Bissau - O presidente do maior partido da Guiné-Bissau, o
Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Carlos Gomes
Júnior, recandidata-se ao cargo no congresso marcado para Janeiro de 2013, disse
quarta-feira à Lusa fonte oficial.
Carlos Gomes Júnior, Primeiro-ministro da Guiné-Bissau até 12 de Abril, quando foi afastado por um golpe de Estado, está actualmente em Portugal, de onde enviou uma carta ao PAIGC a anunciar a candidatura, indicou a mesma fonte.
"Apresento-me como candidato" ao 8.º congresso do PAIGC, agendado para Janeiro em Cacheu, disse Carlos Gomes Júnior na carta, onde se diz também disponível para fazer um debate público com os outros candidatos à liderança do partido.
Domingos Simões Pereira, até agora secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) também já se mostrou disponível para concorrer à liderança e na imprensa de Bissau têm surgido outros nomes como possíveis candidatos.
Carlos Gomes Júnior diz que se candidata movido por "patriotismo cívico" e promete reformas e maior crescimento económico. E pede unidade e coerência no partido, que ainda que grande não está isento de problemas, como a indisciplina partidária e a falta de coerência, o que leva à desestabilização.
"Enquanto presidente do partido não permitirei que o nosso glorioso e histórico Partido e os esforços e sacrifícios do povo guineense sejam conspurcados pela atitude irresponsável, anti-democrática, anti-patriótica de uns poucos aliados a interesses imediatos e alheios ao bem comum guineense", diz Carlos Gomes Júnior na carta.
Quarta-feira, no dia em que o PAIGC comemora 56 anos,
Saturnino da Costa, vice-presidente do partido, defendeu que aqueles que violam
os estatutos do PAIGC devem de ser castigados.
"Somos todos iguais perante os estatutos, e quem errou deve de ser castigado", disse na sessão que assinalou a efeméride, acrescentando que em consciência não pode aceitar que perante os erros uns sejam castigados e outros sejam "grandes senhores".
Na sequência das candidaturas às eleições presidenciais de Março passado (que não se concluíram devido ao golpe de Estado) a direcção do PAIGC instaurou processos disciplinares a alguns militantes, entre os quais Serifo Nhamadjo, actual Presidente de transição da Guiné-Bissau.