segunda-feira, 24 de setembro de 2012

CEDEAO Solicita Bamako para Rever sua Posição

Abidjan - A Comunidade Económica para o Desenvolvimento dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) solicitou a Bamako para rever a sua posição com vista a atender as condições que visam uma intervenção armada das forças da África Ocidental, no norte do Mali, ocupado por islamitas armados, anunciou  sexta-feira última a AFP, que cita fontes diplomáticas.
 
Os ministros ivoirienses dos Negócios Estrangeiros, Daniel Kablan Duncan, e da Integração africana, Ally Coulibaly, voltaram a Bamako, quinta-feira, para remeter ao presidente em exercício do Mali, Dioncounda Traoré, a resposta do pedido formal de ajuda que este último solicitou, no início de Setembro, à CEDEAO.
 
Esta resposta foi preparada na reunião de Ministros das Relações Exteriores e da Defesa da CEDEAO, em Abidjan, na segunda-feira última, precedida de um encontro dos chefes do Estado Maior da África Ocidental.
 
Dois dos três pontos evocados por Bamako referem ao problema de não permitir "o desempenho eficaz" de qualquer intervenção militar no seu território, de acordo com fontes diplomáticas da África Ocidental.
 
Dioncounda Traore deixou claro que "a implantação de lutar contra as forças militares é inútil", em Bamako, de acordo com os desejos da antiga junta militar que derrubou a 22 de Março o presidente Amadou Toumani Touré.
 
Para CEDEAO, as autoridades do Mali devem aceitar a implantação em Bamako de elementos que possam assegurar a logística da operação como as instituições de transição.
 
O presidente em exercício também destacou que o Mali não quer que as forças do oste africano façam combates, mas que forneçam apoio logístico e aéreo, bem como a participação no policiamento, uma vez que as cidades no norte do país foram reconquistadas.
 
A CEDEAO considera que a ajuda na formação do exército maliano e o apoio logístico e aéreo não são suficientes, e que as tropas do oeste africano não devem limitar-se à uma posição passiva.
 
Na quarta-feira, o Presidente Blaise Compaoré, do Burkina Faso, mediador da crise no Mali, considerou que as "condições" de Bamako "são impossíveis para a CEDEAO instalar-se efetivamente no país".
 
Agora, a CEDEAO espera uma resposta do presidente Dioncounda Traoré. Se um acordo for alcançado, a União Africano vai enviar um projecto de resolução que será analisado e aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU.
 
Uma conferência internacional sobre a região do Sahel, presidido pelo Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon está prevista para 26 de Setembro, em Nova York.
 
A CEDEAO vem se preparando há vários meses para enviar um efectivo de 3.300 soldados ao Mali.
 
O norte do Mali é controlado por grupos próximos da Al-Qaeda do Magreb Islâmico (AQMI), que impuseram a sharia (lei islâmica): homens acusados de roubo foram amputados, um casal considerado ilegítimo foi apedrejado até à morte e foram destruídos
os túmulos de santos muçulmanos.