursar numa reunião do Conselho de Segurança da ONU, sobre a relação entre recursos naturais e conflito, Annan disse que a fuga ao fisco e os negócios "escuros" têm resultado na perda de receitas estatais que alimentam as guerras sobre os recursos naturais que têm amaldiçoado África desde há décadas.

"Quando as empresas estrangeiras fazem uma utilização generalizada de empresas 'offshore', empresas-écran e paraísos fiscais, estão a enfraquecer os padrões e minam os esforços dos reformistas em África para promover a transparência", disse Annan.

O antigo líder da ONU adiantou que o relatório do Painel para o Progresso de África, a que preside, detetou "empresas-écran anónimas" utilizadas em cinco negócios na República Democrática do Congo, que ascenderam a 1,4 mil milhões de dólares (1,1 mil milhões de euros), entre 2010 e 2012.

Esta importância é quase o dobro do orçamento do Estado deste país pobre, apesar de rico em recursos, para a saúde e educação.

Annan acrescentou que o continente africano perde mais dinheiro anualmente através de uma técnica de fuga ao fisco, através da manipulação dos preços (subfacturação) dos produtos envolvidos no comércio internacional, do que recebe através da ajuda pública ao desenvolvimento.

Divergências Sobre a Guiné-Bissau Atrasam Conclusões da CPLP

Guiné-Bissau-Divergências sobre a questão da Guiné-Bissau atrasaram a redacção das conclusões finais da reunião informal da CPLP, documento assinado quarta-feira última em Lisboa.

A discussão sobre a Guiné-Bissau dividiu os intervenientes durante a reunião dos presidentes dos oito Parlamentos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que teve lugar terça-feira passada na Assembleia da República. O texto das conclusões finais foi trabalhado ao longo de várias horas para se conseguir um consenso sobre a sua formulação final, tendo acabado por ser assinado apenas quarta-feira última de manhã.

No documento, destaca-se a afirmação de um “comprometimento solidário com a evolução da situação política da Guiné-Bissau, assinalando como encorajadora a recente formação de um governo inclusivo, na esteira do Pacto de Transição e Acordo Político e da Agenda Política de Transição, aprovados em Maio passado pela Assembleia Nacional Popular”.

Na terça-feira, a presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, informou em conferência de imprensa que os Parlamentos da CPLP tencionam deslocar-se à Guiné-Bissau “numa data mais próxima das eleições” presidenciais e legislativas naquele país, que estão previstas para o final do ano.

Assunção Esteves declarou que a situação da Guiné-Bissau “exige a todos uma grande disponibilidade de colaborar”.

A presidente da Assembleia da República portuguesa elogiou a “determinação” e a “capacidade hercúlea” do representante especial do secretário-geral das Nações Unidas para a Guiné-Bissau, José-Ramos Horta, ausente da conferência da imprensa, que tem “um plano completo e bem organizado na cabeça” a aplicar na Guiné-Bissau.

Na conferência de imprensa conjunta, o vice-presidente do parlamento angolano, João Lourenço, recordou a “clara condenação” do golpe de Estado pela CPLP, mas sublinhou os “progressos bastantes significativos” no diálogo entre os actores políticos, no sentido da realização de eleições. João Lourenço acrescentou ainda que “Angola nunca deixou de apoiar a Guiné-Bissau”.

Sobre a cimeira de chefes de Estado e de Governo da CPLP que vai decorrer em Luanda no próximo ano, Assunção Esteves afirmou a intenção de uma “uma agenda concreta com recomendações políticas” com a qual será possível “um impulso ao plano político dos poderes executivos”.

Entre as recomendações poderão “eventualmente” integrar a liberdade de circulação de cidadãos da CPLP e a adopção de temas-chave, como os direitos das crianças, a cada dois anos. Sobre os protocolos assinados, os parlamentos lusófonos afirmaram que “é importante que não fiquem na gaveta”.

Guiné-Bissau: Serviço de Migração e Fronteiras Regista Maior Fluxo de Cidadãos Malianos no País

Bissau - As autoridades guineenses, através do Serviço de Migração e Fronteiras, anunciaram o registo de entrada de um maior número de cidadãos do Mali na Guiné-Bissau, nos últimos tempos.
 
De acordo com a fonte da PNN, nas últimas duas semanas, perto de três dezenas de cidadãos malianos foram intercetados, em situação irregular, no território da Guiné-Bissau.

