A missão das Nações Unidas na Guiné-Bissau (UNIOGBIS) condenou hoje "veementemente" o uso da força por membros das forças de defesa e segurança na sexta-feira contra um grupo de manifestantes.
Os manifestantes estavam concentrados à frente das instalações da UNIOGBIS numa altura em que decorria nas instalações da ONU uma reunião entre o representante especial do secretário-geral das Nações Unidas e os parceiros internacionais acreditados na Guiné-Bissau.
Em comunicado, a UNIOGBIS lembra que "o direito à liberdade de reunião, expressão e associação está consagrado tanto nos instrumentos jurídicos do país como nos tratados internacionais a que a Guiné-Bissau aderiu, e por conseguinte deve ser respeitado e protegido na íntegra pelas autoridades competentes".
Violações de direitos humanos
No mesmo comunicado, as Nações Unidas apelam às forças de defesa e segurança para que respeitem escrupulosamente os princípios do Estado de direito e os direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos, e sublinha que a resolução do Conselho de Segurança de dia 18 já tinha manifestado preocupação "face a informações sobre violações de direitos humanos".
A UNIOGBIS reafirma o empenho das Nações Unidas "no sentido de fazer respeitar, proteger e promover os direitos humanos de todos os indivíduos na Guiné-Bissau".
Na sexta-feira alguns cidadãos pertencentes à Frenagolpe (partidos e organizações contra o golpe de Estado de 12 de abril passado) concentraram-se junto da sede da UNIOGBIS mas foram dispersados pela Guarda Nacional e, depois, por militares; alguns cidadãos foram agredidos.