segunda-feira, 7 de abril de 2014

Portugal.: Recuos e Avanços no dabate do Salário Mínimo

Portugal-O debate à volta do salário mínimo nacional é uma espécie de discussão-harmónio: há um ano, o Governo não admitia qualquer subida deste indicador por não haver "espaço orçamental para políticas expansionistas", meses depois começou a admitir a discussão sobre o tema e ontem o primeiro-ministro deu mesmo abertura à negociação com os parceiros sociais no sentido de rever um aumento ainda este ano.
 
Tudo isto entre propostas e contra-propostas da oposição e dos parceiros sociais, num avança e recua e volta a avançar sobre um tema revelante para a vida das empresas e de quem delas depende.
 
A reivindicação é antiga e muitas propostas de aumento têm esbarrado nos argumentos de que a subida do salário mínimo pode agravar os custos das empresas, esfriar a tendência de criação de emprego ou, em último caso, acabar mesmo por incentivar redução de postos de trabalho. Mas há outros argumentos que também não podem ser ignorados.

Os salários sofreram um ajustamento agressivo nos últimos tempos, levando os trabalhadores a receber menos, mesmo trabalhando o mesmo ou ainda mais - daí que um aumento do valor mínimo pode ajudar a melhorar esses rendimentos e a compense as perdas. Além disso, e numa altura em que a economia tem de mostrar mais competitividade do que nunca, a subida do salário mínimo é uma condição básica para estimular o mercado de trabalho. Daí que esta abertura do Governo a uma negociação com os parceiros possa ser um sinal positivo para a economia e um bom incentivo para as empresas e os seus recursos.