Grécia e Portugal-Ontem foi conhecida a notícia da morte de um lince, encontrado já cadáver, domingo, na região de Mértola. Era um dos exemplares libertados há menos de um mês naquela região, ao abrigo de um plano de proteção da espécie. O animal havia sido criado em cativeiro, na localidade de Silves, mas não resistiu ao embate com a vida lá fora. Sobreviveu à mãe natureza desde 25 de fevereiro. Menos de um mês, portanto.
Hoje, Alexis Tsipras irá encontrar-se com Jean Claude Juncker. A Grécia quer discutir a melhor forma “de utilizar os fundos europeus para combater a crise humanitária”. Mas na Europa fala-se em fazer “um ponto da situação”. Em Bruxelas, nada de novo senão manobras dilatórias: nunca se ouviu Tsipras (ou Varoufakis) prometer ganhar a confiança dos credores de maneira a regressar aos mercados. Nem sequer na implementação das medidas preconizadas no programa de resgate. Mas a troika, que já não é troika agora chama-se “Grupo de Bruxelas”, também não cortará as vazas. Mais 600 milhões para o programa de financiamento dos bancos gregos assim o demonstram. Mas, conseguirá a Grécia resistir ao embate com a vida lá fora?
Isto é, para lá da propaganda. A esse respeito, voltaram a ecoar os protestos quanto às indemnizações do tempo da II Guerra Mundial. Uma espécie de jogo Grécia - Alemanha do Eurogrupo mas com 70 anos de atraso. No Expresso Diário, Ricardo Costa sublinhou o pendor nacionalista do argumento grego, naturalmente anti-germânico, mas não se pode esquecer que essa pode ser a única forma de uma Grécia falida reclamar a bondade da unidade europeia. O certo é que a tensão regressou ao ponto de há semanas atrás, quando a saída da Grécia estava na ordem do dia. A quem aproveita a situação?
Dê lá para onde der, os gregos parecem divertir-se. Varoufakis superstar voltou a brilhar, desta vez numa produção fotográfica para a revista francesa “Paris Match”. Vinho branco e socialismo no seu apartamento ateniense: “eu desprezo o sistema do estrelato. É sempre o corolário de um défice democrático e de valores”, disse o ministro das Finanças grego. Há vida na Acrópole.
Em Portugal, adotando uma diretiva da União Europeia, foi ontem aprovado em Conselho de Ministros a possibilidade de ser constituída uma lista de agressores sexuais condenados na justiça. Apesar de não existir qualquer obrigatoriedade na sua construção, essa base de dados incluirá o nome completo, a morada, a data de nascimento, a filiação, a nacionalidade e os números de identificação civil, passaporte, contribuinte, segurança social e registo criminal da pessoa condenada. A proposta do Ministério Público recuou contudo na possibilidade de todos os pais de menores de 16 anos poderem consultar a listagem. Além das polícias, magistrados e Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGSP) os pais só poderão aceder aos dados depois de autorizados pela polícia e após comprovarem suspeitas concretas.
Os condenados por abusos sexuais a menores permanecerão, caso a pena seja inferior a um ano de prisão, durante cinco anos na lista. Caso a condenação seja superior a dez anos, esse período de tempo pode ir até vinte anos. A Procuradora-Geral da República, Joana Marques Vidal, já havia demonstrado o seu desagrado por esta legislação em entrevista ao Expresso: "Só admito a possibilidade de as polícias terem acesso à identificação, e em casos de especial gravidade ou de reincidência".
Hoje, Alexis Tsipras irá encontrar-se com Jean Claude Juncker. A Grécia quer discutir a melhor forma “de utilizar os fundos europeus para combater a crise humanitária”. Mas na Europa fala-se em fazer “um ponto da situação”. Em Bruxelas, nada de novo senão manobras dilatórias: nunca se ouviu Tsipras (ou Varoufakis) prometer ganhar a confiança dos credores de maneira a regressar aos mercados. Nem sequer na implementação das medidas preconizadas no programa de resgate. Mas a troika, que já não é troika agora chama-se “Grupo de Bruxelas”, também não cortará as vazas. Mais 600 milhões para o programa de financiamento dos bancos gregos assim o demonstram. Mas, conseguirá a Grécia resistir ao embate com a vida lá fora?
