Abidjan - A Comunidade Económica para o Desenvolvimento dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) solicitou a
Bamako para rever a sua posição com vista a atender as condições que visam uma
intervenção armada das forças da África Ocidental, no norte do Mali, ocupado
por islamitas armados, anunciou sexta-feira última a AFP, que cita fontes
diplomáticas.
Os ministros ivoirienses dos Negócios Estrangeiros, Daniel Kablan Duncan, e
da Integração africana, Ally Coulibaly, voltaram a Bamako, quinta-feira, para
remeter ao presidente em exercício do Mali, Dioncounda Traoré, a resposta do
pedido formal de ajuda que este último solicitou, no início de Setembro, à
CEDEAO.
Esta resposta foi preparada na reunião de Ministros das Relações Exteriores e
da Defesa da CEDEAO, em Abidjan, na segunda-feira última, precedida de um
encontro dos chefes do Estado Maior da África Ocidental.
Dois dos três pontos evocados por Bamako referem ao problema de não
permitir "o desempenho eficaz" de qualquer intervenção militar no seu
território, de acordo com fontes diplomáticas da África Ocidental.
Dioncounda Traore deixou claro que "a implantação de lutar contra as forças
militares é inútil", em Bamako, de acordo com os desejos da antiga junta militar
que derrubou a 22 de Março o presidente Amadou Toumani Touré.
Para CEDEAO, as autoridades do Mali devem aceitar a implantação em Bamako de
elementos que possam assegurar a logística da operação como as instituições de
transição.
O presidente em exercício também destacou que o Mali não quer que as forças
do oste africano façam combates, mas que forneçam apoio logístico e aéreo, bem
como a participação no policiamento, uma vez que as cidades no norte do país
foram reconquistadas.
A CEDEAO considera que a ajuda na formação do exército maliano e o apoio
logístico e aéreo não são suficientes, e que as tropas do oeste africano não
devem limitar-se à uma posição passiva.
Na quarta-feira, o Presidente Blaise Compaoré, do Burkina Faso, mediador da
crise no Mali, considerou que as "condições" de Bamako "são impossíveis para a
CEDEAO instalar-se efetivamente no país".
Agora, a CEDEAO espera uma resposta do presidente Dioncounda Traoré. Se um
acordo for alcançado, a União Africano vai enviar um projecto de resolução que
será analisado e aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU.
Uma conferência internacional sobre a região do Sahel, presidido pelo
Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon está prevista para 26 de Setembro, em Nova
York.
A CEDEAO vem se preparando há vários meses para enviar um efectivo de 3.300
soldados ao Mali.
O norte do Mali é controlado por grupos próximos da Al-Qaeda do Magreb
Islâmico (AQMI), que impuseram a sharia (lei islâmica): homens acusados de
roubo foram amputados, um casal considerado ilegítimo foi apedrejado até à morte
e foram destruídos
os túmulos de santos muçulmanos.
os túmulos de santos muçulmanos.