A mesma fonte informou que, relativamente ao mês de Junho de 2012, as autoridades de Migração e Fronteiras não registaram as entradas em situação de irregularidade.

Este ingresso constante de cidadãos malianos no país foi referido, durante esta semana, pelo Presidente de transição, Manuel Serifo Nhamadjo, devido à ameaça de fundamentalistas islâmicas do Mali, que podem infiltrar-se na Guiné-Bissau. O Chefe de Estado solicitou a colaboração do país, através do Ministério do Interior, com outros países da sub-região.

A República da Guiné-Konacry continua a liderar a lista, com o mais elevado número de pessoas em situação ilegal na Guiné-Bissau, tendo registado a entrada de mais de 300 pessoas sem qualquer documento de identificação.

Em relação aos imigrantes de outros países, a presença de cidadãos de nacionalidade nigeriana caiu, comparativamente com os anos anteriores.

A Gâmbia, a Mauritânia, a China, a Serra Leoa, Burkina Faso e Índia registaram a menor quantidade de entradas no país, nos últimos dias, sendo provenientes do Gana 17 pessoas em situação de ilegalidade que entraram na Guiné-Bissau.

Guiné-Bissau: União Europeia Confirma Sanções aos Autores do Golpe de Estado

Bissau - O Conselho Europeu confirmou, a 18 de Junho, as medidas restritivas aplicadas, desde o ano passado, aos militares implicados no golpe de Estado de 12 de Abril de 2012.

Em comunicado de imprensa enviado à PNN, o Conselho Europeu informou que mantém a decisão tomada no ano passado, na sequência do golpe de Estado de 12 de Abril de 2012 na Guiné-Bissau, confirmando as medidas restritivas contra os 21 militares que estiveram envolvidos na acção.

A decisão prevê o congelamento, no território europeu, de todos os fundos e recursos económicos que sejam propriedade dos indivíduos, no seguimento da sua implicação em actos que ameaçaram a paz, a segurança e a estabilidade da República da Guiné-Bissau. Os militares estão igualmente sujeitos à proibição de entrada e permanência em território da União Europeia (UE).

O Conselho Europeu indicou ainda que a lista dos militares submetidos às referidas medidas pode ser consultada na página de Internet da Delegação da UE, junto da República da Guiné-Bissau.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Advogados Muçulmanos Exigem Detenção de Obama Quando Visita África do Sul


Cidade do Cabo - A Associação dos Advogados muçulmanos de Joanesburgo pede a detenção do Presidente norte-americano, Barack Obama, quando ele chegar a 29 de Junho corrente na África do Sul, de acordo com o seu porta-voz, Yousha Tayob.

A organização apresentou um documento de 600 páginas ao director nacional da Procuradoria da República sul-africana para pedir que investigações sejam levadas a cabo sobre Obama por "crimes de guerra", nomeadamente a sua implicação no Médio Oriente e nos ataques mortíferos lançados com drones norte-americanos, veículos aéreos não tripulados por homens, anunciou Tayob.

Ele considera que, em virtude do Tratado de Roma, a África do Sul tem o direito de perseguir um criminoso de guerra no seu território.

A viagem de Obama pela África do Sul inscreve-se no quadro de uma digressão africana que o levará também ao Senegal e à Tanzânia.

Por outro lado, a disputa entre o Congresso Nacional Africano (ANC, partido no poder) e a Aliança Democrática (DA, sigla em inglês), principal partido da oposição, que administra a província do Cabo Ocidental, continua em torno da possível visita de Obama à sua jurisdição.

A disputa surgiu depois da DA ter enviado uma carta ao presidente da Assembleia Nacional para pedir aos parlamentares para convidarem Obama a exprimir-se diante do Parlamento reunido em sessão comum durante a sua visita.

O gabinete do presidente do Parlamento rejeitou este pedido, considerando que, em virtude dos protocolos internacionais, o Parlamento não pode convidar um chefe de Estado estrangeiros a proferir um discurso nas suas instalações.