Isto é, para lá da propaganda. A esse respeito, voltaram a ecoar os protestos quanto às indemnizações do tempo da II Guerra Mundial. Uma espécie de jogo Grécia - Alemanha do Eurogrupo mas com 70 anos de atraso. No Expresso Diário, Ricardo Costa sublinhou o pendor nacionalista do argumento grego, naturalmente anti-germânico, mas não se pode esquecer que essa pode ser a única forma de uma Grécia falida reclamar a bondade da unidade europeia. O certo é que a tensão regressou ao ponto de há semanas atrás, quando a saída da Grécia estava na ordem do dia. A quem aproveita a situação?
Dê lá para onde der, os gregos parecem divertir-se. Varoufakis superstar voltou a brilhar, desta vez numa produção fotográfica para a revista francesa “Paris Match”. Vinho branco e socialismo no seu apartamento ateniense: “eu desprezo o sistema do estrelato. É sempre o corolário de um défice democrático e de valores”, disse o ministro das Finanças grego. Há vida na Acrópole.
Em Portugal, adotando uma diretiva da União Europeia, foi ontem aprovado em Conselho de Ministros a possibilidade de ser constituída uma lista de agressores sexuais condenados na justiça. Apesar de não existir qualquer obrigatoriedade na sua construção, essa base de dados incluirá o nome completo, a morada, a data de nascimento, a filiação, a nacionalidade e os números de identificação civil, passaporte, contribuinte, segurança social e registo criminal da pessoa condenada. A proposta do Ministério Público recuou contudo na possibilidade de todos os pais de menores de 16 anos poderem consultar a listagem. Além das polícias, magistrados e Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGSP) os pais só poderão aceder aos dados depois de autorizados pela polícia e após comprovarem suspeitas concretas.
Os condenados por abusos sexuais a menores permanecerão, caso a pena seja inferior a um ano de prisão, durante cinco anos na lista. Caso a condenação seja superior a dez anos, esse período de tempo pode ir até vinte anos. A Procuradora-Geral da República, Joana Marques Vidal, já havia demonstrado o seu desagrado por esta legislação em entrevista ao Expresso: "Só admito a possibilidade de as polícias terem acesso à identificação, e em casos de especial gravidade ou de reincidência".
OUTRAS NOTÍCIAS
Putin não é visto em público desde 5 de março. O Presidente da Rússia, 62 anos, cancelou recentemente uma visita ao Cazaquistão, levantando suspeitas sobre o seu estado de saúde. Depois de ter debelado com agilidade a crise criada a partir do assassínio do oposicionista Boris Nemtsov, Putin apareceu em público com Matteo Renzi, o primeiro-ministro de Itália, para nunca mais ser visto. O Kremlin tem utilizado fotografias antigas, como no passado dia 8, para demonstrar que tudo vai bem. As imagens, contudo, haviam sido captadas dias antes.
A nova administração da RTP irá anunciar hoje a sua equipa directores, depois de já terem sido destituídos dos seus cargos todos os anteriores. Gonçalo Reis e Nuno Artur Silva apresentarão o novo organograma ao Conselho Geral Independente ainda esta manhã, bem como os nomes que irão dirigir as várias áreas. Porém, estes só terão de ser validados pela ERC. A direção de informação da RTP, depois de conhecidas várias recusas, ainda é o fruto mais apetecido.
A Fórmula 1 recomeça este fim de semana com o Grande Prémio d Austrália. Nas sessões de treinos já realizadas, Nico Rosberg foi o mais rápido, seguido do seu colega da Mercedes Lewis Hamilton e da estrela em ascensão Valtteri Botti. Sebastian Vettel, quatro vezes campeão do mundo, fez o quarto melhor tempo até agora. Este ano, a novidade do circo é outra: na grelha de partida estará Max Verstappen, o mais novo piloto de sempre. O belga, filho do também piloto Jos Verstappen, irá estrear-se aos 17 anos na scuderia Toro Rosso.
