sexta-feira, 28 de março de 2014

Portugal: Ajustamentos nos Salários das Cotadas



Portugal-Os administradores das cotadas portuguesas estão a receber menos: em média, as remunerações pagas aos altos executivos dessas empresas caiu 8,4% em 2012 face ao ano anterior, como revelaa CMVM no seu Relatório Anual de Governo Societário.
 
Apesar da redução, não deixa de haver números curiosos: a parte variável das remunerações subiu de 23,8% para 27,8%, há 22 executivos no país a ganharem mais de um milhão de euros por ano e o mais bem pago nesse ano arrecadou 3,1 milhões de euros. Uns dirão que se trata de um ajustamento necessário (ainda que forçado pela crise), outros dirão que se trata de uma inevitável moralização (devido à larga discrepância salarial entre executivos de topo e quadros mais baixos).
 
Mas, se no primeiro caso as empresas estão nas mãos de factores externos (mercado, economia...), no segundo caso dependem unicamente de si e dos seus critérios de avaliação - e essa é a discussão que é importante manter. Mais do que os valores pagos aos administradores, são os critérios de definição desses salários que devem ser ponderados, afinados e contribuir para uma maior transparência e justeza das remunerações. Um passo importante já foi dado quando as cotadas acataram a recomendação do regulador e passaram a divulgar os salários das suas equipas de gestão. Mas é fundamental cumprir outros passos.
 
Como garantir que os critérios de definição de um salário atendam aos interesses de longo prazo da empresa, numa avaliação do desempenho dos gestores e do real crescimento que foi capaz de gerar para os accionistas e para a sustentabilidade do próprio negócio. Mais do que definir os tectos máximos de um salário (como pretende Bruxelas), é na sua base que deve começar o esforço de transparência.