Maior bancarização das transações financeiras torna mais fácil a cobrança de impostos
Paris-O economista François N’Dengwe, dos Camarões, exortou em Paris os Estados africanos a reduzirem o uso de dinheiro líquido nas transacções financeiras por esta tendência favorecer a corrupção e o desvio dos fundos públicos.
“Temos, em toda a África, de privilegiar os outros modos de pagamento em relação ao numerário. A circulação de numerário favorece o desvio e a corrupção”, disse N’Dengwe, presidente do gabinete de consultoria África Board Advisory” durante uma entrevista concedida à PANA.
O economista defendeu igualmente uma maior bancarização das transacções financeiras apelando ao mesmo tempo aos Estados do continente para darem o exemplo.
O pagamento dos salários dos funcionários, das reformas e de outras prestações sociais devem fazer-se através de uma transferência bancária ou cheque. “A aposta é fazer com que o dinheiro em numerário circule o menos possível, pois, é muito mais difícil desviar os fundos públicos ou proceder a actos de corrupção com os outros meios de pagamento”, disse o presidente do África Board Advisory.
A outra vantagem do recurso a outros meios de pagamento é que estes tornam mais fácil a cobrança de impostos e permitem uma melhor avaliação dos rendimentos e dos benefícios tributáveis.Diversos países africanos optaram, nos últimos anos, pelo pagamento aos agentes da Função Pública por transferência bancária ou cheque.O dinheiro em numerário permanece todavia o principal meio de pagamento nas transacções financeiras e comerciais registadas no continente.