África- As trocas comerciais entre países africanos representaram em 2011 apenas 11,3% do total de bens e serviços transacionados entre os países do continente africano e o resto do mundo, totalizando 130 mil milhões de euros, de acordo com a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).
Num relatório, divulgado a semana passada em Nova York, sobre o Desenvolvimento Económico em África - 2013, a UNCTAD revelou que o comércio intra-africano aumentou consistentemente, passando de 19,3% em 1995 para um pico de 22,4% em 1997, mas desde então caiu para 11,3% em 2011, uma tendência "que pode ser atribuída a uma taxa de crescimento do comércio com o resto do mundo mais alta que a do comércio entre países africanos e não a um abrandamento das trocas comerciais dentro de África".
De 1996 a 2011, nota o relatório, "o comércio intra-africano cresceu a uma taxa robusta de 8,2% ao ano, em média, mas o comércio de África com o resto do mundo cresceu mais depressa, a 12% por ano, em média".O documento com 158 páginas defende que o comércio entre países africanos é fundamental para acelerar o desenvolvimento económico e argumenta que os governos têm de dar ao sector privado as condições necessárias para que o dinamismo empresarial beneficie quem vende e quem compra os produtos e serviços africanos.
As exportações africanas para o resto do mundo cresceram a um ritmo anual de 12,2% entre 2007 e 2011, ultrapassando o aumento nos mercados emergentes e nos países mais industrializados (9,9 e 7,4%, respectivamente).Ainda assim, nota o documento de 158 páginas que faz uma análise do desenvolvimento económico em África para concluir que o sector privado tem um papel crucial na melhoria das condições de vida dos africanos, o continente continua a ser um 'jogador' marginal no que ao comércio mundial diz respeito, representando apenas 2,8% das trocas comerciais em todo o mundo entre 2000 e 2010.
No que diz respeito ao comércio entre países africanos, os números revelam uma subida, tendo passado de 45,9 mil milhões em 1995, para 130 mil milhões em 2011, o que representa um crescimento de exportações a um ritmo anual de 2,6% no período entre 2001 e 2006 e 3,2% entre 2007 e 2011.
O relatório inclui ainda uma lista das relações entre os países, constatando-se que os cinco maiores importadores de serviços e produtos de Angola são a África do Sul, o Ghana, Moçambique, Costa do Marfim e Nigéria.
No caso de Cabo Verde, os maiores clientes são Ghana, Senegal, Moçambique, Líbia e Guiné-Bissau.A Guiné-Bissau, por seu lado, exporta principalmente para Mali, Gâmbia, Senegal, Costa do Marfim e Tunísia.Moçambique exporta principalmente para a África do Sul, Zimbabué, Malawi, Ilhas Maurícias e Botswana.
Por último, e entre os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, São Tomé e Príncipe vende os seus bens e serviços para a Nigéria, Quénia, Camarões, África do Sul e Zimbabwe.Fonte: África21