Luanda - O especialista político e docente de relações internacional, Patrick Cunha, advogou terça-feira, em Luanda, que a posição de Angola na escolha da ministra sul-africana para Administração Interna, Nkosazana Dlamini-Zuma, para candidatura da presidência da Comissão Africana não afecta a sua integração na Comunidade Ecónomica de Estados de África Central (CEEAC), na qual é membro.
Em declarações à Angop, o especialista justificou, afirmando que o governo angolano está ao lado da SADC, pelo facto de exercer a presidência da Comunidade Económica do Desenvolvimento da África Austral (SADC), por isso, tem desempenhado o papel de divulgar e promover a candidata da região.
O docente universitário acredita que Angola está mais virada actualmente para a SADC por ser uma Zona, onde tem mais interesses políticos e económicos, ao contrário da CEEAC onde a sua presença é relativamente fraca.
Patrick Cunha estima que com a implementação da Zona Aduaneira é bem possível que se opte só pela SADC e se verifique um ligeiro afastamento da CEEAC pelo facto de um Estado não puder fazer parte de duas Uniões Aduaneiras, porque a pertença a uma (união aduaneira) estabelece a aplicação de uma pauta comum em relação a países terceiros.
Por outro lado, o professor frisou que na CEEAC o governo angolano tem poucos interesses económicos, a sua intervenção, até agora, tem sido tendencialmente da defesa da paz e segurança de países vizinhos.
Esclareceu ainda que as comunidades económicas surgiram como tentativa de trazer uma maior racionalização, de modo a facilitar a convergência para a realização de um mercado continental comum no continente africano, segundo o estatuído pelo Tratado de Abuja (Nigéria).
Por isso, a União Africana reconhece oito Comunidades Económicas Regionais (CER), nomeadamente, União do Magrebe Árabe (UMA), Mercado Comum da África Oriental e Austral (COMESA), Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC),Comunidade Económica dos Estados da África Oeste (CEDEAO).
Estão ainda reconhecidos pela organização continental, a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), a Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD), Comunidade da África Este e Oriental (CAE), e a Comunidade dos Estados Sahelos-Saharianos (CEN-SAD), como blocos de construção para a integração continental.
Patrick Cunha é mestre em relações internacionais e lecciona a cadeira de integração regional e política da cooperação de Angola integração e de integração Regional de Angola.