Portugal-O Governo está a trabalhar uma forma de retirar activos menos atraentes dos bancos para promover a concessão de crédito às empresas e à economia.
A ideia é criar um veículo que fique com os activos problemáticos da banca. Alguns especialistas do sector vêem a iniciativa com bons olhos e admitem que pode fazer sentido a transferência e posterior titularização de carteiras de crédito à habitação, dívida das empresas públicas e imóveis.
São aqueles activos que têm manietado o desenvolvimento do negócio bancário de há alguns anos a esta parte. As taxas de juro e ‘spreads' baixos no crédito à habitação, bem como o aumento do malparado, têm sido um problema para a banca que, ao mesmo tempo, viu aumentar as responsabilidades para com as empresas públicas. A banca tem sido sacrificada em diversas ocasiões e uma das mais importantes foi quando o Estado, por força das imposições de Bruxelas, não fez recompras de três mil milhões de euros de créditos ao sector público aquando da transferência dos fundos de pensões dos bancos para a Segurança Social.
A banca tem vindo a debater-se com o problema da rentabilidade e o presidente da Associação Portuguesa de Bancos afirmou recentemente que os principais bancos só regressarão aos lucros em 2015. Além disso, o Governo revelou recentemente aos banqueiros que as necessidades de financiamento das empresas públicas até 2016 serão da ordem dos 2,7 mil milhões de euros. O elevadíssimo nível de exposição da banca às empresas públicas é, precisamente, uma das principais questões que o Governo terá de resolver para ajudar a libertar activos que permitam o desenvolvimento do sistema financeiro, assim como do sector privado e das exportações. As medidas neste domínio, desde que bem aplicadas, só pecam por tardias.