Yamoussoukro - A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) decidiu acelerar o desdobramento de mais de três mil efetivos no Mali para preservar a transição política do país e restabelecer a integridade territorial, no termo da sua cimeira decorrida aos 28 e 29 de Junho último em Yamoussoukro, a capital política ivoiriense.
Os dirigentes oeste-africanos decidiram desdobrar imediatamente uma Missão de Avaliação Técnica para o Mali a fim de entrar em contacto com a Autoridade de Transição, com vista a preparar o terreno para a chegada iminente da Missão da Força de Alerta da CEDEAO para o Mali (MICEMA).
A organização regional oeste-africana deseja obter a aprovação do Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) a fim de desdobrar esta missão, de caordo com o capítulo da Carta da ONU, que autoriza sanções nomeadamente económicas e um embargo militar, bem como uma força militar para a manutenção da paz.
O CS pediu informações detalhadas sobre o desdobramento previsto antes de dar a sua autorização, mas os dirigentes o convidaram a acelerar o processo de aprovação, tendo em conta a degradação da situação de segurança e humanitária no Norte do país ocupado pelos rebeldes e pelos islamitas.
Durante os 12 meses de transição política no Mali, os dirigentes da CEDEAO decidiram "decretar automaticamente a imposição de sanções (...) já aplicadas a indivíduos ou grupos que travam a implementação das suas decisões".
"Para o efeito, a Autoridade pediu à Comissão para prosseguir com a elaboração da lista dos insurgentes, em cooperação com a UA e a ONU", disseram num comunicado divulgado no termo do seu enconrtro.
Os dirigentes condenaram "as tentativas de algumas forças políticas e sociais do Mali de obstruir a implementação sem problemas da transição política em curso", bem como a incitação à desobediência e à violência por uma parte do Exército, da classe política e por uma imprensa partidária.
O Mali está em crise desde Janeiro último, quando os rebeldes tuaregues e os islamitas lançaram uma batalha contra o Governo central que culminou na ocupação do Norte do país, aproveitando o golpe de Estado militar de março último que destituiu o Governo democraticamente eleito de Amadou Toumani Touré.
A cimeira de Yamoussoukro decorreu na presença dos presidentes Thomas Boni Yayi do Benin, Blaise Compaoré do Burkina Faso; Alassane Ouattara da Côte d'Ivoire, Ellen Johnson-Sirleaf da Libéria, Mahamadou Issoufou do Níger, Macky Sall do Senegal, Ernest Bai Koroma da Serra Leoa, Faure Essozimna Gnassingbe do Togo, bem como o Presidente interino Manuel Serifo Nhamajo da Guiné-Bissau, e do primeiro-ministro do Governo de transição do Mali, Cheikh Modibo Diarra.