Durão Barroso afirmou à presidente da União Africana Nkosazana Dlamini-Zuma que acredita nas potencialidades de África
União Europeia e a União Africana-O presidente da Comissão Europeia afirmou ontem, em Bruxelas, que África é um parceiro importante e que o fortalecimento das relações entre a União Europeia (UE) e o continente africano é uma das suas prioridades.
“Como presidente da Comissão Europeia, o fortalecimento das relações entre a UE e África é uma das minhas prioridades políticas”, referiu Durão Barroso, em conferência de imprensa, após um encontro com a presidente da comissão da União Africana (UA), Nkosazana Dlamini-Zuma.
O presidente da Comissão Europeia, Durão barroso, disse acreditar no potencial de África e na consolidação das relações entre as duas partes baseadas “numa cooperação profunda em diversas áreas”.Durão Barro qualificou a União Africana “um parceiro chave” no quadro da política internacional da União Europeia.
Há potencial para a cooperação económica e condições para uma parceria que pode beneficiar as duas partes, disse Barroso. A presidente da comissão da União Africana, Nkosazana Dlamini-Zuma, salientou a importância de aliar a paz e a segurança ao desenvolvimento global das partes, considerando-as “dois lados da mesma moeda”.
Se não houver desenvolvimento, referiu, eventualmente não há estabilidade e sem esta não é possível haver desenvolvimento.
Formação de soldados
A Missão de Formação da União Europeia (MFUE) na República do Mali anunciou que a instrução, que começa a 2 de Abril, se destina a 2.500 soldados. A União Europeia disponibilizou cerca de 500 elementos, entre os quais 200 formadores militares, membros de Estado-Maior e pessoal médico.
A MFUE, que tem a participação de, pelo menos, 16 Estados-membros da União Europeia, tem uma vertente “de aconselhamento e assistência em matéria de comando e logística” e outra de formação essencialmente militar, referiu o general francês François Lecointre.
“O objectivo é permitir ao Exército do Mali adquirir a médio prazo capacidades de combate necessárias para fazer face à ameaça interna, ao mesmo tempo que contribuímos para a estabilidade do conjunto da sub-região”, declarou o chefe de Estado-Maior-General do Exército maliano. No total, “quatro batalhões de 650 a 700 homens” recebem formação inicial de dois meses na escola militar de Kulikoro, cujas infra-estruturas vão ser melhoradas graças a um financiamento europeu de 12,3 milhões de euros, mas o custo total da missão é muito maior, referiu o general François Lecointre.
Portugal
O Partido Comunista Português acusou o ministro da Defesa de não cumprir a lei ao não informar previamente a Assembleia da República sobre o envio de militares para a operação da União Europeia no Mali. O deputado daquele partido António Filipe confrontou o ministro da Defesa, Aguiar Branco, durante uma audição parlamentar, sobre a decisão, confirmada no início do mês pelo Conselho Superior de Defesa Nacional, de enviar sete militares para o Mali.
O deputado acusou o ministro de “não cumprir a lei”, que prevê que uma decisão do governo de enviar forças para o estrangeiro deve ser apresentada previamente à Assembleia da República ”, informando-a em pormenor sobre a fundamentação, os projectos de decisão, os riscos estimados, os militares a envolver e o tempo previsível da missão.