"O Presidente Obama visitará este país enquanto hóspede do Governo sul-africano e não enquanto hóspede do Parlamento. O programa da sua visita é por conseguinte conjuntamente estabelecido pelos dois Governos. Portanto, o Parlamento não pode desviá-lo, como sugerido pelo requerimento o gabinete da DA", lê-se num comunicado.

terça-feira, 18 de junho de 2013

Fundo Internacional Quer Criar 50 Escolas Profissionais em África



Presidente gabonês, Ali Bongo
Presidente gabonês, Ali Bongo

Libreville - O Presidente do Gabão, Ali Bongo Ondimba, anunciou, no final de um fórum internacional, em Libreville, a criação de um fundo de 150 milhões de euros (um euro equivale a AKZ 124.00 ) para financiar 50 escolas profissionais em África.

O anúncio do fundo Train My Generation (ensina a minha geração) foi feito no final do New York Forum Africa, fórum pan-africano que juntou líderes políticos, homens de negócios e peritos internacionais na capital do Gabão, durante três dias, e que terminou no domingo.

Segundo um comunicado da African Press Organization divulgado (segunda-feira), o objectivo do fundo é criar 50 escolas profissionais para educar 100 mil estudantes em África, durante um a dois anos.

As escolas profissionais vão focar-se em três áreas - turismo, agricultura e venda a retalho -, consideradas como aquelas com mais potencial de crescimento e de criação de emprego.

Os seis membros da Comissão da Comunidade Económica e Monetária da África Central (CEMAC) - Tchad, República Centro-Africana, Camarões, Guiné Equatorial, Gabão e República do Congo - darão o pontapé de saída no financiamento do fundo, com 37 milhões de euros.

Os restantes virão do setor privado e de investidores africanos e internacionais, em associação com o New York Forum Institute, responsável pelo New York Forum Africa.

As duas centenas de participantes no fórum apontaram o crescente desemprego jovem como o maior desafio para o continente africano.

O fundo será apresentado na cimeira do G8 (grupo que inclui Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Canadá e Rússia), que hoje começa na Irlanda do Norte. O objectivo é "demonstrar que África (...) está decidida a fazer do emprego juvenil uma prioridade", disse o Presidente do Gabão.


União Europeia Reafirma Apoio Financeiro à Guiné-Bissau Para as Eleições

Bissau-O representante da União Europeia (UE) na Guiné-Bissau, Joaquim Gonzalez Ducay, reafirmou que a organização vai apoiar técnica e financeiramente as eleições gerais do país, que devem ocorrer em Novembro deste ano.

 Gonzalez Ducay falava aos jornalistas em Bissau após assistir à cerimónia de posse da nova equipa dirigente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), liderada pelo juiz do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) Augusto Mendes e ainda integrada por três magistrados.

O representante da UE não costuma comparecer às cerimónias ou actos oficiais das autoridades de transição, que não são reconhecidas por Bruxelas, mas Gonzalez Ducay sentou-se na primeira fila de convidados no acto de posse dos novos dirigentes da CNE.

Sobre a sua presença na cerimónia, o embaixador dos "27" afirmou tratar-se do reconhecimento dos esforços no processo de conclusão da transição na Guiné-Bissau rumo à organização de eleições gerais, que "é exigência da comunidade internacional".

"Já confirmámos que a União Europeia está pronta para contribuir para o financiamento do processo eleitoral com fundos e apoio técnico", observou Gonzalez Ducay, quando questionado sobre o que a UE pensa fazer daqui para a frente em relação à Guiné-Bissau.

Questionado sobre se a sua presença na posse dos novos dirigentes da Comissão Eleitoral significa o reconhecimento das autoridades de transição, o embaixador disse que a a UE quer falar antes do apoio às próximas eleições gerais.

"Estamos a falar do apoio ao processo eleitoral para o regresso da ordem constitucional. Esta é uma etapa importante, vamos proceder por etapas. Vamos continuar com os apoios em função da evolução dos acontecimentos", sublinhou Gonzalez Ducay.

O diplomata europeu reconheceu que foram dados passos importantes com a criação do novo Governo inclusivo e agora com a posse da nova equipa dirigente da CNE, mas disse faltar ainda a marcação da data das eleições.

Gonzalez Ducay afirmou também que o novo Governo criado na semana passada tem a responsabilidade de preparar as eleições dentro dos padrões internacionalmente aceites.

"O Governo tem uma grande responsabilidade de gerir o processo de transição até à realização de eleições que se querem livres, justas e transparentes e que permitam ao país regressar à ordem constitucional", acrescentou.

