Guiné-Bissau-O economista guineense Paulo Gomes disse que até final do mês de Agosto decidirá se se apresenta como candidato às eleições gerais de 24 de novembro na Guiné-Bissau.
Em declarações telefónicas à agência Lusa a partir de Bissau, Paulo Gomes explicou que lançou na rede social Facebook "um processo de auscultação" sobre uma sua eventual candidatura e que até final do mês de Agosto "estará no terreno a ouvir os chefes locais" da Guiné-Bissau.
Paulo Gomes adiantou que do resultado dessa consulta dependerá a sua decisão. Para já, o economista mostra-se "animado" e "encorajado" com os contributos e as reações a uma possível candidatura protagonizada por si.
O nome do economista, que foi quadro superior do Banco Mundial e do Banco Africano de Desenvolvimento, e regressou à Guiné-Bissau após 15 anos a residir no estrangeiro, tem sido veiculado por várias vozes como possível candidato presidencial ao escrutínio de 24 de novembro.
Em Janeiro, numa entrevista à agência Lusa, Paulo Gomes tinha já admitido essa possibilidade, mas, segundo disse na altura, trata-se de "uma decisão importante" que deve ser precedida de uma "consulta alargada" e tomada sem precipitações.
Formado em economia pelo Instituto de Relações Internacionais (ILERI) de Paris e com um mestrado pela universidade norte-americana de Harvard, Paulo Gomes fundou recentemente a Consultora Internacional Constelore e o instituto Benten, um "think-thank" sobre o desenvolvimento na Guiné-Bissau.
Entre 1995 e 1998, foi conselheiro do Ministério das Finanças, Planeamento e Comércio da Guiné-Bissau. Foi um dos fundadores do Partido da Convergência Democrática (PCD) e por três vezes convidado a liderar governos na Guiné-Bissau, o que nunca aceitou. A Guiné-Bissau está a ser gerida por um Governo de transição, na sequência do golpe militar que em Abril de 2012 afastou do poder o Presidente e primeiro-ministro eleitos, Raimundo Pereira e Carlos Gomes Júnior, respetivamente.
Após este golpe, Paulo Gomes foi convidado uma vez mais a liderar o Governo de transição, mas o seu nome terá alegadamente sido vetado por Kumba Ialá, líder do Partido da Renovação Social (PRS), uma versão na qual o economista não acredita.
"Foi a terceira vez que fui convidado para primeiro-ministro e era uma questão que considerava mediante algumas condições. Não acredito que tenha sido o Kumba Ialá. Não partilhamos a mesma visão política, mas é um patriota e não tenho elementos que digam que ele vetou a decisão", disse em Janeiro à Lusa. São já conhecidas três candidaturas às presidenciais de 24 de novembro: a do primeiro-ministro deposto Carlos Gomes Júnior, a do antigo ministro da Educação da Guiné-Bissau Tcherno Djaló e a do antigo diretor-geral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Hélder Vaz. Fonte:RFI