Cerca de cem militantes do partido que estava no poder até ao golpe de Estado de 12 de Abril participaram esta quarta-feira em Bissau no primeiro comício organizado pelo PAIGC desde a queda do governo de Carlos Gomes Júnior.
Até agora, todas as manifestações de condenação ao golpe de Estado decorriam dentro da sede do partido, todavia, esta quarta-feira, cerca de uma centena de militantes do PAIGC decidiram sair à rua. Inicialmente, os militantes pretendiam realizar uma marcha pacífica até à sede da CEDEAO em Bissau, para perguntar aos representantes dessa organização o motivo do não-cumprimento das orientações das Nações Unidas para a resolução da crise na Guiné-Bissau. Contudo, a manifestação não foi autorizada pela Câmara Municipal de Bissau, pelo que os militantes não passaram da porta da sede do PAIGC.
Durante o comício, vários militantes teceram duras críticas à atitude da CEDEAO que a seu ver pretende fazer voltar atrás a democracia na Guiné-Bissau. Pelo contrário, para os manifestantes, a CPLP, a União Africana, a União Europeia bem como as Nações Unidas são entidades "amigas da Guiné-Bissau".
Durante esta concentração na qual não foi visível a presença de agentes da polícia ou militares, não foram registados quaisquer incidentes. O PAIGC promete, entretanto, realizar daqui por diante outras acções de luta política contra as autoridades de transição que continuam a não reconhecer.