quarta-feira, 27 de junho de 2012

Putin Visita Israel para Reforçar Papel da Rússia no Oriente Médio

Desde que começou a Primavera Árabe, a Rússia se esforça para convencer seus parceiros de que "as mudanças democráticas precisam ser implementadas de forma civilizada", declarou Putin, durante entrevista coletiva ao lado do Primeiro-Ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

Para o chefe de governo israelense, é "necessário encontrar o modo de acabar com as matanças e com o terrível sofrimento do povo sírio e de promover (...) a paz, a segurança e a estabilidade na região".

Netanyahu também pediu o reforço das sanções contra o Irã, país acusado pelas potências ocidentais e por Israel de tentar fabricar a bomba atômica, o que Teerã nega.Anteriormente, o presidente israelense, Shimon Peres, havia declarado que "a Rússia pode aportar uma contribuição decisiva para a paz no Oriente Médio".


Pouco depois de chegar a Israel, o chefe de Estado russo inaugurou em Netanya, ao norte de Tel Aviv, um monumento erguido em memória dos soldados do Exército russo que contribuíram para a vitória sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.

Este monumento "nos lembra que o mundo continua sendo frágil e que devemos fazer o possível para que as criminosas doutrinas nazistas (...) continuem reclusas no passado", disse Putin na cerimônia.Em seguida, Putin se reuniu com Netanyahu.

Na terça-feira passada, o presidente russo esteve reunido com o colega palestino, Mahmud Abbas, na Cisjordânia.Depois viajou para a Jordânia, onde foi recebido pelo rei Abdullah II.A visita de Putin é marcada pela crise na Síria.

"O tema sírio e a situação em torno do Irã" serão objeto de debate, informou domingo passado o principal conselheiro diplomático de Putin, Yuri Ushakov. A visita de Putin permite destacar "a importância desta região", na qual a Rússia quer "reforçar sua posição", acrescentou.

A Rússia está em claro desacordo com os países ocidentais sobre a crise síria e se opõe a qualquer intervenção externa ou a sanções contra Damasco, um aliado desde a época soviética.Os confrontos na Síria deixaram 150 mil mortos em 15 meses de rebelião, segundo o opositor Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), com sede em Londres.

Moscovo, que parecia ter se distanciado nos últimos dias do presidente sírio, Bashar al-Assad, negou qualquer mudança de posição e continua se recusando a apoiar um plano que preveja a renúncia do presidente sírio.

No entanto, o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, declarou na sexta-feira passada ter advertido ao colega sírio, Walid Moualem, que Damasco deve fazer "muitos mais" esforços para aplicar o plano do emissário internacional Kofi Annan, durante encontro do Fórum Econômico em São Petersburgo.Em Israel - formalmente em estado de guerra com a Síria - o chefe de Estado-maior, general Beny Gantz, se disse preocupado pela instabilidade das Colinas de Golã, em consequência do enfraquecimento do regime de Damasco.