Praia-O relatório Perspetivas Económicas em África 2012, divulgado segunda-feira, em Arusha (Tanzânia), confirma que Cabo-Verde vai manter um crescimento económico alto e estável, apesar de ser um país onde a fraca qualidade de infraestruturas pode entravar a sua competitividade, apurou a PANA de fonte autorizada.
O documento prevê um ligeiro crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) real de cinco porcento, em 2011, para 5,1 porcento em 2012 e uma queda da inflação de 4,5 porcento para 3,3 porcento em igual período.
O relatório elogia Cabo-Verde "por ser dos poucos países em África que vai cumprir os oito Objetivos do Desenvolvimento do Milénio".
No entanto, o documento, co-produzido pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), pela OCDE, pela Comissão Económica da ONU para África (CEA) e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), assinala vários riscos para o arquipélago, nomeadamente o facto de que "a insularidade, a fragmentação do território e a pequena população limitam o seu mercado interno".
"Cabo-Verde tem assistido também ao aumento das desigualdades, especialmente entre zonas urbanas e rurais. Depende de recursos financeiros externos, incluindo a ajuda ao desenvolvimento e as remessas da sua diáspora, tornando-se vulnerável aos choques externos", conclui o relatório.
Numa primeira reação ao relatório, a Ministra cabo-verdiana das Finanças, Cristina Duarte, admitiu que Cabo-Verde ainda tem "fragilidades" no nível de infraestruturação, uma vez que o país ainda está na fase básica da construção.
Mesmo assim, sublinhou, Cabo-Verde já começa a ver os resultados, sendo já considerado o quarto país mais bem infraestruturado em termos relativos na Africa Subsariana.
Cristina Duarte recordou que, nos últimos cinco anos Cabo-Verde fez "um esforço de infraestruturação inédito e incomensurável", prometendo que os próximos cinco "serão tão intensos e densos".
"Já começamos a ter resultados. Na Boavista, quem diria que, quatro anos depois da construção do aeroporto, tivéssemos os operadores turísticos a pressionarem para a expansão também do porto?", questionou.
A governante sublinhou também que a aposta na construção de infraestruturas de mobilização da água tem permitido ao país criar uma almofada para controlar a inflação uma vez que o preço dos produtos agrícolas locais têm vindo a baixar significativamente.