quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Durão Barroso Defende União Bancária nos 27

Bruxelas-O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, defendeu a criação de uma união bancária na União Europeia (UE), considerando ser necessário dar «um passo muito grande» para uma maior integração do bloco europeu.
 
«Penso que agora temos condições para ir mais além, as quais, francamente, não tínhamos no passado», afirmou Durão Barroso, em entrevista ao Financial Times (FT), divulgada à noite no 'site' do jornal.
 
Durão Barroso disse que «há, agora, uma visão muito mais clara entre os Estados membros sobre a necessidade de ir além em termos de integração, especialmente na zona euro».
 
No entanto, nota o FT, estas pretensões do presidente da Comissão Europeia enfrentam a oposição britânica e alemã. O Governo britânico já disse que não vai aceitar nenhuma união bancária europeia que penalize os seus contribuintes ou que coloque os bancos britânicos sob vigilância de Bruxelas.
 
Sobre os receios do Reino Unido, o presidente da Comissão Europeia considera que Londres deve poder decidir se integra ou não estes planos, desde que não os bloqueie de todo.
 
«É claro que o Reino Unido tem o direito de decidir se quer ou não dar mais passos no sentido da integração (...) Se outros países que não estão na zona euro querem juntar-se a nós, penso que o Reino Unido vai ter de aceitar», afirmou Durão Barroso.
 
No entanto, e apesar destes temores, Durão Barroso acredita ter agora um maior apoio de Londres e de Berlim quanto à necessidade de uma integração bancária reforçada na UE: «O projeto europeu sempre fez progressos passo a passo. Devemos continuar passo a passo, mas agora precisamos de um passo muito grande. Ou a Europa dá esse passo em frente ou há o risco de fragmentação».
 
Relativamente ao envelope financeiro de até 100.000 milhões de euros que a União Europeia vai conceder a Espanha para recapitalizar os bancos mais expostos ao sector imobiliário, Durão Barroso entende que prova a capacidade de actuação da UE no curto prazo.
 
«Era nosso entendimento na Comissão, como era quando falei com ele [Mariano Rajoy, primeiro-ministro espanhol] na semana passada, que o programa [de recapitalização da banca] era necessário e que era tanto do interesse de Espanha, como da zona euro tomar uma decisão», afirmou Durão Barroso.