quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Portugal Consegue Taxas Mínimas para se Financiar e Antecipa Reembolso ao FMI

Portugal-Depois de ter conseguido angariar 5,5 mil milhões de euros na semana em obrigações a dez e a 30 anos, Portugal voltou ao mercado para emitir dívida de curto prazo. As taxas pedidas pelos investidores bateram mínimos históricos, colocando em evidência os benefícios que Portugal terá para antecipar o reembolso dos empréstimos do FMI.
 
O Estado pagou 0,108% para colocar 300 milhões de euros a seis meses e 0,22% para se financiar em 940 milhões de euros através de Bilhetes do Tesouro a 12 meses. Estes dados juntam-se aos passos significativos que Portugal fez nos mercados de dívida nos últimos tempos. Em 2011 Portugal chegou a pagar mais de 5% em várias operações a seis meses.
 
A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, destacou a importância da emissão a 30 anos feita na semana passada. "Está feita a reconstituição da curva de rendimentos", afirmou. Este factor e as "reservas de liquidez muito significativas" que o Estado detém levaram Maria Luís Albuquerque a revelar, no Parlamento, que "o Governo vai iniciar os procedimentos necessários para o reembolso do empréstimo do FMI".
 
No âmbito do programa de assistência, o FMI emprestou a Portugal 26,9 mil milhões de euros, com uma taxa de 3,7% e uma maturidade média de sete anos. O País segue assim os passos da Irlanda. Em Agosto do ano passado, Dublin propôs antecipar o pagamento de 15 mil milhões dos 25 mil milhões emprestados pelo FMI, a serem pagos num prazo de 18 a 24 meses.
 
"Estas taxas tão baixas são um incentivo ao pagamento antecipado do empréstimo da troika. Faz sentido, como tem sido discutido publicamente, o país financiar-se no mercado a taxas historicamente baixas para amortizar antecipadamente a ajuda externa".