terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Nkosazana Zuma Deplora Ressurgimento de Novos Conflitos em África

Presidente da Comissão da União   Africana, Nkosazana Dlamini-Zuma
Presidente da Comissão da União Africana, Nkosazana Dlamini-Zuma

Addis Abeba (Dos enviados especiais) - A presidente da Comissão da União Africana (CUA), Nkosazana Dlamini-Zuma, deplorou, segunda-feira ,em Addis Abeba, o ressurgimento de novos conflitos em África, numa altura que a maioria dos países do continente estava ávido da paz e da estabilidade.

Intervindo na abertura da 25ª Sessão ordinária do Comité de Representantes Permanentes (órgão constituído por embaixadores dos países membros da União Africana), a diplomata sul-africana ao serviço da UA sublinhou que reemergiram os conflitos no leste da República Democrática do Congo (RDC), na Guiné Bissau e na República Centro Africana.

Para a presidente da CUA, a guerra do Mali e do Sahel, das quais a organização continental está a fazer face actualmente, representa um desafio multifacetado com implicações para as regiões vizinhas e continentais.

Por isso, apelou aos países membros, às comunidades Económicas Regionais, à União Africana para que continuem a envidar esforços conjuntos, com vista a manutenção da paz em África com a assistência da comunidade internacional.

Nkosazana Zuma sublinhou que gostaria de fazer um balanço equilibrado entre o alcance da paz e o desenvolvimento, no entanto, este facto não pode ser possível porque o continente não conseguiu avançar nestas duas frentes simultaneamente.

Salientou ainda que o seu balanço só poderá ser efectivo quando houver uma activa participação dos africanos na governação e no desenvolvimento, através de uma ampla mobilização de todos os sectores da sociedade civil e da diáspora, especialmente durante as celebrações do 50º aniversario da União.

Embora essas crises emergentes, a líder da CUA enfatizou no seu discurso os avanços registados para a operacionalização de uma Arquitectura da Africana de Paz e Segurança (APSA) que pode jogar um papel essencial para gestão desses conflitos.

A diplomata ao serviço da UA enalteceu também, na sua locução, os progressos registados na Somália, no conflito entre o Sudão e o Sudão do Sul, e a crise no Madagáscar.

Discursou também na sessão de abertura o presidente do CRP, embaixador do Benin junto da UA, Ferdinand Montcho, que sublinhou que a África continua a registar a agravação da situação política e segurança cujas persistência foi agravada pela crise económica, vivida pelos países desenvolvidos.

Outrossim, sustentou o diplomata beninense, alem dos distúrbios sociais engendradas, desde há uma ano pela "Primavera Árabe" no norte de África em 2011, o continente foi assolado também em 2012 por uma serie de crises politicas e de segurança noutras regiões, com realce para o golpe de Estado, registado em Março de 2012 no Mali, cuja consequências evoluíram pela ocupação do norte do seu território por grupos islamistas e terroristas.

Ferdinand Montcho lamentou igualmente o golpe de Estado ocorrido na Guiné-Bissau em Abril de 2012, pondo, esses graves eventos em causa os princípios de negação de governos inconstitucionais, da não agressão e da Carta Africana da democracia, de eleições e da boa governação que os estados livremente adoptaram.

A Angola participa na 25ª sessão do CRP pelo seu embaixador na Etiópia, na UA e na Comissão Económica da ONU para a África, Arcanjo do Nascimento.