sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Geocapital Quer Parceria Com Banco Português Ligado a África

Macau-Geocapital (de Stanley Ho) quer reforçar presença na banca em Portugal, Angola, Brasil e Timor-Leste.
 
Diogo Lacerda Machado diz que a Geocapital está interessada numa parceria com "uma instituição financeira interessada em investir em África". A Geocapital é uma sociedade sediada em Macau, detida por Stanley Ho, de Jorge Ferro Ribeiro e o macaense Ambrose So, e onde colabora Alípio Dias.
 
A Geocapital quer complementar a sua "rede" financeira nos países lusófonos com presença mais forte em Portugal, Angola, Brasil e Timor-Leste, disse à Lusa Diogo Lacerda Machado, administrador da "holding" sediada em Macau.
 
"Um dia, que não será muito distante, esta plataforma, esta malha comum, há-de estar completa, e nesse dia esperamos que no Brasil haja alguma coisa, e també Macau necessariamente, o lugar de origem de tudo isto. E em Portugal, também, como é óbvio, há-de chegar a altura própria", disse o administrador da Geocapital, em entrevista à agência Lusa.
 
Actualmente, a Geocapital tem participações no Moza Banco de Moçambique, no Banco da África Ocidental (Guiné-Bissau) e Caixa Económica de Cabo Verde, além do projeto de criação do Banco Timorense de Investimento, que poderá vir a ser reformulado.
 
Quanto a investimentos em Portugal, esta pode ser uma boa altura para "comprar em saldo", devido à crise na banca, mas para a Geocapital há um "risco de envolvimento na banca muito mais elevado do que nalguns países" onde já opera, em África.
 
A solução, referiu, pode passar não "necessariamente por um banco em Portugal que seja da Geocapital", mas "uma lógica de parceria" com uma instituição financeira interessada em investirem África, "onde há retornos mais interessantes".
 
No Brasil, onde em 2005 se destacou ao lado da TAP na tentativa frustrada de aquisição da Varig, a Geocapital está ciente da "duríssima experiência do que foram tentativas da banca portuguesa de entrar" e a saída poderá também ser uma parceria.
 
"Achamos que será difícil para nós. Não controlamos banco nenhum noutros sítios, não queríamos controlar no Brasil. Vai chegar o dia em que um parceiro financeiro brasileiro perceberá o interesse desta malha que temos, esta plataforma bancária pan-africana que devagar vamos construindo, e numa lógica de parceria permitir acesso a alguma coisa no Brasil", afirmou Lacerda Machado.
 
Depois de uma tentativa inicial de adquirir uma participação financeira num banco em Angola, a Geocapital virou-se para uma parceria estratégica com a Global Pactum e com o Banco Privado Atlântico, que associa a petrolífera estatal Sonangol, maior accionista do Millennium BCP.
 
A parceria, afirmou o administrador, tem funcionado, mas continua a ser objetivo "uma participação e envolvimento no sistema financeiro angolano".
 
Em Timor-Leste, o projeto "parou um pouco" com o novo Governo e poderá mesmo vir a ser reformulado, se o executivo assim o entender. "Não mandamos, não controlamos, temos uma lógica de integração, de parceria local, contribuição efetiva para a economia local", afirmou Diogo Lacerda Machado.