Presidente Benigno Aquino diz que acordo é sobre "ultrapassar preconceitos"
Filipina-O Governo filipino alcançou um acordo com o principal grupo islâmico rebelde que põe fim ao conflito de quatro décadas em que morreram mais de 120 mil pessoas e abre a porta a uma recuperação política e económica no Sul do país.
Este acordo dá azo à criação de uma nova região autónoma nas Filipinas antes de 2016, ano em que termina o mandato do Presidente Benigno Aquino, dando àquela área de população maioritariamente muçulmana – num país de população maioritariamente católica – maiores poderes políticos e mais vasto controlo dos recursos naturais locais.
O grupo rebelde Frente Moro de Libertação Islâmica bertação já revelou estar “satisfeito” com os termos deste mapa para a pacificação, que será formalmente assinado com o Governo no próximo dia 15 em Manila. As negociações decorreram na Malásia.
“Este acordo de enquadramento geral é sobre ultrapassarmos os nossos preconceitos. É sobre pôr de lado a desconfiança e a miopia que têm gorado os esforços [de paz] feitos no passado”, frisou Aquino, num discurso transmitido pelas televisões.
A nova região, no Sul do país, e cujo tamanho exacto ainda será determinado por referendo antes das eleições presidenciais de 2016, chamar-se-á Bangsamoro, a palavra pela qual são designados os nativos daquela zona das Filipinas. É uma escolha que “honra a luta dos nossos antepassados de Mindanao”, disse o Presidente, referindo-se à resistência feita pelos habitantes mouros daquela ilha filipina durante a ocupação espanhola.
O clima político persistentemente volátil na região pode porém trazer obstáculos à eficácia deste acordo, dado os elevados riscos de facções radicais islâmicas na região se separarem da Frente Moro de Libertação Islâmica e manterem a luta pela criação de um estado islâmico independente. A zona tem também grupos com ligações históricas à Al-Qaeda.