África-O relatório deste ano mostra uma relação directa entre a corrupção e o crescimento económico.As nações africanas continuam entre as mais corruptas do mundo, segundo a organização não-governamental, Transparência Internacional, no seu relatório anual. Apesar da devastada anárquica Somália estar no topo da lista há muito tempo, existem algumas novidades sobre o continente este ano.
De acordo com o relatório publicado Quarta-feira, 92 por cento das nações da África subsaariana estão abaixo dos 50 pontos em 100 pontos possíveis. Esse número só é “batido” pela Europa do leste e pela Ásia central, onde 95 por cento das nações não conseguem atingir números positivos.
A ligação entre corrupção e crescimento económico
O relatório deste ano mostra uma relação directa entre a corrupção e o crescimento económico – uma ligação que deveria preocupar todos os cidadãos, afirmou o presidente do grupo. “O Índice da Percepção da Corrupção 2014 mostra que o crescimento económico está minado e os esforços para acabar com a corrupção falham quando os líderes e autoridades de poder abusam do poder para se apropriar de fundos para o seu ganho pessoa”, disse José Ugaz em comunicado.
Isso é evidente em nações como Angola, cuja classificação desceu ainda mais este ano, registando 19 pontos. O país rico em petróleo tem sido governado há décadas pelo Presidente José Eduardo dos Santos, cuja família tem lucrado biliões apesar do facto da maior parte dos angolanos viverem no limiar da pobreza.
A República Democrática do Congo tem uma tendência semelhante, classificada com 22 pontos. O país tem o tamanho da Europa ocidental e é rico em recursos natural como ouro, diamantes e estanho – mas a sua infra-estrutura pobre é chocante.
A Somália está inundada em corrupção
Numa categoria exclusivamente sua está a desordenada Somália, na parte leste do continente africano, paralisada pelos inúmeros governos federais falhados, um sistema profundamente impregnado por um clã de guerrilheiros e uma crescente e furiosa insurgência. A Somália destaca-se por ocupar o lugar do país onde mais se morre em África. Este ano conseguiu a classificação de 8 pontos em 100.
Nações que eram corruptas estão a melhorar
Existem no entanto alguns pontos luminosos e sinais de que até países que têm histórico de forte de corrupção podem mudar. O Botsuana manteve a sua classificação máxima, entre as nações subsaarianas e os países da África ocidental como a Costa do Marfim e Mali tiveram progressos significativos. A Namíbia que realizou agora em Novembro as suas primeiras eleições electrónicas melhorou um ponto.
O relatório anual, publicado em Berlim, classifica mais de 170 nações sobre é a percepção de corrupção nos seus sectores públicos. A organização Transparência Internacional, responsável pelo índice e sediada em Berlim diz que o relatório não é perfeito, e que tem que se basear em percepções porque as actividades corruptas são essencialmente ilegais e fracamente documentadas.