quarta-feira, 21 de novembro de 2012

CPLP Sem "atropelos" Nem "Cúmes" é Oportunidade de Crescimento

Logotipo da CPLP
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Lisboa - O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, disse terça-feira no XXII Encontro dos bancos centrais dos países de língua portuguesa que a CPLP sem "atropelos" nem "ciúmes" é uma oportunidade de crescimento para todos.

Para o ministro dos Negócios Estrangeiros, que destacou o valor económico da língua portuguesa e que sublinhou que a lusofonia é prioridade da política externa portuguesa, "a língua falada em quatro continentes por quase 300 milhões de habitantes" é um factor de desenvolvimento que pode ter mais relevância no futuro.

"Os países da CPLP ([Comunidade dos Países de Língua Portuguesa] encerram muitas geografias e afinidades. Não devemos ver isto como um risco nem ter qualquer sentimento de ciúme, devemos ver isto como oportunidades de crescimento" afirmou Paulo Portas no encerramento do XXII Encontro dos bancos centrais dos países de língua portuguesa que decorreu  terça-feira última em Lisboa.

"Se nos soubermos compreender uns aos outros e não nos atropelarmos, o factor CPLP vai ganhar escala", disse Paulo Portas que lembrou igualmente à cooperação portuguesa com os países africanos de língua portuguesa.

Ao referir-se aos atuais valores da cooperação portuguesa com os países africanos de língua portuguesa (0,29 porcento do Produto Interno Bruto português), Portas afirmou que não é preciso ter muitos projectos "pequeninos" mas sim, menos projetos "mas mais importantes".

Portas sublinhou os projectos de ajuda ao desenvolvimento, "que dentro da margem possível devem ser olhados como afirmação, manutenção e reinvenção das parcerias com os países de língua portuguesa", e destacou a "definição de políticas macro - económicas para o desenvolvimento" e questões relacionadas com "a exploração de recursos naturais".

Paulo Portas considerou que Portugal faz "a ponte" entre a CPLP e a Europa, "a terceira maior economia do mundo", e que o Brasil, "ao ser a potência que é no espaço latino-americano, constitui para os outros países da CPLP uma grande oportunidade".

O ministro dos Negócios Estrangeiros disse ainda que o continente africano, se beneficiar da estabilidade e de instituições sólidas, pode originar "exemplos de sucesso económico nas próximas décadas".

"Todos conhecem o potencial de Angola, sendo uma potência regional, todos sabem a importância de Moçambique, todos conhecem a avaliação das instituições internacionais sobre a governança de Cabo-Verde e todos sabem as ligações que mantemos com São Tomé e Príncipe", disse Paulo Portas, que disse ainda que "todos" querem respeito pela "constituição e diálogo político na Guiné-Bissau".

Finalmente, ao referir-se à actual situação económica de Portugal, Portas afirmou que "as lições aprendidas com a crise são relevantes para os países lusófonos. São da maior importância para todos".