Mali-Kidal e Menaka são duas de várias do nordeste do Mali que foram tomadas por rebeldes tuaregues após violentos combates com o exército maliano. Vários mortos e reféns entre os militares, são reclamados pelos rebeldes, mas não confirmados pelo governo.
A região tem vindo a ser palco de um braço de ferro violento entre grupos rebeldes de tuaregues, com suspeitas de ligação à Al-Qaida, e militares às ordens do governo do Mali. O executivo maliano já admitiu, aliás, o recuo das tropas face à forte resposta armada dos rebeldes, em particular na quarta-feira em Kidal, onde o exército tentou investir com armamento pesado sobre os tuaregues.
Os combates na região intensificaram-se no sábado, após a visita a Kidal do primeiro-ministro do Mali, Moussa Mara, em apoio aos militares malianos ali estacionados. Nesse dia, um grupo de rebeldes tuaregues investiu sobre a cidade e tomou o controlo de postos estratégicos, sequestrando no processo cerca de trinta pessoas, a maioria funcionários públicos. Os reféns viriam a ser libertados após intervenção da Minusuma, a força de paz das Nações Unidas presente no Mali.
A França tem cerca de 1600 militares no país, mas o embaixador gaulês na capital Bamaco garantiu que os militares franceses não estiveram envolvidos na missão militar no nordeste, da qual garante nem ter sido informado pelo governo maliano.
Os rebeldes islâmicos em actividade no norte do país estão associados ao Movimento Nacional pela Libertação de Azawad (MNLA), que reclama a independência de uma parte do norte do país face ao Mali. Há dois anos, uma revolta dos tuaregues despoletou um golpe de Estado, mas a ordem civil viria a ser resposta no país no ano passado após a intervenção militar francesa. O conflito, porém, está de novo a agravar-se.