Portugal-“O Banco Espírito Santo mostrou recentemente, e de forma incrível, como muitos pecados do passado permanecem na vida empresarial portuguesa”, lê-se num texto publicado no blogue ‘Alphaville’ do Financial Times que destaca os vários swaps contraídos por empresas públicas de transporte e que ameaçaram causar um rombo nas contas nacionais.
‘Derivados e entidades públicas: não seja um perdedor logo ao primeiro dia’ é o título do artigo e como exemplo é dado um swap da Metro do Porto, que deveria proteger o financiamento da empresa das variações das taxas de juro mas que, tal como sucedeu em outras empresas públicas, representou elevadas perdas.
Em causa, refere o texto, está concretamente o swap assinado em 2008 entre a Metro do Porto e o Goldman Sachs, apresentada como “uma das transações de derivados mais desnecessariamente complicada de sempre”, em que as perdas de um trimestre se acumulavam com os anteriores.
“No dia um das transações [os encargos que a empresa teria caso, no primeiro dia, quisesse cancelar o contrato], a Metro do Porto tinha – em termos de valor de mercado do swap – uma perda de 40 milhões de euros”, diz o artigo, sublinhando que os administradores da empresa à data “tinham consciência do que havia sido assinado”.
Na altura, Ricardo Oliveira era o presidente executivo da empresa que já ouvido na comissão de inquérito aos swaps, passou a ‘batata quente’ ao Governo, acusando-o de obrigar a investimentos sem que houvesse dinheiro para tal e obrigando a Metro do Porto a subscrever derivados que alegadamente melhoravam as contas no curto prazo.
“Parece haver uma lição óbvia a retirar, que se aplica além de Portugal. Se dirige uma empresa pública que obtém um swap para conseguir um crédito, analise as perdas iniciais”, aconselha o artigo.