quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Banco Mundial Anuncia Ajuda de US$ 5 Bilhões para Eletrificação na África

Washington- O presidente do Banco Mundial (BM), Jim Yong Kim, anunciou terça-feira passada que o organismo fornecerá US$ 5 bilhões à iniciativa da Casa Branca "Power África", que procura dobrar o acesso à eletricidade no África Subsaariana.

"O Banco Mundial, seguindo a liderança do presidente (dos EUA Barack) Obama, respaldará a iniciativa 'Power África' com US$ 5 bilhões em financiamento directo, garantias ao investimento e serviços de assessoria", disse Kim no marco da Cúpula de Líderes da África realizada em Washington.

A Casa Branca lançou a iniciativa "Power África" em Junho do ano passado para ajudar mais de dois terços da população da África Subsaaariana que não têm acesso à eletricidade, 85% deles residentes em áreas rurais.

O presidente do Banco Mundial disse que a ajuda do organismo se centrará nos seis países nos quais se concentra a iniciativa do governo americano: Etiópia, Gana, Quênia, Libéria, Nigéria e Tanzânia.
"O que sabemos é que é necessário muito mais investimento", ressaltou hoje Kim, que lembrou que em países como Burkina Fasso o custo do quilowatt por hora é de cerca de US$ 0,75, comparado, disse, com os "10, 11 ou 12" que custa na capital americana.

O titular do BM insistiu sobre o potencial da África e traçou uma comparação com seu país de nascimento, Coreia do Sul.

"Nasci em 1959 em um país que tinha sofrido uma guerra e era um dos mais pobres do mundo, com um PIB per capita inferior ao de Gana", lembrou  Kim.

O líder mencionou que economistas do Banco Mundial sustentavam então que a Coreia do Sul era "demais agrária e pouco educada" para ter algum tipo de esperança de se transformar em um país desenvolvido.

"Escutamos esse mesmo tipo de declarações sobre a África", insistiu Kim.

"Não deveríamos duvidar em nenhum momento do potencial da África (...) No Banco Mundial acreditamos na África", concluiu Kim.

A Cúpula de Líderes da África reúne desde segunda-feira e até quarta-feira mais de 45 chefes de estado do continente em um encontro que tem um tom marcadamente econômico, mas no qual serão abordados também os desafios de segurança do continente e que entrou em colapso pela epidemia de ebola que castiga a região.