Praia - O primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, endureceu o discurso no caso dos dois agentes da polícia que se encontram detidos na Guiné-Bissau desde o dia 12 de Julho, acusando as autoridades daquele país de reter pessoas por mais de 48 horas de forma arbitrária.
«Ninguém pode estar numa prisão mais de 48 horas sem qualquer acusação e sem ser presente à autoridade judicial(juiz). Não é possível, arbitrariamente, manter pessoas numa prisão», disse José Maria Neves, sábado, 20 de Julho, na Praia.
O governante voltou a defender os polícias cabo-verdianos que, segundo Neves, cumpriam uma ordem judicial normal neste tipo de situações.
«A senhora foi deportada, era só escoltar a senhora até à fronteira com a Guiné-Bissau e foi isso que se fez. Não havia nenhuma necessidade de se contactar ou de se pedir autorização às autoridades guineenses. A senhora é guineense, esteve na prisão e a pena acessória era a extradição. Saiu da prisão e tinha de ser escoltada até à fronteira com a Guiné-Bissau para ser solta», explicou Neves, em resposta às declarações do porta-voz do Governo de transição da Guiné-Bissau, que disse desconhecer o paradeiro da deportada, que cumpriu quatro anos de prisão em Cabo Verde por tráfico de droga.
José Maria Neves revelou que o seu Governo está a trabalhar com tranquilidade e serenidade porque estão em causa vidas humanas.
O chefe do Governo confirmou que se reuniu na semana passada em Abuja com o Presidente do Governo de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, sem, no entanto, adiantar detalhes.
«Temos de ir com calma e serenidade, porque o nosso objectivo é proteger a vida deles e garantir que se respeitem os direitos humanos. Não estão em território cabo-verdiano e temos de ter muita calma e tranquilidade, para não prejudicar as pessoas que estão detidas em Bissau», conclui José Maria Neves.
Na quinta-feira, o Governo de Cabo Verde, através de uma advogada contratada em Bissau para o efeito, meteu um pedido de «habeas corpus» junto da justiça guineense, mas não houve ainda qualquer resposta.
Por outro lado, a PNN sabe que desde a primeira hora as autoridades cabo-verdianas não reconhecem o actual Governo de Bissau, solicitando a intervenção no caso do Representante Especial do Secretário-geral da ONU para a Guiné-Bissau, José Ramos Horta, e do Embaixador da União Europeia, Joaquin Gonzalez Ducay.
Nos meios políticos e diplomáticos cabo-verdianos é assente que a detenção dos dois agentes da Polícia Nacional é um acto de represália a Cabo Verde por ter oferecido o seu território para transbordo do vice-almirante da marinha Bubo Na Tchuto, detido pelos Estados Unidos no passado Abril, por suposto tráfico de droga e armas. Refira-se que o militar Vasco Antonio Nacia, que pilotou o barco que levou Bubo Na Tchuto ao local onde estavam os agentes do Departamento Anti-Drogas dos Estados Unidos (DEA) e que foi posteriormente libertado, disse à imprensa que dois polícias cabo-verdianos encontravam-se a bordo do luxuoso iate onde os americanos apanharam Na Tchuto.
As autoridades cabo-verdianas negaram tal participação. O Presidente da República ainda não se pronunciou sobre o assunto.
Recorde-se que Cabo Verde condenou o golpe de Estado de Abril de 2012, que levou ao poder o actual Governo de Transição e não tem relações diplomáticas com Bissau neste momento. Fonte: Luanda Digital
O governante voltou a defender os polícias cabo-verdianos que, segundo Neves, cumpriam uma ordem judicial normal neste tipo de situações.
«A senhora foi deportada, era só escoltar a senhora até à fronteira com a Guiné-Bissau e foi isso que se fez. Não havia nenhuma necessidade de se contactar ou de se pedir autorização às autoridades guineenses. A senhora é guineense, esteve na prisão e a pena acessória era a extradição. Saiu da prisão e tinha de ser escoltada até à fronteira com a Guiné-Bissau para ser solta», explicou Neves, em resposta às declarações do porta-voz do Governo de transição da Guiné-Bissau, que disse desconhecer o paradeiro da deportada, que cumpriu quatro anos de prisão em Cabo Verde por tráfico de droga.
José Maria Neves revelou que o seu Governo está a trabalhar com tranquilidade e serenidade porque estão em causa vidas humanas.
O chefe do Governo confirmou que se reuniu na semana passada em Abuja com o Presidente do Governo de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, sem, no entanto, adiantar detalhes.
«Temos de ir com calma e serenidade, porque o nosso objectivo é proteger a vida deles e garantir que se respeitem os direitos humanos. Não estão em território cabo-verdiano e temos de ter muita calma e tranquilidade, para não prejudicar as pessoas que estão detidas em Bissau», conclui José Maria Neves.
Na quinta-feira, o Governo de Cabo Verde, através de uma advogada contratada em Bissau para o efeito, meteu um pedido de «habeas corpus» junto da justiça guineense, mas não houve ainda qualquer resposta.
Por outro lado, a PNN sabe que desde a primeira hora as autoridades cabo-verdianas não reconhecem o actual Governo de Bissau, solicitando a intervenção no caso do Representante Especial do Secretário-geral da ONU para a Guiné-Bissau, José Ramos Horta, e do Embaixador da União Europeia, Joaquin Gonzalez Ducay.
Nos meios políticos e diplomáticos cabo-verdianos é assente que a detenção dos dois agentes da Polícia Nacional é um acto de represália a Cabo Verde por ter oferecido o seu território para transbordo do vice-almirante da marinha Bubo Na Tchuto, detido pelos Estados Unidos no passado Abril, por suposto tráfico de droga e armas. Refira-se que o militar Vasco Antonio Nacia, que pilotou o barco que levou Bubo Na Tchuto ao local onde estavam os agentes do Departamento Anti-Drogas dos Estados Unidos (DEA) e que foi posteriormente libertado, disse à imprensa que dois polícias cabo-verdianos encontravam-se a bordo do luxuoso iate onde os americanos apanharam Na Tchuto.
As autoridades cabo-verdianas negaram tal participação. O Presidente da República ainda não se pronunciou sobre o assunto.
Recorde-se que Cabo Verde condenou o golpe de Estado de Abril de 2012, que levou ao poder o actual Governo de Transição e não tem relações diplomáticas com Bissau neste momento. Fonte: Luanda Digital