Ucrânia-A Europa pode ter problemas com o fornecimento de gás durante o inverno. O alerta foi deixado pelo comissário europeu da energia, depois do falhanço das negociações entre a Rússia e a Ucrânia para o pagamento da dívida de Kiev.
Alguns países membros podem mesmo enfrentar dificuldades semelhantes às vividas durante a crise do gás de 2009.
Gunther Oettinger, numa conferência de imprensa em Viena, onde decorreram as negociações, explicou que “as próximas semanas não serão um problema, vamos receber o nosso gás. Mas a Ucrânia vai ter de decidir se vai fazer o pré-pagamento do gás, o que é muito caro, ou se vai usar as reservas que tem. Mas esse é exatamente o nosso problema, porque a Europa precisa de ter as reservas completas para o inverno.”
O executivo europeu acrescentou ainda que apelou à Ucrânia para que aumente as reservas de gás para um máximo de 20 mil milhões de metros cúbicos, sendo que agora tem 13,5 mil milhões.
Além disso, os chefes de Estado e de governo da União Europeu vão reunir-se em Bruxelas no final da próxima semana para analisar quais serão os próximos passos a ser dados.
Os pontos chave deste encontro devem ser as medidas para tornar os países membros menos dependentes do gás russo e a ajuda a Kiev.
Para perceber melhor as implicações deste falhanço nas negociações, especialista da área da energia do Centro de Estudos de Política Europeia em Bruxelas(…)sublinhou, que a “curto prazo, é necessário concentrarmo-nos no fluxo inverso, na integração do mercado, nas infra-estruturas, na gestão da procura, reduzindo assim essa procura. Sobretudo em momentos de oferta reduzida, como é o caso desta crise que envolve a Ucrânia.”
De qualquer forma, a Gazprom e UE sublinharam que, para já, os clientes europeus não vão sofrer cortes no abastecimento do gás que passa pela Ucrânia.
Kiev também também se comprometeu a não interferir no transporte do combustível para os 28 países da União Europeia. Recorde-se que um terço do gás consumido na Europa vem da Rússia, do qual metade passa pela Ucrânia.