O Parlamento de Papua Nova Guiné reelegeu nesta quarta-feira, pela terceira vez em dez meses, Peter O'Neill como primeiro-ministro do país, depois de a Suprema Corte Suprema ter declarado que ele ocupava ilegalmente o cargo.
A decisão do Legislativo unicameral, por 56 votos a favor e nenhum contra, dos 109 possíveis, surge no contexto da crise política que aflige esse país do Pacífico Sul desde que O'Neill tomou a chefia do Governo.
A crise começou em Abril de 2011, quando Somare, então primeiro-ministro, viajou a Cingapura para receber tratamento médico e dois meses depois sua família anunciou seu afastamento da política por motivos de saúde.
Em 2 de Agosto, o Legislativo, onde Somare, de 75 anos, perdera a maioria, declarou vaga a chefia do Governo e nomeou O'Neill.
Um mês depois, Somare retornou recuperado, reivindicou o cargo e foi beneficiado em 12 de Dezembro por uma decisão do Supremo, que encontrou irregularidades em sua destituição.
Nesse mesmo dia, O'Neill, apoiado por sua maioria parlamentar, conseguiu que o Legislativo o reelegesse como chefe do Governo.
Após vários incidentes, incluindo chamadas de Somare ao Exército para que depusesse O'Neill, as duas partes aceitaram realizar eleições antecipadas em junho.
Em 21 de Maio, o Supremo ratificou sua decisão de 12 de dezembro e recrudesceu a crise.
Ontem, o vice-presidente do Parlamento, Francis Marus, voltou a declarar vago o cargo de primeiro-ministro, e nesta quarta-feira O'Neill acabou reeleito.
O problema agora é que o presidente do Parlamento, Jeffrey Nape, que elegeu O'Neill em duas ocasiões anteriores, se negou, como governador-geral interino, a ratificá-lo no cargo.
O governador-geral de Papua Nova Guiné, Michael Ogio, se encontra em Londres para as celebrações do Jubileu da Rainha Elizabeth II.