quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Transição na Guiné-Bissau Foi Ampliada Pelos Políticos

Chefias militares influenciaram a decisão
 
Guiné-Bissau-Dirigentes políticos, militares e da sociedade civil da Guiné-Bissau debateram no fim-de-semana, no Parlamento, o prolongamento do período de transição para mais seis meses ou três anos após o término do actual período, em Maio, noticiou a Lusa.   

Num debate dirigido pelo presidente de transição, Serifo Nhamadjo, líderes partidários, as chefias militares e representantes das organizações da sociedade civil analisaram os passos a serem encetados no país tendo em conta a impossibilidade de se organizar eleições gerais em Abril deste ano.

Falando à imprensa no final dos debates, que duraram sete horas sem interrupção, Serifo Nhamadjo afirmou que as partes estiveram na procura do meio-termo sobre a prorrogação do período de transição, “com uns a defenderem seis meses e outros mais três anos”.  

Para o chefe de Estado guineense de transição o tempo da nova transição até nem é o mais importante, desde que se saiba de concreto quais os itens vão ser englobados nas várias reformas que devem ser realizadas no país.  

Sobre o encontro, o presidente de transição diz ter ficado encorajado com o diálogo aberto e franco entre os vários actores da vida do país, sublinhando que os guineenses têm que ter coragem de conversar. 

“É esse o elemento que me motiva, que haja diálogo franco e sincero, frente a frente”, disse Nhamadjo, que quer ouvir a opinião de todas as franjas da sociedade guineense antes da cimeira de chefes de Estado da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) no dia 27 em Abidjan, na Costa do Marfim.   

Na sequência do golpe de Estado de 12 de Abril, protagonizado pelos militares, foi fixado o prazo de um ano para a realização de eleições gerais, mas as autoridades de transição têm vindo a público admitir que vai ser impossível realizar eleições nesse período.