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Lisboa - O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, disse terça-feira no XXII Encontro dos bancos centrais dos países de língua portuguesa que a CPLP sem "atropelos" nem "ciúmes" é uma oportunidade de crescimento para todos.
Para o ministro dos Negócios Estrangeiros, que destacou o valor económico da
língua portuguesa e que sublinhou que a lusofonia é prioridade da política
externa portuguesa, "a língua falada em quatro continentes por quase 300 milhões
de habitantes" é um factor de desenvolvimento que pode ter mais relevância no
futuro.
"Os países da CPLP ([Comunidade dos Países de Língua Portuguesa] encerram
muitas geografias e afinidades. Não devemos ver isto como um risco nem ter
qualquer sentimento de ciúme, devemos ver isto como oportunidades de
crescimento" afirmou Paulo Portas no encerramento do XXII Encontro dos bancos
centrais dos países de língua portuguesa que decorreu terça-feira última em
Lisboa.
"Se nos soubermos compreender uns aos outros e não nos atropelarmos, o factor
CPLP vai ganhar escala", disse Paulo Portas que lembrou igualmente à cooperação
portuguesa com os países africanos de língua portuguesa.
Ao referir-se aos atuais valores da cooperação portuguesa com os
países africanos de língua portuguesa (0,29 porcento do Produto Interno Bruto
português), Portas afirmou que não é preciso ter muitos projectos "pequeninos"
mas sim, menos projetos "mas mais importantes".
Portas sublinhou os projectos de ajuda ao desenvolvimento, "que dentro da
margem possível devem ser olhados como afirmação, manutenção e reinvenção das
parcerias com os países de língua portuguesa", e destacou a "definição de
políticas macro - económicas para o desenvolvimento" e questões relacionadas com
"a exploração de recursos naturais".
Paulo Portas considerou que Portugal faz "a ponte" entre a CPLP e a Europa,
"a terceira maior economia do mundo", e que o Brasil, "ao ser a potência que é no espaço
latino-americano, constitui para os outros países da CPLP uma grande
oportunidade".
O ministro dos Negócios Estrangeiros disse ainda que o continente africano,
se beneficiar da estabilidade e de instituições sólidas, pode originar "exemplos
de sucesso económico nas próximas décadas".
"Todos conhecem o potencial de Angola, sendo uma potência regional, todos
sabem a importância de Moçambique, todos conhecem a avaliação das instituições
internacionais sobre a governança de Cabo-Verde e todos sabem as ligações que
mantemos com São Tomé e Príncipe", disse Paulo Portas, que disse ainda que
"todos" querem respeito pela "constituição e diálogo político na Guiné-Bissau".
Finalmente, ao referir-se à actual situação económica de Portugal, Portas
afirmou que "as lições aprendidas com a crise são relevantes para os países
lusófonos. São da maior importância para todos".