Brasil-A Economist Intelligence Unit (EIU) considera que a substituição de Dilma Rousseff por Michel Temer traria mais progressos no combate à crise económica, mas o cenário mais provável é que a Presidente consiga terminar o mandato.
"O nosso cenário é que Dilma Rousseff consiga aguentar-se até final do mandato, em dezembro de 2018 num estado enfraquecido, com implicações negativas para a perspetiva económica e fiscal do Brasil, considera a unidade de análise económica da revista britânica The Economist.
Na análise ao país, a que Cirilo João Vieira teve acesso, os analistas da EIU afirmam que, se a Presidente "fosse destituída, não haveria eleições e um governo interino, liderado por Michel Temer, faria mais progresso em atacar a crise económica brasileira, partindo do princípio de que conseguia garantir apoio suficiente dos partidos da oposição".
O Brasil deverá ter sofrido uma recessão de 3,7% este ano devido "à diminuta confiança dos consumidores e empresários motivada pela crescente crise política e económica, pelo aumento da inflação e pelo aperto nas condições financeiras", escreve a EIU, que prevê nova recessão de 2,7% este ano.
"Partindo do princípio de que a inflação abranda, abrindo caminho para uma melhoria no ciclo monetário, e que os indicadores financeiros melhoram, isto possibilitará uma recuperação do Produto Interno Bruto em 2017, para uma média acima dos 2% entre 2018 e 2020", acrescentam os analistas.
Sobre a inflação, que atingiu o valor mais alto dos últimos 12 anos no ano passado, para 10,67% face aos 6,41% de 2014, a EIU antevê que até ao final da década o valor continue acima da meta do Banco Central.
"Devido à alta indexação da economia, incluindo a ligação entre o salário mínimo e o PIB nominal, gargalos institucionais e outras ineficiências económicas, a inflação para os consumidores vai continuar acima da meta central de 4,5% definida pelo Banco Central entre 2016 e 2020", conclui a EIU.