Presidente da Comissão da União Africana, Nkosazana Dlamini-Zuma |
Addis Abeba (Dos enviados especiais) - A
presidente da Comissão da União Africana (CUA), Nkosazana Dlamini-Zuma, deplorou, segunda-feira ,em Addis Abeba, o ressurgimento de novos conflitos em
África, numa altura que a maioria dos países do continente estava ávido da paz
e da estabilidade.
Intervindo na abertura da 25ª Sessão ordinária do Comité de
Representantes Permanentes (órgão constituído por embaixadores dos países
membros da União Africana), a diplomata sul-africana ao serviço da UA sublinhou
que reemergiram os conflitos no leste da República Democrática do Congo (RDC),
na Guiné Bissau e na República Centro Africana.
Para a presidente da CUA, a guerra do Mali e do Sahel, das
quais a organização continental está a fazer face actualmente, representa um
desafio multifacetado com implicações para as regiões vizinhas e
continentais.
Por isso, apelou aos países membros, às comunidades Económicas
Regionais, à União Africana para que continuem a envidar esforços conjuntos, com
vista a manutenção da paz em África com a assistência da comunidade
internacional.
Nkosazana Zuma sublinhou que gostaria de fazer um balanço
equilibrado entre o alcance da paz e o desenvolvimento, no entanto, este facto
não pode ser possível porque o continente não conseguiu avançar nestas duas
frentes simultaneamente.
Salientou ainda que o seu balanço só poderá ser efectivo quando
houver uma activa participação dos africanos na governação e no desenvolvimento,
através de uma ampla mobilização de todos os sectores da sociedade civil e da
diáspora, especialmente durante as celebrações do 50º aniversario da União.
Embora essas crises emergentes, a líder da CUA enfatizou no seu
discurso os avanços registados para a operacionalização de uma Arquitectura da
Africana de Paz e Segurança (APSA) que pode jogar um papel essencial para gestão
desses conflitos.
A diplomata ao serviço da UA enalteceu também, na sua locução,
os progressos registados na Somália, no conflito entre o Sudão e o Sudão do Sul,
e a crise no Madagáscar.
Discursou também na sessão de abertura o presidente do CRP,
embaixador do Benin junto da UA, Ferdinand Montcho, que sublinhou que a África
continua a registar a agravação da situação política e segurança cujas
persistência foi agravada pela crise económica, vivida pelos países
desenvolvidos.
Outrossim, sustentou o diplomata beninense, alem dos distúrbios
sociais engendradas, desde há uma ano pela "Primavera Árabe" no norte de África
em 2011, o continente foi assolado também em 2012 por uma serie de crises
politicas e de segurança noutras regiões, com realce para o golpe de Estado,
registado em Março de 2012 no Mali, cuja consequências evoluíram pela ocupação
do norte do seu território por grupos islamistas e terroristas.
Ferdinand Montcho lamentou igualmente o golpe de Estado
ocorrido na Guiné-Bissau em Abril de 2012, pondo, esses graves eventos em causa
os princípios de negação de governos inconstitucionais, da não agressão e da
Carta Africana da democracia, de eleições e da boa governação que os estados
livremente adoptaram.
A Angola participa na 25ª sessão do CRP pelo seu embaixador na
Etiópia, na UA e na Comissão Económica da ONU para a África, Arcanjo do
Nascimento.