Portugal: A Comissão Europeia aproveitou ontem o Eurogrupo para divulgar a sua posição sobre a saída de Portugal do programa de ajustamento.
O comissário europeu para os assuntos económicos afirmou que o país deveria beneficiar de um programa cautelar. Esta posição é importante, uma vez que a Comissão é um dos elementos da ‘troika’ e terá sempre um papel relevante no futuro próximo, nomeadamente enquanto credor do país. Porém, faltou um ponto fundamental.
O comissário Olli Rehn não disse qual será o custo do programa cautelar, uma questão fulcral para o Governo tomar a decisão final. Percebe-se que neste momento há uma grande divisão. Por um lado, com os juros a apresentarem uma tendência de descida, a Alemanha defende que Portugal tenha uma saída limpa.
Por outro lado, várias instituições, incluindo a Comissão Europeia e as agências de ‘rating’, têm sublinhado que seria preferível ter um programa cautelar, pois protegeria a economia de eventuais choques no mercado de dívida durante o próximo ano. A decisão está do lado do Governo, que quer ganhar tempo para tomar uma decisão com o máximo de informação possível. Desde logo, é importante que saiba as contingências do cautelar para perceber se não será demasiado caro. Depois, que espaço terá Portugal para fazer frente à vontade da Alemanha. Qualquer solução terá de responder a estes pontos.