Nova Iorque - O presidente do Senegal, Macky Sall, defendeu quarta-feira na Assembleia Geral da Organização Nações Unidas (ONU) os
esforços do governo de transição da Guiné-Bissau para realização de eleições e
a retirada dos militares da arena política.
Macky Sall falava no primeiro dia do debate anual da Assembleia Geral da ONU, e no dia em que responsáveis da CPLP e da comunidade da África Ocidental (CEDEAO) se reuniram em Nova Iorque, numa primeira tentativa para lançar um plano de acção conjunto para a Guiné-Bissau, que viveu um golpe de Estado em Abril, de que saiu o governo de transição.
Como outros Estados membros da CEDEAO, o Senegal aprecia "os esforços feitos pelo governo de transição para a reconciliação nacional, restabelecimento das instituições do país, organização de eleições credíveis e retirada definitiva dos militares da arena política", afirmou.
"Já perturbada por anos de instabilidade institucional e económica, a Guiné-Bissau enfrenta também a questão do tráfico de droga por estrangeiros fora da lei. O país merece o apoio e atenção da comunidade internacional", adiantou.
Para quarta-feira estava prevista a chegada aos Estados Unidos do presidente interino guineense, Serifo Nhamadjo, disse à Lusa fonte do novo Executivo, em Nova Iorque.
Na semana passada, o Conselho de Segurança da ONU manifestou preocupação com o "contínuo impasse político" na Guiné-Bissau, fazendo eco de preocupações expressas pelo secretário geral Ban Ki-moon, e sublinhou a importância da realização de eleições que levem a uma transição no país.
Os membros do Conselho de Segurança sublinharam ainda a necessidade de ultrapassar as divergências entre parceiros, num processo que tem sido marcado divisões entre atores nacionais e parceiros internacionais sobre a legitimidade do actual governo de transição.
No seu relatório sobre a situação guineese, Ban Ki-moon refere-se aos desentendimentos públicos entre a comunidade regional (CEDEAO), que vem trabalhando com o governo de transição, e a CPLP, que se recusa a reconhecê-lo, que está a contribuir para a "estagnação da crise política".