UAGADUGU — O general Sekouba Konate, ex-presidente interino da Guiné-Konakry que supervisiona para a União Africana (UA) a preparação de uma intervenção militar no Mali, reuniu-se quinta-feira em Uagadugu com o chefe de Estado de Burkina Faso, Blaise Compaoré.
Konaté foi recebido por cerca de uma hora no palácio presidencial por Compaoré, mediador na crise no Mali para a Comunidade Econômica da África Ocidental (CEDEAO), constatou a AFP.
"A União Africana e a CEDEAO vão fazer todo o possível para manter a integridade territorial do Mali", declarou o representante da UA após o encontro.
Antes da reunião, uma fonte da Presidência de Burkina Faso tinha indicado à AFP que os dois discutiriam "a intervenção militar e o diálogo permanente", enquanto o norte do Mali é ocupado por grupos armados islamitas.
Konaté chegou a Bamaco, onde participou de trabalhos de especialistas e depois de uma reunião com os chefes do Estado Maior da África Ocidental, que desenvolveram um plano de reconquista do norte do Mali.
Este "conceito de operações harmonizadas" deve ser discutido sexta-feira em Abuja pelos ministros das Relações Exteriores e da Defesa da CEDEAO, antes de uma reunião de chefes de Estado no domingo.
Depois de adotado, o plano deve ser transmitido pela UA ao Conselho de Segurança da ONU "antes de 15 de novembro", segundo um comunicado da CEDEAO divulgado quinta última. O Conselho de Segurança adotou, em 12 de outubro, uma resolução dando à CEDEO 45 dias para enviar seus planos.
Em defesa de uma política de diálogo antes de recorrer à força contra os "terroristas", Burkina Faso iniciou discussões com um dos grupos islamitas armados no norte do Mali, o Ansar Dine, aliado dos jihadistas da Al-Qaeda no Magreb Islâmico (AQMI) e do Movimento para a unicidade e a Jihad na África Ocidental (Mujao).Ansar Dine manifestou na terça-feira em Uagadugu sua rejeição ao "terrorismo" e pediu que outros grupos armados e Bamaco dialoguem.