Moscovo - Os 22 estudantes finalistas guineenses que se viram obrigados a ocupar
a embaixada do seu país na capital russa para exigirem do Governo de Bissau
o bilhete de regresso deixaram sábado a capital russa.
"Nem quero acreditar. Acabámos de resolver todos os problemas burocráticos na sexta-feira ao fim da tarde e viemos para o aeroporto de madrugada, para prevenir qualquer imprevisto", declarou à Lusa Carfa Mané, porta-voz dos finalistas.
"Eu e os meus colegas estamos muito emocionados, pois
receávamos que este problema se prolongasse por mais tempo", acrescentou.
Os finalistas guineenses ocuparam o apartamento da
Embaixada da Guiné-Bissau em Moscovo no dia 17 de Agosto e só o abandonaram na
madrugada rumo ao Aeroporto Sheremietevo.
"Queremos agradecer a todas as pessoas que nos
ajudaram neste momento difícil para nós, os russos e portugueses que nos deram
alimentos, dinheiro, para nos aguentarmos durante mais de um mês na embaixada",
disse Carfa Mané.
"E esperemos que estas aventuras deixem de acontecer.
Este ano, conseguimos receber o bilhete de regresso mais depressa do que no ano
anterior. Esperemos que os outros estudantes tenham mais sorte do que nós",
concluiu.
O Governo da Guiné-Bissau continua a enviar
anualmente dezenas de jovens para estudarem em várias cidades russas, onde
acabam abandonados à sua sorte.
A bolsa de estudo paga mensalmente pelas autoridades
russas, cerca de 25 euros, torna muito difícil a vida dos estudantes, que não
recebem praticamente apoio nenhum da parte de Bissau.