Haia - O ex-presidente da Libéria Charles Taylor foi condenado, nesta quarta-feira (30), a 50 anos de prisão pelo tribunal especial para a Serra Leoa, que a 26 de Abril o considerou culpado de crimes contra a humanidade e de crimes de guerra.
"O tribunal condena-o unanimemente a uma pena única de 50 anos de prisão", declarou o juiz Richard Lussick, numa audiência pública em Leidschendam, nos arredores de Haia, na Holanda.
Taylor é apontado como o exemplo do senhor da guerra que, a troco "de diamantes de sangue" conseguiu armar um exército de rebeldes, a maioria crianças e espalhar o terror na população.
Os crimes foram cometidos entre 1991 e 2002, levando à morte de 120 mil pessoas.
Charles Taylor foi considerado culpado dos crimes de homicídio, violação, pilhagem, tortura, cometidos entre Novembro de 1996 e Janeiro de 2002.
Charles Taylor vai cumprir pena numa prisão do Reino Unido. "O acusado é responsável por ter ajudado, estimulado e planeado alguns dos crimes mais odiosos da história da humanidade", completou o juiz Lussick.
Os 11 crimes de guerra de que Taylor era acusado incluíam assassínio, rapto e uso de crianças-soldados e amputação de membros. Taylor foi acusado de fornecer armas recebendo em troca "diamantes de sangue". Segundo os juízes, o ex-presidente da Libéria iniciou uma campanha de terror com o objectivo de controlar a Serra Leoa e poder explorar os seus diamantes.
A acusação tinha pedido uma pena de prisão de 80 anos mas o TESL considerou esse pedido excessivo. Taylor, hoje com 64 anos, foi detido em 2006 na Nigéria. A defesa ainda pode recorrer da sentença.