Presidente da Gâmbia, Yahya Jammeh |
Dakar - O Encontro africano para a defesa dos direitos humanos (RADDHO), uma ONG com sede em Dakar, apelou terça-feira à África e ao Ocidente para "impedir" as execuções em Setembro de condenados à morte anunciadas pelo presidente gambiano Yahya Jammeh.
"Estamos profundamente chocados. É incrível. Os chefes de Estado africanos foram muito complacentes com Yahya Jammeh. A Gâmbia é um país onde as liberdades públicas não existem e onde são praticadas execuções extra-judiciais. É demais!", afirmou à AFP o presidente da RADDHO, Alioune Tine.
"Chegou o momento para África reagir. Os presidentes africanos, o presidente da União Africana (Thomas Boni Yayi do Benin), da Comunidade Económica dos Estados da África do Oeste (CEDEAO), devem impedir estas execuções e meterem-se na linha de frente. Apelamos também às embaixadas ocidentais", acrescentou Tine.
"Se estas execuções forem realizadas, a sede da Comissão africana dos direitos humanos e dos povos deve ser colocado em outro lugar fora da Gâmbia", prosseguiu.
Numa declaração segunda-feira à Nação por ocasião da festa do Eid al-Fitr, que marca o fim do mês de jejum muçulmano do Ramadão, Yahya Jammeh anunciou que todos os condenados à morte na Gâmbia serão executados em Setembro.
A última execução de um condenado à morte na Gâmbia foi em 2007.