quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Guiné-Bissau: Reino Unido exige Eleições Gerais Ainda em 2013

Bissau - O Executivo britânico exige que o Governo de transição realize Eleições Gerais o mais rápido possível, antes do final de 2013.
 
John Marshall fez as declarações no âmbito da visita ao país do Grupo Parlamentar da Amizade Reino Unido - Guiné-Bissau, a 18 de Fevereiro, na sede da União Europeia (UE), numa cerimónia de recepção oferecida pelo Delegado da UE em Bissau, onde a PNN esteve presente.

De acordo do diplomata britânico com residência em Dakar, o Reino Unido pretende ver em funcionamento na Guiné-Bissau um Governo de transição genuinamente inclusivo, tendo destacado o avanço dos níveis de diálogo entre o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e o Partido da Renovação Social (PRS).

O funcionamento dos trabalhos na Assembleia Nacional Popular e a revisão e consequente assinatura do pacto de transição pelo PAIGC foram aspectos igualmente destacados por John Marshall, como passo essencial para que sejam retomados os contactos entre o Governo de transição e a Comunidade Internacional.

«Uma vez estabelecidas estas autoridades de transição inclusivas, pretendemos que estas conduzam a um processo de transição consensual até à realização de Eleições Gerais, antes do final do correnteAno», referiu John Marshall.

Trata-se de um escrutínio que o Delegado da UE em Bissau considera que deve ser planeado cuidadosamente, administrado adequadamente e observado eficazmente.

Neste sentido, o diplomata britânico disse que as leis guineenses devem ser adaptadas de modo a prever a participação de observadores nacionais, que desempenham um papel crucial em todas as democracias do mundo.

«Estas Eleições deverão ser credíveis e conduzir a uma Governo democraticamente eleito que possa ser novamente acolhido no seio da família das nações e trabalhar para melhorar vida dos cidadãos da Guiné-Bissau», referiu.

No aspecto militar, John Marshall reconheceu o papel histórico da classe castrense, afirmando que esta deve ser ajudada e modernizada para que possa constituir um elemento de apoio à democracia e ao desenvolvimento do país.

«Isto significa aplicar um plano de reforma no sector de Defesa e Segurança, garantindo sustento aos antigos combatentes e promovendo uma nova geração de dirigentes que compreenda o papel dos militares em democracia», disse o diplomata.

Em relação ao golpe de Estado de 12 de Abril de 2012, John Marshall condenou a acção dos militares: «Condenamos o golpe de Estado de 12 de Abril e associamo-nos à população da Guiné-Bissau e à Comunidade Internacional, declarando que este terá que ser o último golpe de Estado neste país».

O Delegado da UE assegurou que estas práticas já pertencem ao passado de África, durante a época pós-colonial: «O presente da África é bem diferente, tal como se demonstra em alguns países do continente, nomeadamente Cabo Verde, Senegal, Gana, Zâmbia e Serra Leoa», exemplificou.

John Marshall destacou ainda que os referidos países são caracterizados por factores de ordem constitucional, estabilidade política, paz, segurança, democracia, e por uma população com uma voz activa na orientação dos destinos, através do desenvolvimento económico: «Este é o futuro que pretendemos para a Guiné-Bissau, que a população deseja e merece».

Sobre a Comunidade Internacional, John Marshall disse haver necessidade de coordenação de esforços para o dossier da Guiné-Bissau, tendo saudado a recente nomeação de José Ramos-Horta para o cargo de Representante Especial do Secretário-geral das Nações Unidas para Guiné-Bissau