Libia-O Presidente sul-coreano do TPI tinha aterragem prevista para ontem às 11:30 (10:30 em Lisboa) no aeroporto militar de Tripoli, devendo dirigir-se imediatamente para a cidade de Zintan, onde está detida a equipa do tribunal, disse uma fonte oficial do protocolo líbio.
O porta-voz do tribunal sediado em Haia, Fadi el-Abdallah, dissera antes que Song viajaria para a Líbia, onde se previa "a libertação de quatro funcionários do TPI".
O enviado da Líbia ao TPI confirmou que a libertação está iminente: "Se o presidente do TPI chegar ontem, é garantido que eles serão libertados ", disse Ahmed Jehani.
"A transferência da equipa desde Zintan até Tripoli tem de acontecer durante o dia" por razões de segurança, acrescentou.
Os quatro funcionários, incluindo a advogada australiana Melinda Taylor, foram detidos em Zintan, a sudoeste de Tripoli a 7 de Junho, depois de viajarem para o país com o objetivo de ajudarem a preparar a defesa de Seif al-Islam Kadhafi.
Taylor foi acusada de levar consigo uma câmara e de tentar dar a Seif al-Islam uma carta codificada do seu antigo braço-direito, Mohammed Ismail, procurado pelas autoridades líbias.
A Líbia acusou a equipa do TPI de "violar a segurança nacional".Os outros três elementos do TPI detidos são a intérprete libanesa de Taylor, Helen Assaf, e dois colegas, o russo Alexander Khodakov e o espanhol Esteban Peralta Losilla.
O ministro dos Negócios Estrangeiros australiano, Bob Carr, disse ter informação do TPI de que a equipa seria libertada entre as 10:00 e as 11:00 TMG (11:00 e 12:00 em Lisboa) e acrescentou que a libertação resultou de "negociações frutuosas" entre o TPI e as autoridades líbias.
O TPI quer julgar Seif al-Islam, de 39 anos, por crimes contra a humanidade alegadamente cometidos no ano passado, quando o regime do seu pai tentou em vão dominar a revolta popular no país, mas Tripoli insiste que o filho de Kadhafi deve ser julgado num tribunal líbio e no início de Maio interpôs uma moção a questionar a jurisdição do tribunal de Haia.
O Ministro australiano disse na semana passada que as negociações entre o TPI e as autoridades líbias resultaram num pedido de desculpas, por parte do tribunal, "por qualquer mal entendido".
O TPI não admitiu qualquer irregularidade, mas garantiu que irá investigar o comportamento dos seus funcionários quando eles regressarem a Haia.
"Quando o TPI tiver terminado a investigação, assegurará que se alguém for considerado responsável por má prática será sujeito às sanções apropriadas", informou em comunicado no mês passado.