Lisboa -A oferta pública de aquisição (OPA) da brasileira Camargo Corrêa sobre a portuguesa Cimpor já foi registrada e vai decorrer entre quarta-feira, 30 de Maio, e o dia 19 de junho, de acordo com os documentos publicados na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A contrapartida permanece nos 5,5 euros por acção referidos no anúncio preliminar, um valor que desagradou a alguns investidores, embora a Camargo Corrêa, através da subsidiária Intercement, tenha defendido a justiça desse valor notando que representava um prémio de 10% face à cotação das acções da Cimpor.
A OPA, que a Camargo chegou a classificar como voluntária, assume o carácter de obrigatória, por determinação da CMVM. Uma imposição que decorre de o regulador do mercado de capitais luso ter considerado que a Intercement (Camargo Corrêa) estará concertada com a Votorantim e também com a portuguesa Caixa Geral de Depósitos. As três empresas, que já são accionistas da Cimpor, detêm juntas mais de 64% dos direitos de voto na Cimpor.
A legislação determina que quando um accionista ultrapasse os 50% de direitos de voto numa sociedade cotada portuguesa terá de lançar obrigatoriamente uma oferta sobre o restante capital.
A associação entre a Camargo (33,2% da Cimpor) e a Votorantim (21,4%) não foi assumida oficialmente pelas duas empresas brasileiras, mas nas últimas semanas a Intercement deu indicações ao mercado de que a Votorantim aceitaria no futuro um acordo de permuta de activos da cimenteira portuguesa.