Cidade do Cabo - O presidente sul-africano, Jacob Zuma, e os
membros da Assembleia Nacional prestaram uma homenagem à ministra do Interior,
Nkosazana Dlamini-Zuma, que se prepara para assumir o cargo de presidente da
Comissão da União Africana (CUA) em Addis Abeba, na Etiópia.
O presidente Zuma felicitou a sua ex-esposa, dizendo que a
sua partida é uma perda para o país, mas um ganho para África.
Dlamini-Zuma foi eleita presidente da CUA a 15 de Julho de
2012, tornando-se assim a primeira mulher a dirigir a organização, desde a
formação da antiga Organização da Unidade Africana (OUA).
"Teremos muitas saudades dela. Mas sabemos que sentiremos e
ouviremos os seus passos em Addis Abeba", disse o presidente Zuma durante uma
sessão conjunta das duas Câmaras do Parlamento.
Fazendo referência à dura batalha para a sua eleição contra
o gabonês Jean Ping, o presidente Zuma lembrou que Pretória tinha apoiado a sua
campanha "porque África necessita de alguém que eleve a União Africana e as
suas actividades a um outro nível".
Para o estadista, Dlamini-Zuma foi excelente enquanto
ministra da Saúde, dos Negócios Estrangeiros e do Interior, as três pastas que
ela ocupou desde as primeiras eleições multi-raciais do país em 1994.
Na sua homenagem, a deputada do Congresso Nacional Africano
(ANC) Maggie Maunye afirmou que a condução avisada de Dlamini-Zuma relativamente
à lei sobre a interrupção da gravidez protegeu várias mulheres da indignidade e
do perigo dos abortos clandestinos.
Por seu lado, Sandy Kalyan, do principal partido da
oposição, a Aliança Democrática, observou que "o carácter determinado, forte e
às vezes obstinado" de Dlamini-Zuma vai ajudá-la nas suas novas funções.
Num discurso de adeus emotivo, Dlamini-Zuma disse que vai a
Addis Abeba "enquanto humilde servidora do continente".
"Choro quando estou contente, choro quando estou triste e
hoje estou ao mesmo tempo feliz e triste", disse a nova presidente da Comissão
da União Africana.