África-Cerca de 57 milhões de crianças em idade pré-escolar, em África, estão fora do ensino e 69 milhões de adolescentes não frequentam a escola secundária, indica um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
De acordo com o documento que o Cirilo João Vieira teve acesso e que marca a celebração do 16 de Junho, dia da criança africana, grande parte destas crianças vivem em países afectados por conflitos, metade reside na África subsariana, sendo que mais de 50% são meninas.
O relatório, intitulado "Crianças fora da Escola", da ainda conta que a maior parte das crianças são de famílias pobres, de áreas rurais e provenientes de grupos étnicos minoritários. Muitas destas crianças, indica a pesquisa, são portadoras de deficiências ou têm de trabalhar para ajudar as suas famílias.
O estudo, que resulta de uma parceria entre a Unicef e o Instituto de Estatística da UNESCO, aconselha os governos africanos a implementar acções destinadas a reforçar o investimento no ensino básico, para dotar as crianças de instrumentos que lhes permitam viver uma vida significativa, produtiva e em coexistência pacífica.
No que diz respeito a Angola, o relatório do Unicef revela estar a se registar avanço progressivo no acesso ao ensino, com mais de 7 milhões de crianças e estudantes inseridos no sistema, contra as 1,7 milhões registadas em 2002.
Verifica-se também melhorias no ensino primário com o aumento de 2,6 milhões de crianças na escola desde 2003 e melhorias na taxa de alfabetização com mais de 2,5 milhões de pessoas alfabetizadas, lê-se no documento.
Apesar dos avanços, o Unicef diz persistirem ainda vários desafios para garantir o direito à educação as crianças e a melhoria do sistema de ensino, tais como o acesso a educação equitativa de qualidade para todas as crianças e a gestão do sistema educativo.