Os observadores da ONU (Organização das Nações Unidas) na Síria decidiram suspender sua missão no país devido à “intensificação da violência”, informou sábado (16Junho) o chefe da operação, o general norueguês Robert Mood.
“Devido à intensificação da violência armada (…) e aos riscos, a missão de observadores da ONU (UNSMIS) suspende suas atividades. Os observadores deixarão de patrulhar até nova ordem”, afirmou o comunicado do general Mood. ”Os observadores não vão conduzir patrulhas e vão permanecer em seus lugares até segunda ordem”.
Soldados que faziam a escolta dos observadores internacionais enviados pela ONU à Síria foram alvo de uma explosão na quarta-feira (13Junho), em Deraa, ao sul do país, um dos redutos da oposição de Assad.
Crise na Síria
Soldados ficam feridos após a explosão de uma bomba atingir o veículo em que eles estavam, durante a escolta ao comboio dos enviados da ONU à Síria. Pelo menos seis soldados ficaram feridos entre os quais Louai e Be.
Eles estavam em um veículo militar quando houve uma explosão, provavelmente devido a uma bomba plantada na rua. Seis soldados ficaram feridos. O porta-voz do Exército Livre da Síria, coronel Qasem Saadedin, disse que a explosão não atingiu nenhum dos observadores.
O carro com os soldados seguia o comboio com os enviados da ONU à Síria, que havia passado pelo local da explosão havia poucos minutos e levava, entre outros, o general Mood.A Síria está sob conflitos há 15 meses.
Com um balanço estimado em 13 mil mortos e dezenas de milhares de torturados em prisões, desde março de 2011, o que se percebe é o afundamento do país em uma “guerra civil” – termo usado por uma autoridade francesa na ONU e repetida pelo Ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius.
Lista
Na terça-feira (12Junho), a ONU colocou as forças governamentais sírias e a milícia denominada shabiha em uma lista de 52 governos e grupos armados que recrutam, matam e atacam sexualmente crianças em conflitos armados.
O secretário-geral da organização, Ban Ki-moon, disse que a conclusão do relatório mostra um “número inaceitavelmente elevado e crescente” de abusadores de crianças a longo prazo. Ele se disse preocupado com o agravamento da crise na região que provocou mais de 14 mil mortes, segundo organizações não governamentais.
O documento mostra ainda que as Nações Unidas receberam relatórios que indicam “graves violações” contra crianças na Síria. Também há informações de que crianças com nove anos tenham sido vítimas de assassinatos, tortura e violência sexual.
Em comunicado, o Conselho Nacional Sírio, principal órgão da oposição ao governo do presidente Bashar Al Assad, assegurou que, “enquanto a comunidade internacional faz prova de fraqueza e hesitação, o regime sírio, aproveitando a proteção do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, dedica-se a uma escalada na sua política de terror contra o povo sírio”.
De acordo com o conselho, há aviões, artilharia, blindados e militares mobilizados na região de Homs, no Centro do país. A cidade é considerada um dos locais mais violentos da Síria. Segundo o órgão, a população de Homs está sendo privada de eletricidade, alimentos e medicamento.