Mapa da Guiné-Bissau | |
Bissau - O secretário executivo do Fórum Nacional da Juventude e População da Guiné-Bissau disse quinta-feira passada à agência Lusa que a sua organização está preocupada com a presença no país de soldados de países da África Ocidental.
A preocupação de Silvino Mendonça prende-se com "as consequências óbvias" que a presença de soldados da CEDEAO (Comunidade Económica para o desenvolvimento dos Estados da África Ocidental) poderão ter para a juventude guineense, nomeadamente na camada feminina.
As gravidezes precoces ou indesejadas, bem como as infecções com doenças sexualmente transmissíveis são as preocupações que afligem Silvino Mendonça e daí o alerta do fórum.
Organização criada pelos jovens guineenses nos anos 90 mas reconhecida pelo Governo, a quase totalidade das actividades do Fórum da Juventude e População é financiada pelo FNUAP (Fundo das Nações Unidas para População).
O responsável pelo fórum disse que a organização pretende alertar os jovens e os guineenses em geral sobre os riscos que existem sobretudo nas zonas de acantonamento dos soldados da CEDEAO.
Cerca de 600 soldados vindos do Senegal, Togo, Burquina-Faso e Nigéria, constituem uma força da CEDEAO enviada para assegurar o processo de transição em curso na Guiné-Bissau na sequência do golpe de Estado militar de 12 de Abril passado.
Com o objectivo de sensibilizar os jovens, principalmente as raparigas, o Fórum da Juventude e População está a levar a cabo uma acção de formação em Nhacra, arredores do quartel de Cumeré (onde estão estacionados os soldados da CEDEAO) na qual pariticipam 14 activistas desta organização.
Uma outra acção de formação está a também a decorrer em Bissau desta feita com 11 activistas. Os activistas formados em Nhacra e Bissau irão depois transmitir a informação para mais jovens.
De acordo com Silvino Mendonça, a ideia é consciencializar o maior número de jovens, sobretudo as raparigas, dos locais onde os soldados passam mais tempo.