Guiné-Bissau: Augusto Mendes é o Novo Presidente da Comissão Nacional de Eleições

Bissau - A Comissão Nacional de Eleições (CNE) tem um novo Presidente, o juiz conselheiro Augusto Mendes, que exercia o cargo de Presidente do Conselho Nacional da Comunicação Social.
 
O novo homem forte da CNE, que substitui o falecido Presidente Desejado Lima da Costa, foi eleito quarta-feira passada, 12 de Junho, pelos deputados da Assembleia Nacional Popular (ANP) com 82 votos a favor. O seu adversário, Emiliano Nosoline dos Reis, antigo Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, contou com três votos.

Para a função de Secretário Executivo da CNE, os parlamentares elegeram José Pedro Sambu, outro magistrado judicial, que terá como Secretários Executivos adjuntos Cátia Lopes e Idrissa Djaló.

A eleição do corpo dirigente da CNE, ao abrigo do Pacto de Transição e do Acordo Político recentemente assinado, representa um passo importante para o início do processo das eleições Gerais previstas para Novembro deste ano, tido como prioritário pelo actual Governo de transição e pela Comunidade Internacional.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Como a China Gasta Suas Reservas Bilionárias?

China-É possível ter uma coisa boa em excesso?
A pergunta vem do facto de que, enquanto muitos governos ocidentais têm de se preocupar com seus crescentes deficit comerciais, a China tem o problema oposto.Graças ao seu sucesso como país exportador, a China tem as maiores reservas de moeda estrangeira do mundo. E essas reservas não param de crescer,  chegaram a um recorde de US$ 3,44 trilhões.

Com todos os zeros, essa soma é US$ 3.440.000.000.000, equivalente ao tamanho da poderosa economia alemã.O conteúdo das reservas é um segredo de Estado, mas um relatório divulgado anos atrás no periódico China Securities Journal revelou que 65% delas consistem em dólares, 26% em euros, 5% em libras e 3% em ienes.

A China é a maior detentora de títulos da dívida do governo americano, depois do Fed (banco central americano). Também tem títulos da dívida de governos europeus, mas não tantos títulos de países periféricos endividados - pelo menos não tantos quanto a zona do euro gostaria.No pico da crise do euro, a moeda comum europeia subia a cada sinal de que a China planejava comprar títulos europeus.

Você pode achar que ter um superavit comercial como o chinês seja uma boa notícia. Mas, segundo autoridades do banco central da China, a situação acabou causando um problema, por causa do câmbio fixo chinês.

Desafios

 
As reservas internacionais ajudam a proteger a moeda de um país de ataques, já que a venda de moedas estrangeiras ajuda a sustentar o valor da moeda local. Os bancos centrais aprenderam essa lição após a crise financeira da Ásia, em 1997.

A China permite que o yuan flutue até 1% para mais ou menos, e as reservas ajudam nisso. Mas não está claro qual a quantidade de reservas que um país realmente precisa.

Não se trata apenas do temor de que o dólar ou o euro se depreciem. A preocupação é também de que as reservas contribuam para um excesso de dinheiro na economia. Isso tem levado ao aumento de preços, inclusive de habitação.
 

Quando um banco central acumula reservas, ele imprime dinheiro (yuan) para comprar os dólares, euros, libras e ienes que acrescenta a essas reservas. Para impedir que isso gere inflação (imagine o que aconteceria se a China imprimisse US$ 3,4 trilhões à sua economia, que movimenta US$ 8 trilhões), o BC "esteriliza" suas ações tirando a quantidade de dinheiro equivalente da economia.

A China faz isso pagando juros ao dinheiro que bancos comerciais depositam no Banco Central, para incentivar os bancos a deixar seu dinheiro ali.A esterilização tende a ser incompleta, já que os bancos buscam taxas de remuneração maiores em outros investimentos, em vez de deixar todo seu dinheiro no BC.

Além disso, há a preocupação de que o BC não esteja obtendo um grande retorno nessas reservas, já que os yields (taxas de juros) de títulos das dívidas europeias e americanas são baixos.

Então, a China usa essas reservas para financiar investimentos no exterior. Pequim quer comprar activos reais - como portos, recursos naturais, tecnologia e companhias financeiras.Isso contribui para seu objetivo de criar multinacionais chinesas.