A prestigiada editora alemã Taschen volta a ter representação em Portugal. Depois de um hiato de quase dois anos, a Livraria Arquivo, de Leiria, voltará a disponibilizar o catálogo daquela livreira alemã. O anúncio foi feito ontem em Lisboa, no Mini Bar do Teatro de São Luiz, com a apresentação do livro “Modern Cuisine at Home” por parte do chef José Avillez e de Paulina Mata. Na forja estão já livros sobre os Rolling Stones, telescópio Hubble, os calendários Pirelli, David Bowie e Mario Testino. Será igualmente relançado o volume “Genesis”, do fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, nas véspera da abertura da sua exposição em Lisboa, na Cordoaria Nacional, a 8 de abril.
A nova administração da RTP irá anunciar hoje a sua equipa directores, depois de já terem sido destituídos dos seus cargos todos os anteriores. Gonçalo Reis e Nuno Artur Silva apresentarão o novo organograma ao Conselho Geral Independente ainda esta manhã, bem como os nomes que irão dirigir as várias áreas. Porém, estes só terão de ser validados pela ERC. A direção de informação da RTP, depois de conhecidas várias recusas, ainda é o fruto mais apetecido.
A Fórmula 1 recomeça este fim de semana com o Grande Prémio d Austrália. Nas sessões de treinos já realizadas, Nico Rosberg foi o mais rápido, seguido do seu colega da Mercedes Lewis Hamilton e da estrela em ascensão Valtteri Botti. Sebastian Vettel, quatro vezes campeão do mundo, fez o quarto melhor tempo até agora. Este ano, a novidade do circo é outra: na grelha de partida estará Max Verstappen, o mais novo piloto de sempre. O belga, filho do também piloto Jos Verstappen, irá estrear-se aos 17 anos na scuderia Toro Rosso.
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FRASES
“Eles dormem bem pois sabem que não copiaram ninguém” - Howard King, advogado de Pharrell Williams e Robin Thicke
“Cuidamos mais dos nossos smartphones do que de nós próprios”- Arianna Huffington
“Assumi-me como gay aos 11 anos…”, Sam Smith
“Cuidamos mais dos nossos smartphones do que de nós próprios”- Arianna Huffington
“Assumi-me como gay aos 11 anos…”, Sam Smith
O QUE EU ANDO A LER
Chegou às livrarias uma biografia de António Ferro que, assumindo pretender desmascarar o propagandista de Salazar não deixa de ser uma brilhante revisão da sua obra. Sobretudo por tornar tão nítida a importância de um na construção da imagem do outro. Como na melhor propaganda, aqui também há tese, antítese e síntese. Ainda que “António Ferro: O Inventor do Salazarismo” (Orlando Raimundo, 2015, 392 páginas, Dom Quixote) não seja generoso sobre a vida pessoal do biografado, apesar das inúmeras insinuações, torna claro que Salazar estaria provavelmente nos antípodas de Ferro. O fascismo de Ferro, inspirado em Gabriele D’Annunzio, pouco estaria relacionado com o provincianismo de Salazar. E o seu futurismo, mesmo que adolescente, não era devoto do Deus, Pátria e Família. Mas é esta contradição entre ambos que daria origem a uma gigantesca campanha que tudo abocanhou: do teatro à televisão, das artes ao entretenimento, do folclore à gastronomia, das escolas aos transportes, do comércio aos grandes eventos. Ferro, que participou na revista Orpheu com Mário de Sá-Carneiro e Fernando Pessoa, entrevistou Jean Cocteau e trouxe a Portugal T.S. Elliot e Luigi Pirandello, chamou Almada Negreiros, Bernardo Marques, Leitão de Barros e Cotinelli Telmo e muitos outros (até Vieira da Silva participou em concursos de montras no Chiado) para (re)inventar a imagem de um Portugal que afinal nunca existiu. Morreu só, longe da família e do ditador.