Cimeira UE-África-Conforme o comunicado oficial de balanço da cimeira UE-África, a que Cirilo João Vieira teve acesso sábado, Mohamed Ould Abdel Aziz revela que o continente Africano está a registar um franco crescimento de cinco a seis porcento/anual, realidade que está a promover emprego e bem-estar para as famílias, sobretudo de jovens.
"África tem grandes possibilidades de registar avanços tecnológicos e para tal, espera contar com a parceria da UE para acompanhar e responder a demanda de crescimento demográfico que se regista no continente e enfrentar os problemas climáticos, com realce para a seca e calamidades naturais.
Disse que a UA vai continuar a promover excelentes relações, intensificando as parcerias estratégicas com a Europa, com realce para o desafio da promoção prosperidade e da segurança.
Já a presidente da Comissão da UA, Nkosazana Dlamini Zuma manifesta que a África está a modernizar-se através do reforço do investimento no sector de infra-estruturas, onde a Europa é convidada a intervir para apoiar o desenvolvimento através do comércio, fomento do turismo e outros âmbitos, porque o continente africano dispõe de muitas potencialidades que aguardam por exploração.
Por seu turno, o presidente da União Europeia, Herman Van Rompuy diz que a UE tenciona investir cerca de 10 milhões de Euros em infra-estruturas e produção agrícola em sete países africanos durante o presente ano.
Apontou o lema cimeira "Investir nas pessoas, na prosperidade e na paz" como tendo sido um condutor de todos os trabalhos, numa altura em que se constata a necessidade do reforço da assistência prestada às mulheres e crianças do continente africano.
Garantiu o apoio contínuo da UE no asseguramento e reforço da qualificação da mão de obra no continente africano, visando a elevação das oportunidades de crescimento interno, onde deverá ser prestada uma atenção comum às migrações, intercâmbio de tecnologias, aprofundamento da relações, partilha dos valores e visão do futuro assente no desenvolvimento mútuo.
Por último o presidente da comissão da UE, José Manuel Durão Barroso, apelou para uma "liderança politica responsável" e de boa governação com vista a se ultrapassar os desafios de erradicação da pobreza e da promoção do crescimento sustentável e inclusivo.
Alertou para os problemas do terrorismo e do extremismo religioso, designadamente na zona do Mali, do Sahel ou da República Centro Africana.
O presidente da Comissão adiantou ter sido adoptado um plano para melhorar a aplicação da estratégia conjunta e exortou os responsáveis de ambos os continentes a se concentrarem na melhor maneira de promover a paz e a prosperidade.
Em relação à assistência económica e humanitária, Durão Barroso referiu que a União Europeia procedeu desde 2007, uma doação de 140 mil milhões de euros para África, por ser um continente com prioridade na assistência para o desenvolvimento", acrescentando que nos próximos anos vai destinar 350 milhões de euros para bolsas de estudo e investigadores africanos.
Recorde-se que da IV cimeira UE - África decorrida em Bruxelas; participaram mais de 40 chefes de Estado e de Governo de África, 20 da União Europeia, além dos presidentes das instituições da Europa e UA , o secretário-geral das Nações Unidas, observadores internacionais, entre outras entidades internacionais, onde Angola foi representada por uma comitiva encabeçada pelo vice-Presidente, Manuel Domingos Vicente.
No final da cimeira foi adoptada uma declaração política conjunta que abrange diversos temas relativos ao reforço das relações entre UE e África.
Bruxelas acolheu a IV cimeira UE - África, como sequência dos encontros do Cairo (decorrida no ano 2000), Lisboa (2007) e Trípoli (2010).