Política de expansão

Ter empresas competitivas globalmente poderia ajudar a China a aumentar sua capacidade tecnológica e sua produtividade, algo crucial para sustentar seu crescimento. A China gostaria de seguir o exemplo de outros que enriqueceram - como a Coreia do Sul ou Taiwan - e desenvolver marcas internacionais, como Samsung e HTC.
Essa era a meta quando Pequim lançou sua política global, em 2000. O primeiro investimento comercial no exterior foi em 2003-04, na Europa, quando a empresa chinesa TCL comprou a marca francesa Thomson.

Desde então, seus investimentos estrangeiros aumentaram exponencialmente e atingiram níveis recordes, superando os internos - dado que geralmente indica que um país está chegando ao nível de desenvolvimento econômico.A maioria desses investimentos chineses tem ido para outras partes da Ásia, para a América Latina e a Europa.

Para investir no exterior, as empresas chinesas necessitam de autorização oficial, já que o governo do país é o controlador de movimentos de capitais. Sendo assim, os investimentos chineses vão para onde a China tem interesse em crescer - não apenas recursos naturais, mas também tecnologia e serviços com valor agregado. É por isso que os países que mais recebem esses investimentos (com exceção de Hong Kong e Ilhas Cayman) são Austrália, Cingapura e EUA.

Política

No entanto, o capital chinês nem sempre é bem recebido.Investimentos de origem estatal podem gerar desavenças políticas, como já ocorreu nos EUA e na Austrália.

E empresas privadas chinesas têm dificuldades em operar, por conta da falta de transparência quanto ao que é privado e o que é ordenado pelo Estado. Isso indica uma necessidade de reformas na China, para deixar claras as fontes de financiamento em seus negócios internacionais e a real posse de empresas chinesas.

Ao mesmo tempo, a China não deve continuar tendo os grandes superavit comerciais do passado.Em 2012, o superavit caiu para menos de 3% do PIB - chegara a 10% antes da crise de 2008. Os chineses não estão exportando tanto por conta da menor demanda externa, então é improvável que acumulem tantas reservas quanto antes.

Isso também significa que será mais importante que os investimentos chineses no exterior sejam bem vistos, já que a China dependerá mais de multinacionais produtivas e competitivas para continuar crescendo. E essas empresas precisarão cada vez mais se financiar de maneira competitiva.

Certamente veremos mais empresas chinesas disputando terreno global. Seu sucesso será importante não apenas para as próprias empresas, mas para o próprio futuro da China.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Guiné-Bissau: Tribunal de Justiça da UEMOA Prioriza Julgamento de Processos Pendentes

Bissau - O novo Presidente do Tribunal de Justiça da União Económica Monetária Oeste Africana (UEMOA) definiu como prioridade a audiência, discussão e julgamento de todos os processos pendentes nesta instituição judiciária, ao nível dos países membros da organização.

Em exclusivo à rádio Pindjiguiti, Daniel Lopes Ferreira lembrou o seu passado, assegurando sempre ter agido com muita neutralidade, independência e objetividade, com a capacidade de saber resistir às pressões.
«Temos processos que se encontram neste tribunal e que temos que julgar com toda esperança jurídica necessária, como foi sempre o meu princípio, sem instruções de nenhuma pessoa de fora», disse Daniel Lopes Ferreira.

Em causa estão processos-crime de ordem transversal, entre empresas dos países membros da UEMOA. Contudo, Daniel Lopes Ferreira disse não querer falar do assunto, por uma questão de cortesia ao nível da organização.

«É um dever. Não devo falar publicamente destes processos, são problemas ligados às empresas que actuam em qualquer país da união», sublinhou o Presidente do Tribunal da UEMOA.

No caso particular da Guiné-Bissau, Daniel Lopes disse não existir nenhum processo neste sentido, mas deixou claro que, mesmo havendo, vai agir sempre em nome da união.

Apesar da firmeza do Tribunal da UEMOA em termos de actuação nos processos, o responsável informou que a parte interessada é que deve procurar informar a instituição, e não o contrário.

«O Tribunal não age se o problema não chegar, mesmo que tenhamos conhecimento de um certo caso», disse o recém-nomeado.

Daniel Lopes Ferreira disse ainda que está em curso o trabalho de levantamento das necessidades em termos de reforço da capacidade institucional, tendo manifestado total apoio à Guiné-Bissau.

Em missão de trabalho ao país, o Presidente do Tribunal da Justiça da UEMOA já manteve, a 10 de Junho, encontros com o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça da Guiné-Bissau, Paulo Sanha, o Procurador-geral da República, Abudu Mane, e o Ministro da Justiça, Saido Balde.

Aumentar Taxa de Emprego dos Migrantes Tem Ganhos Orçamentais Substanciais, Diz OCDE

OCDE-A OCDE alerta hoje os Estados-membros, particularmente os europeus, que poderiam ter "ganhos orçamentais substanciais" se aumentassem as taxas de emprego dos imigrantes para níveis idênticos aos dos cidadãos nacionais.
 
No seu relatório anual sobre migrações, divulgado, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) apresenta as conclusões do que diz ser a primeira análise comparativa internacional do impacto orçamental dos imigrantes nos países da organização.
 
Segundo a OCDE, a análise desmonta a crença - retratada em recentes sondagens realizadas na Europa e nos Estados Unidos da América (EUA) - de que os imigrantes contribuem menos com impostos do que aquilo que recebem em serviços de saúde e segurança social, pelo que são um grande peso para as contas do Estado e são suportados pelos impostos pagos pelos cidadãos nacionais.
 
"Em vários países da OCDE ainda há um debate sobre a imigração e o Estado social. Há temores de que a imigração possa pressionar ainda mais as contas públicas numa altura em que a consolidação orçamental está no topo das prioridades políticas", escreve a OCDE no editorial do relatório.
 
As provas compiladas no documento mostram no entanto que "o impacto orçamental da imigração está próximo do zero em média na OCDE".
 
"Por outras palavras, a migração não representa um ganho nem uma perda para os dinheiros públicos. Os imigrantes são muito parecidos com o resto da população neste aspeto", acrescenta o editorial.
 
Quando acontece que os imigrantes têm uma posição orçamental menos positiva do que os nativos - recebendo mais do que pagam - isto não se deve a uma maior dependência dos benefícios sociais, mas sim ao facto de, por terem em média salários mais baixos, tenderem a contribuir menos.
 
"A maioria dos imigrantes não vem pelos benefícios sociais, vem para arranjar emprego e para melhorar a sua vida e a da sua família.O emprego é uma melhor forma de conseguir isto do que o desemprego", escrevem os autores do relatório.
 
Segundo a OCDE, com o aumento da migração de trabalhadores qualificados nas últimas duas décadas, os imigrantes mais recentes têm maiores probabilidades de serem contribuintes líquidos (contribuindo mais do que recebem) do que as vagas anteriores de imigrantes.
 
A organização sublinha por isso que o emprego parece ser "o fator mais importante para determinar o contributo líquido dos imigrantes para o orçamento, especialmente em Estados-providência mais generosos".
 
"Aumentar a taxa de emprego dos imigrantes ao nível da dos nacionais resultaria em ganhos orçamentais substanciais, nomeadamente nos países europeus da OCDE", conclui o relatório.
Os resultados da análise da OCDE, escrevem ainda os autores, mostram que "mais imigração não significa necessariamente mais dívida pública".

Investimento da África do Sul em Moçambique Cai 7% em 2011

FMI-O investimento da África do Sul em Moçambique reduziu em cerca de 7%, em 2011, para 5%, contra 12% do ano anterior de 2010, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI) que não explica as razões de fundo da situação, contudo tudo aponta que tem haver com o estado de saúde do Nelson Mandela.
 
Sabe-se, entretanto, que o investimento externo caiu, em 2012, em 26%, em termos homólogos para 725,8 milhões de dólares, contra 974,5 milhões de dólares de 2011, segundo o Centro de Promoção do Investimento (CPI).
 
Choques externos macro-económicos
 
Entretanto, e segundo Victor Lledó, representante do FMI em Moçambique, no âmbito das ligações da África do Sul com o resto da África Subsahariana, os choques macroeconómicos a ocorrer em 2013 neste país vizinho e na Nigéria poderão ter efeitos em muitos países da região, “mas o alcance do efeito será maior para choques oriundos da África do Sul em comparação com a Nigéria”, vincou Lledó.
 
Na sua análise sobre perspectivas económicas da África Subsahariana para 2013, Lledó é de opinião de que as ligações da África do Sul com o resto da África Subsaariana têm vindo a crescer “de forma firme” e essa tendência continuará nos próximos anos, mas o impacto macroeconómico dessas ligações se observa principalmente na região da África Austral.
 
A situação deve-se ao facto de a Nigéria apresentar fracas ligações regionais, excepto com os seus vizinhos imediatos.